Observaram bem a Data-Folha divulgada no inicio da semana? Deve ter caído como chumbo sobre os defensores da tese de que Lula não conseguiria transferir votos à sua candidata presidencial.

Uma rápida pincelada.

A avaliação de Lula ter voltado a crescer (agora 69% de ótimo+bom) confirma os dados sobre sua avaliação (GPP), nas capitais mais importantes. E da mesma forma que a crise econômica não o afetou, apesar de ter se intensificado.

Data-Folha mostra as seguintes respostas entre março e maio de 2009: a) a situação do país vai melhorar de 31% para 41%. b) O desemprego vai aumentar, cai de 59% para 43%. c) Inflação vai aumentar cai de 48% para 36%.

Os que estão de acordo com um terceiro mandato passam de 34% para 63%.

Dá pra notar claramente que o aumento da capacidade do presidente transferir votos.

Lula (na induzida) tem 47% das intenções de voto e Serra 25%, caindo 13 pontos. Essa é uma boa e má notícia. Boa porque define um piso para Serra. Má porque ele ainda pode perder 1/3 de suas intenções de voto se Lula mantiver capacidade de transferi-los.

Lula tem na espontânea 27% ou 57% da induzida. Serra tem 5% ou 13% da induzida sem Lula. Dilma tem 4% (e com Lula marcado), ou 25% de seus 16%.

Sem SP (supondo diferença aqui pró-Serra de 40 pontos), o resultado seria Serra 32% e Dilma 20%.

Lá se vão oito meses da crise econômica. O Brasil, neste período, ficou entre os países com dados mais acentuados de queda na indústria, no PIB e no comércio exterior. Por que razão a máxima (“é a economia estúpido”) de Carville, assessor de Clinton na época, que relaciona a economia à política, não atingiu Lula?

Alguém pode responder?