Quatro assaltantes tentam roubar o caixa dentro da loja que naquele momento estava sendo esvaziado pelos guardas da Norsergel. A reação da equipe de segurança é fulminante. Dentro e fora da maior filial da Big Ben no interior do Estado os guardas, heroicamente, enfrentam a quadrilha usando fuzis e escopetas de repetição. Os bandidos reagem com descargas de metralhadoras.
Correria na principal avenida da cidade, gritos, pânico generalizado. No meio da pista o trânsito entra em pandemônio: pessoas se jogam ao chão de motos, motoristas param seus carros e os abandonam atravessando o canteiro central a pés, balas ricochetam em paredes de lojas localizadas do outro lado da pista paralela.
Dentro do estabelecimento, funcionários gritam desesperados, escondendo-se em banheiros ou em salas. Os bandidos conseguem furar o cerco na luta para fugir do local. Um deles, segurando uma metralhadora, pula na garupa de uma moto, obrigando o condutor a conduzi-lo. Outros dois encostam armas na cabeça de um senhor que se encontra com seu carro parado no meio da confusão e fogem em louca disparada, empurrando com violência o condutor para fora do veículo.
O quarto bandido não sai da loja. Respirando com dificuldades sobre uma poça de sangue, balbucia algo ininteligível e morre, com estilhaços de bala na cabeça. Há informações seguras de que um dos assaltantes em fuga no carro roubado à porta da loja encontra-se seriamente ferido. Marcas de sangue em diversos locais evidenciam isso.
A cena descrita não faz parte de nenhum roteiro cinematográfico. O fato ocorreu no final da manhã desta segunda-feira na loja Big Ben.
Em menos de quinze dias, usando idêntico modus operandi, o crime organizado assaltou em Marabá pela segunda vez a rede de drugstore. Na primeira, levaram mais de R$ 200 mil. Hoje, apenas a vida de um comparsa e a instauração definitiva na cidade da violência descontrolada -, diante de um polícia atônita. Perdida.