
A primeira programação do Centenário de Marabá (ainda serão realizadas outras, até final de 2013) se traduziu num importante incentivo para a elevação da autoestima da população.
Essa constatação está registrada nas redes sociais.
Levantamento feito pela equipe do blog mostra que, de 30 de março a 10 de abril, período no qual a Secretaria de Cultura do município promoveu a programação inicial do Centenário, ocorreram 834 citações, com postagens em perfis compartilhados e retuitados.
Nesse total não estão inclusas manifestações postadas nos três perfis que o prefeito João Salame mantém no Facebook.
Das 835 citações comentando os shows realizados, 821 foram de elogios ao evento, modo geral.
O restante, 14 posts, com criticas ao prefeito Salame.
Esses números são referentes apenas a perfis acessados pela equipe do blog – sem falar naqueles neutralizados por não autorização de amizade – o que pode chegar a mais de 200, conforme estimam os pesquisadores, baseados em toques de “Curti” verificados durante a pesquisa.
O recall estabelecido nas redes sociais demonstra o quanto a programação marcou positivamente o espírito da cidade, degradado nos últimos quatro anos, à mercê de uma administração eivada de irregularidades e contradições.
Ao saudar a população, dia 30 de março, antes da apresentação de Zeca Baleiro, o prefeito de Marabá pediu a todos que brincassem em paz, sem provocar incidentes,”com o coração voltado à reconstrução deste município, tão castigados nos últimos quatro anos”.
A contextualização do discurso de Salame focava esforços para unir a cidade em torno do Centenário.
“Nós precisamos, com esses shows, propor um engajamento de atitudes, consolidar a esperança no peito de cada marabaense. Se a gente não conseguir isso, realçar o brilho nos olhos de nossos moradores, as dificuldades serão bem maiores na luta que travamos para a reconstrução do município”, disse Salame, dias antes, numa reunião com secretários, ao pedir o empenho de todos em apoio ao secretário Cláudio Feitosa, executor de toda a programação.
Resultado: durante os sete shows nacionais (Zeca Baleiro, Milla Carvalho, André Valadão, César Menotti e Fabiano, Djavan, Zeca Pagodinho), além de shows com artistas regionais, promovidos em duas praças, no período de onze dias, não se registrou um incidente sequer. As praças receberam, ao todo, quase 80 mil pessoas, na soma de público de todos os shows.
Apesar da multidão,o povo brincou, cantou, curtiu seus ídolos, num contagiante clima de alegria, sem haver nem mesmo discussão entre os participantes.
Detalhe: em todas as noites de shows, Salame foi recebido carinhosamente pelo público, numa demonstração de apoio aos esforços desenvolvidos pela prefeitura visando oferecer eventos de qualidade, e com baixíssimo valor final para os cofres da prefeitura.
É sempre bom lembrar: 85% dos custos de toda programação foram abonados por empresários locais e regionais.
Para se ter ideia da economia que o município realizou, mantendo forte parceria com o setor privado, os investimentos do poder público passaram pouco mais de R$ 100 mil, o mesmo valor empregado na programação de carnaval.
Organização e competência
Louve-se, o extraordinário trabalho do secretário Cláudio Feitosa.
Desde quando recebeu a responsabilidade do prefeito, ainda em janeiro, para organizar a programação do Centenário à altura da grandeza do município, o auxiliar de Salame procurou estreitar boa articulação com as demais secretarias, sugeriu, à avaliação do prefeito, qualificada lista de artistas nacionais, além de se preocupar em interagir a programação com os artistas regionais.
Sem a presença das “pratas da casa”, não se justificaria a programação, dizia.
Feitosa geriu uma estrutura de dimensão imensurável, ao dedicar-se, também, paralelamente à organização dos shows, ao trabalho de criar peças publicitárias alusivas à campanha do Centenário, e, seguindo orientação do prefeito, valorizar personagens antigos que ajudaram a construir Marabá.
A formação de uma comissão especial para selecionar pessoas antigas, ainda vivas, vivendo no ostracismo, para o recebimento de homenagens do Município, contribuiu também para que não se cometessem injustiças.
Claro, nem todos representantes de famílias antigas puderam ainda ser homenageados, mas a prefeitura pretende realçar esse reconhecimento ainda este ano, àqueles não inclusos na lista inicial.
Cláudio pedia aos integrantes da comissão que vasculhassem o que pudessem, os quatro cantos da cidade, em busca de marabaenses esquecidos.
Resultado foi que, ao final de muito trabalho, Feitosa e sua equipe colocaram nas ruas uma das mais belas campanhas de valorização do ser humano,
A prefeitura mostrou que as famílias marabaenses têm um lugar especial na textualização honesta de nossa História.
