Os principais líderes da chamada terceira via vão aos poucos superando os obstáculos e consolidando a possibilidade do movimento lançar uma candidatura para disputar a prefeitura de Marabá.

Nas últimas semanas atores importantes entraram em campo pra consolidar esse movimento.

A primeira mexida foi garantir a participação do PMDB, um dos maiores partidos da aliança. Isso foi feito pessoalmente pelo prefeito de Ananindeua, Hélder Barbalho, herdeiro político do senador Jader Barbalho, líder maior do partido.

Hélder conversou com as principais lideranças do PMDB em Marabá, a saber: deputado Asdrúbal Bentes, vereador Nagib Mutran e o empresário Italo Ipojucan, avançando  nas negociações em torno da terceira via, com o compromisso do nome melhor situado nas pesquisas ser o ungido para encabeçar a chapa.

O deputado Giovanni Queiroz definiu logo a presença do PDT, liderado no município pela vereadora Júlia Rosa, uma das mais engajadas no movimento. O PDT está na terceira via e tem preferência pela candidatura do deputado João Salame (PPS) a prefeito.

Faltavam o PV e o PT.

No primeiro caso o médico Jorge Bichara, que preside a Unimed  Sul do Pará e a Fundação Zoobotânica de Marabá, e é um dos mais respeitados no município, tem participado de todas as reuniões com os demais integrantes do movimento, revelando entusiasmo pela possibilidade da população ter outras alternativas além das pré-candidaturas de Maurino Magalhães e Sebastião Miranda.

Recebendo pressão no seu partido  para ser candidato, Jorge tem participado das articulações de costurar uma ampla frente,  para depois definir a candidatura a partir da chapa que tiver mais viabilidade.

Na próxima quinta-feira, Bichara reúne o Diretório Municipal e os candidatos a vereador do PV com os representantes dos demais partidos, para abrir a discussão  da Terceira Via diante de todos, escancarando o debate da  aliança proposta.

Desse encontro de quinta-feira, Jorge Bichara deverá receber forte pressão para manter sua candidatura a prefeito, mas não se sabe qual a posição que o médico assumirá diante de sua militância e filiados.

Coube ao deputado João Salame e ao pré-candidato do PT, Luiz Carlos Pies, a mexida mais delicada no tabuleiro de peças desse xadrez político.

Como se sabe, existe uma Resolução do Congresso Nacional do PT que veta alianças do partido com o PSDB, DEM e PPS,  por estes fazerem renhida oposição ao governo Dilma. Esse é o maior empecilho para que PT e PPS já estivessem juntos em Marabá.

Mas na última semana Salame, Luiz Carlos e Bernadete sentaram à mesa e aplainaram as diferenças. Líderes do PT a nível estadual estão imbuídos da tarefa de inserir o partido na terceira via, mesmo que o candidato venha a ser o deputado João Salame.

O próximo passo dos líderes petistas é conversar com a Direção Nacional do PT pra obter autorização para que a aliança possa ser feita em Marabá. A vantagem dessa movimentação é que não só os deputados federais do chamado Campo Majoritário (Zé Geraldo, Beto Faro, Miriquinho Batista e o ex-deputado Paulo Rocha), estarão envolvidos nessa missão, mas também o deputado Cláudio Puty, que representa a tendência Democracia Socialista.

Esta semana essa operação deve estar concluída.

Se for exitosa, o próximo passo, então, dos cinco partidos (PMDB, PT, PPS, PDT e PV) será a definição do candidato a prefeito e do vice. O critério escolhido será o da chapa com maiores chances eleitorais,  para enfrentar as máquinas do Município e do Estado. Uma chapa que teria o respaldo da máquina federal.

Ao mesmo tempo tentarão agregar outros partidos que tem dialogado com representantes da terceira via.

No atual momento,  o nome do deputado João Salame parece reunir as  condições para encabeçar a chapa, que poderia ter como vice o PT (Luiz Carlos), o PV (Jorge Bichara) ou o PMDB (Italo Ipojucan).

O que mais se ouve consultando essas diversas lideranças é que a vaidade será deixada de lado na hora da definição. O mais importante, segundo eles,  é “a construção de um programa de compromissos entre os partidos e com a sociedade que permita a formação de um governo que combine competência e austeridade, com diálogo e participação popular”.

Ou seja, “um governo que se diferencie o perfil das administrações de Maurino Magalhães e Tião Miranda”, conforme revela a fonte.

Esta semana promete fortes emoções na definição da chamada terceira via.

A começar pelo resultado da reunião que o Partido Verdes realizará  quinta-feira.