Mestra Marise Morbach dá o seu recado, à altura de sua sensibilidade  docente:

Como escreveu Drummond: “sejamos docemente pornográficos”. O fim do ano está a poucos passos: vamos nos arrastando, rezando, suplicando, pedindo: “um pouco de pornografia aí, por favor!”.

Não é fácil viver com essas elites tão refinadas, formadas nas melhores universidades brasileiras e do exterior.

Não é fácil conviver com jornalistas ávidos por escrever no vocabulário adequado aos ‘manuais da redação’.

É de uma perfeição o cenário político que nos deixa à beira de uma congestão intelectual: são cuecas, dólares, euros, filmagens, delações e processos, que de tão refinados, ofuscam as mentes mais brilhantes do país, a ponto de um simples “merda” ser motivo para debates acalorados.

Não é fácil ser presidente dessa república orgulhosa e culta; não é não!

 
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Comentaristas

Na caixa de comentários do Quinta, Marise encontra apoio à sua indignação.

Professor Alan, bate de prima:

Pois é, Marise, o Lula falou “merda”…

Como diria o meu avô, seu Raimundo: “grandes merdas!”.

Com toda a sua erudição o FHC não mudou nada no panorama do país. Aliás, se fosse com ele a imprensa diria que ele na verdade falou “merde”, em francês, o povão que teria entendido “merda”.

O problema dos políticos não é quando eles falam merda, nem quando dizem besteiras em geral.

O problema é quando eles resolvem falar – e agir – a sério…

Aí sim é que dá merda!

Bom demais essa blogosfera!

Com ela, o mundo já está sendo marravirrosamente diferente.