“A votação em Marabá de “Macarrão”, dia 3, sinalizará quais passos serão percorridos pelo ex-prefeito de Tailândia.”

Parágrafo acima encerra post descrevendo a atuação do deputado eleito Paulo Jasper (PMDB), o “Macarrão”, no município de Marabá, durante a campanha eleitoral.

Pois bem, o moço conseguiu 2.625 votos.

Pelo volume de sua campanha nos quatro cantos do município, “Macarrão” deve ter desembolsado cifrões consideráveis.

Soltou patrulhas mecanizadas de sua propriedade por entre vilas e ruelas dos bairros urbanos, distribuiu aterros para moradores carentes, repetindo, na periferia, o que já se transformou marca registrada dele em Tailândia, município onde a idolatria pessoal lhe permitiu colocar no saco 14.095 votos – 54% dos sufrágios válidos.

Em Marabá, apoderou-se também de invejáveis lideranças comunitárias usando a força do larjã, que ele tão bem sabe como acumular liderando, na região Sudeste, ao que popularmente passaram denominar a “Máfia do Carvão” – um conglomerado de poderosos capitalistas controladores do mercado de carvão vegetal. Em palavras mais claras: verdadeiros atravessadores que fazem riqueza a custas das miseráveis condições de vida dispensadas aos reais produtores, os carvoeiros ´rabos-quente´ (*).

Dependendo da ótica de quem analisa a votação em Marabá do ex-prefeito de Tailândia, encontra duas situações.

A primeira arremete à condição de fracassada, apegando-se ao custo benefício da empreitada – versão disseminada pelos porta-vozes dos candidatos-minhocas, ou os ditos “da terra”, e que fizeram ardorosa campanha contra os “paraquedistas”.

Em contraposição, principalmente entre parceiros de primeira hora da candidatura de “Macarrão”, na cidade, a certeza é de que o rapaz “é uma nova liderança” política de Marabá, montado na representatividade concedida por 2.625 votantes.

Pelo menos foi isso o que disseram Asdrubal Bentes, deputado federal reeleito com mais de 50% dos votos dos marabaenses, e o ex-prefeito Nagib Mutran Neto, ambos do PMDB, durante a “carreata da vitória”, terça-feira, na qual estiveram ao lado de Macarrão sobre um trio elétrico percorrendo ruas da cidade.

Entre eles, forma-se consenso de que Paulo Jaspen pode ser o nome do partido de Jader Barbalho para disputar a prefeitura de Marabá, em condições favoráveis.

A carreata prenuncia a formação de alguma corrente para começar a defender o nome de Macarrão como postulante competitivo à prefeitura.

Paralelamente, os chamados pesos-pesados da política local (caso haja realmente alguma liderança merecedora de tal adjetivado) deverão espalhar vacinas. Uma delas destinada a colar à imagem de Asdrubal e Nagib a pecha de avalistas de uma candidatura estranha aos interesses do municípios.

Além da exibição da torva biografia de Macarrão, nem sempre bem recomendada entre aqueles que o conhecem de antigos carnavais e de sua atuação um tanto nebulosa nos meandros da política tailandense.

Nesse plano, são especialistas, profissionais até, os “pesos-pesados” da seara marabaense.

(*) – Denominação dos pequenos fornos de carvão vegetal.