A ponte
Imperatriz continua charmosa, berço de imensa população que a cerca ao Sul do Maranhão dependente do fôlego da grandiosa cidade. Onipresente, mas maltratada, mal assistida por seus governantes.

Suspensa por cabos que dão sustentação aos seus tabuleiros centrais, a ponte estaiada
ligando os Estados do Maranhão e Tocantins está concluída. Ficou bela, pomposa, a brilhar de longe para que olha da velha balsa com seus dias contados atravessando gentes e veículos. Pra ser bem exato, a ponte foi concluída pelo ex-governador cassado Jackson Lago (PDT), mas ainda faltam obras de aterro em suas cabeças e duas curtas estradas projetadas de ambos os lados, para interligá-la ao eixo rodoviário dos dois estados.

Do lado do Tocantins, máquinas começaram a trabalhar com intensidade construindo a rodovia de 6 Km, no município de São Miguel. Do lado maranhense, necas-necas. Não se vê nada, nem uma viva alma para dizer quando vão começar a conclusão da obras.

Hora da vingança
Imperatriz morre de amores pelo cassado ex-governador Jackson Lago. De dez populares, sete se declaram eleitores dele. E a cassação do velho cacique não pegou bem na cidade. Há histórias de todo tipo descrevendo o espírito do imperatrizense diante do retorno de Roseane ao comando da política estadual. Reações que vão da promessa de apedrejá-la em praça publica de quando da primeira visita governamental à cidade, ou uma “vaia histórica”.

Crença descrente
Quando o assunto é a possibilidade do TSE aceitar denúncia formulada pelos adeptos de Jackson Lago de infidelidade partidária praticada por Roseane Sarney (PMDB) – a governadora migrou do DEM para o PMDB -, opiniões são conflitantes. Metade acha que a filha do presidente do Senado “pagará com a mesma moeda”. A outra entende que a linguagem franciscana de Sarney é muito bem entendida pela maioria dos ministros dos tribunais, não havendo, portando, razão para empolgação.

Não é bem assim
Numa rodada de amigos contemporâneos do final dos anos 70, a provocação não poderia deixar de ser espalhada. O poster indagou sobre a possibilidade de Jackson Lago enlamear-se de vez caso seja constituída a CPI proposta pela Câmara de São Luís destinada a apurar a falência da Coliseu (Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos) – apontada como fonte de “caixa 2” das administrações do PDT. A mesa pegou fogo.

A culpa recai sobre João Castelo (PSDB), prefeito da capital e aliado do ex-governador.

Fair Play
Conversamos demoradamente com Sérgio Macedo, velho amigo do poster. Ele é o secretário estadual de Comunicação de Roseane Sarney – aliás, pessoa da extrema confiança da governadora. Coincidentemente, Macedo também se encontrava em Imperatriz no final de semana.
Sobre a rebeldia do Sul do Maranhão ao governo da filha do presidente do Senado, Sérgio aguarda resultado de pesquisa que ele encomendou para traçar rumos que dará à comunicação naquela região. Mas, experiente que é, sabe da necessidade de investir muito em infraestrutura, jogar volumosos recursos em Imperatriz.

Acalmando Imperatriz, o exemplo segue por outros municípios, naturalmente.

Por ali a coisa funciona assim: o que é bom para Imperatriz, é bom para o restante da região. O que é ruim, a mesma coisa.

Ao comentar posts do blog Colunão, do jornalista paraense Walter Rodrigues há muito tempo radicado em São Luís, Sérgio Macedo foi de uma postura irretocável:

Gosto do Walter, respeito o trabalho dele. Ele é muito correto, zela por isso. Procura não cometer injustiças.

Para quem não sabe, Walter Rodrigues fiscaliza de perto todos os passos da família Sarney e de pocilgas outras insistentemente lutando para manterem na escuridão o Estado do Maranhão.