Dói saber que o calcanhar de Sócrates não ficava na parte posterior do pé.
O seu calcanhar doente era diferente do Calcanhar de Aquiles – situava-se no fígado.
O Sócrates dono desse calcanhar doente passava pelo tempo e ninguém percebia que ele estava passando. Não recebia aplausos. Não se ouvia gritos de gol nem de olé.
Sócrates pensava que fora do campo continuaria usando o Calcanhar para presentear os colegas com belos passes, recebendo em troca os aplausos dos amigos e torcedores.
Sócrates foi um craque em toda plenitude, dentro de campo.
Fora dele, transformou-se num perna-de-pau para o jogo mais perfeito que deveria ter feito a si mesmo: preservar a vida.
À exceção do homem politizado evangelizando o gosto pela cidadania, fora de campo, fez muitas faltas desnecessárias, encurtando o tempo que os brasileiros gostariam de tê-lo ao lado, ajudando a construir o país democrático que ele tanto sonhou.
O álcool foi o Calcanhar de Aquiles do Dr. Sócrates.
Pior, diante da dependência etílica, ele não sabia onde guardava o seu calcanhar.
Em campo usando o próprio calcanhar, Sócrates disfarçava o Calcanhar de Aquiles que trazia escondido numa cabeça cheia de democracia, agora, totalmente inútil.
No fundo, ele já não tinha nem sonhava com a liberdade.
O seu caso era a independência do álcool ou a morte.
Para nossa tristeza, ele não conseguia a sua própria e salutar independência.
Os pés pequenos obrigavam-no a buscar o recurso do calcanhar – disse um dia.
Os pés continuavam pequenos, mas, para infortúnio do país, nosso Doutor mostrou que era menor do que eles.
Não mais conseguia neles se equilibrar.
Usando-os tão bem dentro de campo, para abatimento de seus fãs, entre eles me incluo, esqueceu de usar a cabeça quando dele se despediu.
Sócrates, assim como todo mundo, craques e pernas-de-pau na vida, tinha o seu Calcanhar de Aquiles.
O dele não precisava de chuteira para escondê-lo daqueles que preferiam o seu visível calcanhar.
Não precisava da bola para ser visto e admirado.
Os nossos ídolos , se não morrem de overdose, acabam na UTI dos hospitais. Uma droga!
Sócrates, infelizmente, também entrou para esse clube.
Que a grama do campo onde agora desfila seu futebol elegante e não erra mais um só passe de calcanhar lhe seja leve.
Alberto Lima
7 de dezembro de 2011 - 00:24jose das graças ribeiro
dezembro 5th, 2011 at 17:10
E vi ontem no fantstico que o Socrate tinha nascido em Belem nao o MAGRAO nasceu em Igarape açu. Permemos um dos mais inutres paraense.
RESPOSTA:
Errado. Ele Nasceu em Belém mesmo..
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates_(futebolista)
Nome completo Sócrates Brasileiro Sampaio
de Souza Vieira de Oliveira
Data de nasc. 19 de fevereiro de 1954
Local de nasc. Belém, Brasil
Falecido em 4 de dezembro de 2011 (57 anos)
Altura 1,91 m 85 kg
Apelido Calcanhar de Ouro
Doutor Sócrates
Magrão
Posição Meia e atacante
anonimo
6 de dezembro de 2011 - 20:55Cachaça demais mata.
jose das graças ribeiro
5 de dezembro de 2011 - 17:10E vi ontem no fantstico que o Socrate tinha nascido em Belem nao o MAGRAO nasceu em Igarape açu. Permemos um dos mais inutres paraense.
ANONIMO
5 de dezembro de 2011 - 13:46Um craque nos gramados,jamais teve comportamento de atleta,toque refinado na bola,precisão e potencia nos chutes,assistencias milimétricas,fantástica visão de jogo.Como cidadão,um médico não atuante,opiniões polemicas e ultrapassadas na política(até hoje vangloriava o falido regime do ditador cubano Fidel Castro,que levou Cuba à miséria/os cubanos fazem fila para comprar jornal velho,à fim de usar como papel higienico,e agora esse ano, é que estão gradualmente,liberando o uso da NET no país)e finalmente,dominado pelo vício do alcoolismo,que acabou tirando sua vida,prematuramente. Uma pena.
sócrates
5 de dezembro de 2011 - 12:05O calcanhar de Aquiles de Sócrates localizava-se no fígado. Que trocadilho bem bolado. Assimetrias de palavras que convergem para um ponto e descambam, com tremenda picardia, para outro. Belo texto, caro Hiroshi.
Sinto muito pelo “Magrão”, foi um craque. Durante a campanha das Diretas, foi um grande combatente. Na Democracia Corinthiana, foi um visionário, que disciplinou horário de treinos, esclareceu as questões da sexualidade dos jogadores, suas opções e preferências, atuou no combate às drogas nas baladas dos craques, orientou colegas na aplicação do dinheiro, estimulou análises detalhadas nos contratos, afastou olheiros corruptos, foi amigo daqueles que, semi analfabetos, foram aturdidos pelos ecos trazidos pela fama.
Sócrates era chamado de Doutor, aqui e na Itália onde foi jogar. A crítica esportiva o respeitava. Tinha palavra, posições claras e suas entrevistas faziam a delícia dos colunistas dos grandes jornais e revistas do Brasil.
Paz à sua alma.
Abraços,
Agenor Garcia
Jornalista e corinthiano.