O governador Simão Jatene vai mobilizar toda a bancada paraense, em um esforço suprapartidário, para mostrar à presidente da República, Dilma Rousseff, a importância da conclusão das obras de derrocamento do Rio Tocantins, essenciais para viabilizar a Hidrovia Tocantins-Araguaia, e consequentemente a implantação da siderúrgica Alpa (Aços Laminados do Pará), que precisa da hidrovia para escoar a produção.

A decisão do governador foi tomada na tarde desta quarta-feira (7), durante audiência com o presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, (antecipada pelo blog) para tratar sobre a implantação da Alpa em Marabá, município do sudeste paraense. Apesar de mostrar preocupação com a não conclusão das obras da hidrovia, o que pode retardar a entrada em operação da siderúrgica, Murilo Ferreira foi enfático ao afirmar que “não existe dúvida de que a Vale viabilizará o projeto da Alpa em Marabá”.

Durante a audiência, no Comando Geral da Polícia Militar, Sidney Rosa, secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, lembrou que as eclusas de Tucuruí demoraram 20 anos para ser concluídas e receberam R$ 2 bilhões em investimento. “Não tem sentido se agora não tivermos a hidrovia operando, por conta de um investimento em torno de R$ 300 a R$ 400 milhões do governo federal”, ressaltou ele.

Para a Vale há outra alternativa caso a obra não seja concluída: o escoamento da produção por ferrovia. Mas o titular da Secretaria Especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão, ressaltou que “a não realização do projeto da hidrovia prejudicará o polo mineral e metalúrgico que seria implantado no Distrito Industrial de Marabá”.

Hidrovia – As obras de derrocamento da Pedra do Lourenço, no Rio Tocantins, acima da barragem da Hidrelétrica de Tucuruí, já deveriam ter sido iniciadas, para garantir a navegabilidade de embarcações de grande porte na Hidrovia Tocantins-Araguaia, que terá 2.794 quilômetros de extensão. Quando concluída, a hidrovia será uma das mais importantes vias de escoamento de produtos e insumos, interligando o centro-oeste brasileiro ao sul do Pará. O transporte aquaviário, dentre todos os modais de transporte, é considerado o menos oneroso, o mais eficiente e o de menor impacto ao meio ambiente.

Simão Jatene e Murilo Ferreira também fizeram avaliações sobre o mercado de minérios e siderúrgico, a produção mineral do Pará e a verticalização desse segmento. “Vim fazer uma visita cordial ao governador Simão Jatene, trazer a ele meu respeito e minha admiração. Na ocasião, comentamos a respeito de diversos aspectos da vida nacional e internacional. O encontro foi motivo de muita alegria, porque tenho uma relação de anos e muito respeitosa com o governador, pois o admiro, e esta foi uma oportunidade de revê-lo”, declarou Murilo Ferreira. Segundo ele, como o governador é uma pessoa que conhece muito sobre o Pará e a realidade brasileira, “sempre aprendemos alguma coisa”.

Também participaram da audiência os secretários de Estado da Fazenda, José Tostes Neto, e de Comunicação, Ney Messias; José Carlos Gomes Soares, presidente da Alpa; José Fernando Gomes, presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral); João Coral Neto, diretor Global de Energia da Vale em Belém, e Paulo Ivan Campos, gerente Geral de Comunidade da Vale. (foto)

 

 

Com informação da Agência Pará – Foto Cristino Martins

 

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Atualização às 10:25
Na esteira do assunto, Franssinete Florenzano nos informa que a Assmbleia Legislativa também vai entrar na briga pela hidrovia.