O prefeito e sua equipe beijaram simbolicamente cada uma das pessoas, em forma de agradecimento, publicando banners e outdoors, com frases plasticamente adequadas à vida de luta de cada personagem -, como “seu” Militão, Sabá do Wilson , Hiran Bichara, casal Edésio Martins de Souza e Diolinda dos Reis Martins, João Pedro Dias e Manoel Dias (pilotos de barco nos tempos da castanha-do-pará), Maria Silva Cunha, a lavadeira Maria de Lourdes Carneiro Portela, de 98 anos, que lavou roupa para o ex-prefeito José Cursino de Azevedo, Antônia Furtado de Castro (Tuquinha, do Cabelo Seco), o desportista Pedro Paixão, Antônio Pereira Amoury (Cuiú), casal João e Loures Bogéa, Yule Oliveira (filho do saudoso Zinho Oliveira) , entre uma lista de cem personalidades.
Em cada peça da campanha, o governo dedicou afeto, carinho, reconhecimento e gratidão, aos filhos ilustres, ainda vivos, participantes ativos do processo de construção da cidade.
Pessoas antigas que nunca deixaram seu torrão, dedicando ao trabalho travado, em tempos idos, para que Marabá chegasse ao estágio em que se encontra – muito distante ainda, é verdade, de uma cidade justa e efetivamente estruturada para oferecer dignidade aos seus moradores, mas um lugar onde as oportunidades brotam a cada dia, bastando ao cidadão querer um lugar ao sol.
A festa do Centenário colocou em ignição o motor da esperança, da certeza de que Marabá será reconstruída nos próximos anos com o calor, a paixão e a honestidade de sua gente.
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Atualização às 14:27 (16 de abril)
No portal da Prefeitura de Marabá, mais peças da campanha do Centenário, homenageando antigos moradores da cidade.
Gilvandro Oliveira
16 de abril de 2013 - 17:03Meu caro Hiroshi,
Essa é a linda história de Marabá. 100 anos!!! Parabéns pelo resgate dessas pessoas que fizeram essa bela cidade.
Cileide Tavares
16 de abril de 2013 - 16:48Hiroshi, uma observação sobre as festividades que fazem parte da programação do centenário de Marabá. Iremos comemorar até a última hora do 4 de abril de 2014. Daí, passamos à festa dos 101 anos. Até lá, esperamos continuar contando com a importante contribuição dos empresários de Marabá que estão nessa com a gente. Pode agendar, tem muita coisa boa vindo por ai….
João Dias
16 de abril de 2013 - 10:07Ao comemorarmos um século nesta data de 5 de abril de 2013, permitam-me o devaneio, contudo, não se pode falar de MARABÁ, cidade das minhas origens, berço dos meus antepassados, colegas e amigos – sem que, um pranto de lágrima me venha à face.
Por tudo que foi e representa eu te desejo, feliz centenário neste dia que é só teu, um futuro pleno de esperança, desenvolvimento e progresso.
Detalhe: O inteligente e inigualável Pedro Paixão, não por acaso, o PAIXÃO denota o quanto ele, embora tenha jogado PELO BANGU, na verdade, morria de PAIXÃO ERA pelo Clube Atlético Marabá. Sorte nossa. Obrigado PEDRÃO!
Jorge Antony F. Siqueira
16 de abril de 2013 - 06:41Caro Hiroshi, pode até ser só um detalhe a camisa verde e branca da foto(do Clube Atlético Marabá ?), mas o “Vetor” às 22:14 hs 15/04 tem razão, o PP fez sucesso no rubro-negro marabaense Bangú e não no Marabá(clube). Houve falta de sensibilidade do PP para com o time que o projetou e o mantém até hoje como ídolo, bem como com o extinto Mestre Barata. 16.04.13, Mba.-PA.
VETOR
15 de abril de 2013 - 22:14Bogéa,o grande camisa SETE Garrincha deve estar se revirando no túmulo,motivo: os botafoguenses tão comparando o Seedorf com o Mané, que falta de respeito, hein ? Agora me tira uma dúvida, nos melhores anos de carreira do inigualável artilheiro marabaense Pedro Alves Paixão, êle não vestia a camisa rubro negra do Bangú de mestre Barata ? thanks…
Claudia Macedo
15 de abril de 2013 - 20:49Muito linda realmente a campanha em comemoração aos 100 anos de Marabá! Sensível, emocionante, viva, cheia de significado e simbolismos. De fato, parabéns aos criadores, aos homenageados e familiares e, sobretudo, ao povo de Marabá que ao que parece, agora tem uma gestão que valoriza o elemento mais importante de todos: o humano. Muito feliz!!!