Um ano depois de declarar enfaticamente, numa televisão de Marabá, ser favorável à criação do Estado de Carajás, sugerindo também, naquele momento, a necessidade de ser abrir o debate  para a discussão da redefinição geopolítica da Amazônia (em outras palavras, criar novos Estados), o deputado Arnaldo Jordy publica nota na imprensa desmentindo o que dissera com suas próprias palavras, num esforço dialético para livrar a cara de sua condição  camaleônica.

No nota, o deputado tenta desqualificar a constatação do vídeo reproduzido aqui no blog como obra de “uma pegadinha manjada” – como se não houvesse pergunta direta do entrevistador e resposta na bucha, sem titubeio, do entrevistado.

Assistam novamente ao vídeo, mas leiam, também, a nota de Arnaldo Jordy:

 

 

Acompanhei com alguma surpresa nas redes sociais a repercussão de parte de uma entrevista que concedi a TV Eldorado, de Marabá, em 2009, e postada num blog local, onde, naquele momento, eu defendia a criação, no futuro, de novos estados, com a redefinição de um pacto federativo que contemplasse um novo desenho geopolítico não só para o Pará, mas para toda a Amazônia.

A surpresa veio exatamente do fato de que essa posição foi defendida abertamente pelo meu partido, o PPS, em todos os foros e, portanto, era uma posição amplamente divulgada em todo o Brasil. O PPS nunca escondeu isso. E eu sou o presidente do PPS do Pará.

Portanto, o que foi posto como “novidade”, não passa de uma posição bastante conhecida do partido, e que foi colocada por mim e pelo PPS naquele contexto, em que também defendíamos abertamente a realização de um plebiscito, por entendermos que é um processo legítimo e democrático.

A entrevista, na sua íntegra, mostra que não é impertinente no futuro fazer essa repactuação federativa em todo país, precedida de um debate sério e ético em que se considerem fatores como bacias hidrográficas, vocações produtivas macroeconômicas, identidades mesorregionais e melhor distribuição do PIB nacional entre as regiões.

A tentativa de tratar como “novidade” ou “contradição” esse trecho da minha entrevista, não passa de uma “pegadinha” manjada, em que os autores são personagens que não merecem crédito e tem como objetivo confundir a opinião pública e dividir aqueles que são contra a divisão do Pará.

Nos artigos que publiquei, em 2007 e 2011, na grande imprensa do Pará, e transcritos no meu blog e no meu site, disse textualmente que dividir o Pará, hoje, seria fragmentar o subdesenvolvimento e enfraquecer a possibilidade de cobrar do poder central um redesenho do pacto federativo que parece ter sido abandonado.

Essa é a minha posição. Nunca me escondi de qualquer debate. Minha vida pública nunca foi pautada por conveniências, oportunismos ou facilidades de ocasião. Estarei, como sempre estive, na busca da verdade, atuando com lisura, ética e respeito, procurando honrar cada voto que recebi.

Por fim, reafirmo minha crença CONTRA A DIVISÃO DO PARÁ, por entendê-la danosa, neste momento, aos interesses da nossa região e me disponho para este e outros debates que digam respeito aos reais interessem do nosso povo.

Arnaldo Jordy.