Quem é do ramo, sabe. Não é fácil, se não dizer o quanto quase impossível, vencer no mercado fonográfico brasileiro, gravar um CD que rode pelo menos nas rádio do Estado natal do artista, e tocar a vida profissional como uma outra qualquer.

Não é fácil.

O cara rala, tomba várias vezes, antes de “chegar lá”. Quando chega.

Estrada assim percorrida pela Gaby Amarantos, agora reconhecida nacionalmente num estágio em que sua carreira pode consolidar voos além do território pátrio.

A consagração de Gaby deve-se a uma dedicada e corajosa busca própria da cantora.

Amigo comum do pôster, ligadíssimo à Gaby,  conta o que Amarantos já passou de dificuldades para superar os obstáculos, vivendo no bairro do Jurunas, em Belém, ao lado da família

Os dez minutos dedicados a ela, domingo no Faustão, marca definitivamente a chegada de Gaby no patamar dos grandes ídolos nacionais.

Ninguém sabe até quando seu sucesso estará garantido, afinal, para as reduzidas gravadoras ainda existentes no país, o estrelato de muitos é uma efeméride – vale  enquanto estiver valendo a “onda”.  Quem não se lembra da febre do axé, sambanejo (mistura de samba de péssima qualidade com o sertanejo) e de outros “movimentos” similares?

A indústria do disco sempre elege um segmento popular qualquer e o vampiriza o que pode, depois deixa o artista estrebuchando . Isso já aconteceu com muita gente em diversos modismos da MPB.

No caso de Gaby há um diferencial: ela rebusca insistentemente um estilo -, alheio aos humores e interesses do mercado, zarpando com uma mistura de ritmos  eletrônicos paraenses que já chegou a Europa e Estados Unidos como música de periferia perene.

Independente do que dita a chamada indústria fonográfica, Amarantos delimita seu espaço, ainda no calor vibrante de sua juventude.

(A foto é da divulgação da equipe de Gaby).