Embora sejam alertados pelo prefeito João Salame quase que diariamente para gerenciar suas secretarias municipais evitando contratação de pessoal,  grande parte dos secretários de governo não vem cumprindo as determinações de enxugamento da máquina pública.

A resistência ao alerta dado  mês passado de que  os gastos com o funcionalismo consumiam 52% da Receita Corrente Líquida (RCL) da Prefeitura, portanto, acima da  faixa prudencial   recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ficou comprovada agora, quando o setor financeiro da Prefeitura detectou as despesas com servidores batendo a casa de 56%.

Em outras palavras, os auxiliares de Salame continuam contratando, empanturrando seus órgãos de apadrinhamentos, ação que contraria todos os esforços do prefeito de sanear as contas públicas e, ao fim e cabo, obter pelo menos R$ 3 milhões para investimentos mensais.

O estouro da faixa prudencial da LRF, levou por água, também, as pretensões do prefeito findar o ano de 2013 pagando salários atrasados e quitação de dívidas astronômicas herdados do governo anterior.

Os limites da despesa pública com pessoal,  buscados pelo prefeito, são pulverizados, mensalmente, pela gula de alguns secretários,  preocupados unicamente com visões eleitoreiras do que com o sucesso da administração.

 

A constatação do  índice de 56% com folha de pessoal deixou o prefeito irritado, levando-o, mais uma vez, a marcar reuniões com auxiliares, levando a discussão ao limite.

A resistência ao plano de saneamento delimitado pelo chefe do Executivo expõe duas situações: 1) alguns secretários decidiram ignorar todo tipo de recomendação de combate ao desperdício; ou, 2) dentro dessa perspectiva, decidiram pagar pra ver até onde vai a determinação do prefeito  de insistir no controle de contratações.

Se a opção para entendimento da questão for a segunda, é bom não pagar pra ver.

Quem não conhece  ainda Salame, deve estar confundindo sua permanente busca da conciliação e do diálogo, com falta de pulso.

Não é bem assim.

E pode  levar algumas pessoas a perderem o cargo,  apostando em condescendência do prefeito com os atos de resistência.

Entre seu projeto político de transformar Marabá numa cidade digna de se viver e a manutenção de cargos nas mãos de quem o ajudou a vencer a eleição de 2012, Salame não pensará duas vezes: demitirá quantos forem necessários para que seus objetivos sejam alcançados.

Não é a toa que o prefeito tem procurado estabelecer estreita linha de entendimento com  os diversos segmentos da sociedade, para  exercer um estilo de governo de transformação.

Nunca, em nenhum momento, vimos o chefe de uma prefeitura municipal abrir todas as contas do poder público, escancarando extratos bancários de todas as  agências com quem mantém relacionamento, para mostrar a verdade, nua e crua, da saúde financeira do município.

Salame já repetiu esse gesto diversas vezes, reunindo-se com sindicatos da Saúde, Educação e demais representações dos servidores marabaenses.

Extratos mensais emitidos no próprio dia das reuniões, num esforço transparente para expor por que o governo não pode fazer isso ou aquilo.

Em todos os encontros com os representantes sindicais, o prefeito ratifica sua disposição de cortar na própria carne, o inchaço  e desperdícios.

Ora, se o prefeito tem assumido compromissos nesse sentido, qual a razão de alguns secretários municipais ignorarem  esforços na tentativa de  reduzir as contratações, atualmente, comprovadamente inviáveis?