As depredações de propriedades ocorridas durante a “Quarta-feira Demoníaca”, como foi batizado, pelos fazendeiros, o dia de ontem, teve lances de puro planejamento estratégico elaborado pelos coordenadores das ações violentas.
Primeiro, as investidas foram realizadas em conjunto pelo MST, Fetagri e Fetraf.

Às três e meia da madrugada de quarta-feira, ações orquestradas pelos movimentos sociais ocorreram, ao mesmo tempo, em pontos distintos.

A Fetagri cuidou da invasão da sede do INCRA de Marabá.

O MST soltou seus lobos-humanos nas fazendas Espírito Santo (Xinguara) e Maria Bonita (Eldorado dos Carajás).

A Fetagri botou os pés na fazenda Santa Teresa (Marabá).

A Fetraf, também no município de Marabá, invadiu a fazenda Barreira Branca.

Em operações típicas de guerrilha, as depredações foram feitas em curto espaço de tempo. Objetivo era causar pânico e prejuízos financeiros, fugindo imediatamente do flagrante.

Questionado ontem à noite se esse tipo de operação de guerrilha impossibilita a polícia de prender os depredadores das propriedades, fonte da secretaria de Segurança informou que não. “Não é difícil identificar os autores das ações, até porque o serviço de inteligência está apto a trabalhar nesse sentido”.

Mesmo com as ocorrências criminosas registradas em três municípios (Xinguara, Eldorado dos Carajás e Marabá), a secretaria de Segurança decidiu abrir apenas um inquérito policial, com sede na DECA de Marabá, para facilitar as investigações e o andamento rápido do processo.

A Polícia Civil  planeja trabalhar em três sequências.

Primeiro, identificar os autores das depredações e agressões físicas a trabalhdores. Depois, o indiciamento e o pedido de prisão dos envolvidos, que podem ser autuados por formação de quadrilha, incêndio criminoso, roubo, porte ilegal de armas, danos qualificados e esbulho possessório.