O pai do poster foi “soldado da borracha”, trabalhando como piloto de embarcação e contador de produção nas matas do médio Tocantins. Muitas histórias estão gravadas digitalmente, remoídas das memórias do extraordinário João Bogéa, sobre esse período duro de nossa brasilidade.

Ao ler a sinopse do filme “Soldados da Borracha”, dirigido pelo acreano Cesar Garcia Lima, é como se visse no set de filmagem o velho João representado.

A extração de látex do caucho produziu uma geração de brasileiros destemida, convocados a ultima hora para ajudar a civilização a combater os avanços de Hitler pelo mundo. No fundo, nenhum dos seringueiros sabia da existência dos horrores do nazismo, e que o suor de cada um derramado nas matas amazônicas tinha tanta importância quanto a luta dos pracinhas da FAB,  na Europa.

A borracha por eles produzida era exportada toda para os Estados Unidos, onde ali servia de matéria-prima à fabricação de pneus dos veículos usados na guerra.

Filmado nas cidades de Rio Branco, Xapuri e Plácido de Castro, o documentário retrata a vida de quatro ex-soldados da borracha de diferentes origens, todos moradores do Acre, que narram sua vida de luta por uma aposentadoria melhor.

A estréia da fita está anunciada para o 14º Cine Las Americas International Film Festival, em Austin, nos Estados Unidos. No Brasil, deverá percorrer salas comerciais a partir de junho.