O blogueiro recebeu críticas pontuais por ter divulgado que o ex-empresário Benedito Mutran Filho cometeu suicídio.

As insatisfações com o post sobre a  morte do pecuarista sugerem o texto limitado a dizer que Benedito “caiu do prédio”.

(Post AQUI)

Antes de mais nada, deixamos claro que temos consciência de que o suicídio é um assunto tabu, mas defendemos também que  uma cobertura jornalística responsável pode contribuir para a prevenção do suicídio, reduzindo o risco de um comportamento imitador, ajudando a modificar falsas percepções e incentivando as pessoas a procurarem ajuda.

Porém, muitas vezes, por insegurança ou por falta de conhecimento, a sociedade escolhe não falar ou relegar o assunto a locais de autoridade, como psicologia e a psiquiatria. Logo, precisamos,  SIM!,  tratar o suicídio com seriedade, com a melhor fundamentação teórica que estas áreas podem oferecer, entretanto, por ser um problema social, todos devem se engajar na discussão sobre ele.

O manual de conduta aqui do blogueiro, em matérias sobre o assunto, segue o uso de duas expressões: “cometeu suicídio”  ou  “se matou”, termos diretos, sem rodeios.

Além das palavras certas, especialistas recomendam que não se utilize alguns termos, como ; tentativa bem-sucedida; ou ; tentativa malsucedida;, pois eles implicam que a morte seria o resultado desejável para o ato.

Além do mais, ainda se reportando ao comportamento deste blog diante de suicídios, detalhes excessivos, descrição de métodos e reportagens que, de alguma forma, romanceiem a tragédia – não tem vez aqui.

Quem leu o post sobre a morte de Benedito Mutran Filho viu que o comportamento do texto foi seco, direto, limitando-se a INFORMAR.

Maioria de quem publicou algo sobre a morte do empresário ficou no lance do “caiu do prédio”, “morreu nesta madrugada”, deixando diversas perguntas na cabeça do leitor.

Como caiu do prédio? Alguém empurrou?  Deslizou da janela? Morreu de quê? De pedrada?

O jornalismo tem que informar, sem estimular pessoas com ideações suicidas.

Alguns especialistas defendem, inclusive, que, ao se noticiar um suicídio, especialmente de celebridades, que despertam muito a atenção, a imprensa aproveite a chance para mostrar relatos que, de fato, acabaram bem: ou seja, de pessoas que passaram por crises suicidas, mas conseguiram superar e, hoje, estão bem.

O erro do blogueiro foi não ter feito isto, na pressa de levar a informação imediatamente ao conhecimento público, já que este blog foi o primeiro a divulgar a morte do pecuarista, nas primeiras horas da manhã de 1 de março – exatamente às 06h26.