O desligamento da Cosipar do ICC – notícia alvo de notas na coluna do poster no Diário do Pará, edição de hoje -, foi feito através de Nota Pública do Comitê de Monitoramento do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, conforme publicação na íntegra, a seguir:


NOTA PÚBLICA

O Comitê de Monitoramento do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo comunica que está excluída em caráter definitivo da lista de signatários a Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar). A decisão tem como base a exclusão da empresa do rol de membros do Instituto Carvão Cidadão – entidade criada pelas siderúrgicas do Pólo Carajás para regularizar a situação trabalhista de suas carvoarias fornecedoras de matéria-prima – por descumprimento do estatuto.

O Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo tem como missão envolver e dar subsídios para que o setor empresarial e a sociedade civil atuem no combate a esse crime contra os direitos humanos. Hoje, ele congrega mais de 160 empresas e associações, cujo faturamento equivale a mais de 20% do Produto Interno Bruto Nacional.

A decisão foi tomada após deliberação do Comitê de Monitoramento do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que tem o objetivo de zelar pelo cumprimento desse acordo.

Atenciosamente,

COMITÊ DE MONITORAMENTO DO PACTO NACIONAL
PELA ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
ONG Repórter Brasil
Organização Internacional do Trabalho

Cosipar responde
O Grupo Cosipar, tão logo tomou conhecimento do fato, emitiu a seguinte nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) tem uma gestão baseada em princípios éticos e sustentáveis na cadeia de suprimento de carvão vegetal. Há cinco anos, a empresa modificou toda a composição e o perfil de seus fornecedores garantindo o consumo de carvão legal na produção de ferro-gusa no município de Marabá, Sudeste do Estado do Pará.

Em 2008, a Cosipar foi uma das empresas paraenses afetadas pela crise mundial. O mercado reduziu a compra de ferro-gusa a níveis históricos deixando a Cosipar e outras produtoras do pólo de Carajás em situação financeira muito difícil. A grande maioria das siderúrgicas de ferro-gusa foi obrigada a paralisar completamente suas operações, dando férias coletivas a seus funcionários ou demitindo efetivamente.


A Cosipar conseguiu manter sua operação, se adequando a demanda de mercado, mas não conseguiu cumprir alguns compromissos financeiros. Entre eles, o de pagamento das mensalidades do Instituto Carvão Cidadão. O estatuto da entidade prevê o descredenciamento automático dos associados que ficarem dois meses sem pagar a mensalidade. Esse foi o motivo que levou o ICC a descrendenciar a Cosipar. A empresa aguarda o movimento do mercado e espera voltar a cumprir com seus compromissos financeiros nos próximos meses e assim regularizar a situação junto ao Instituto.

Em paralelo, a empresa mantém o trabalho de combate a erradicação do trabalho escravo em nossa cadeia produtiva, inclusive com a implantação da norma SA 8000, de Responsabilidade Social na cadeia produtiva.