Só não teve, ainda, registro de BO, mas já virou caso de Polícia.

Polícias, melhor dizendo, Civis e PM.

Tudo começou quando a prefeitura de Marabá decidiu fazer depositário de lixo público parte da área recentemente desapropriada pelo governo do Estado para implantar a siderúrgica da VALE.

Sem nenhuma cerimônia.

Inicialmente, na descoberta do ato irresponsável, representantes da Secretaria de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (SEDECT) tentaram mostrar à secretaria de Obras do município a impropriedade do local.

De nada adiantaram os argumentos.

Caminhões e mais caminhões continuaram despejando toneladas diárias no terreno estatizado, colocando em risco a credibilidade do projeto siderúrgico defendido a mão e fogo pelo presidente Lula, junto a VALE.

O governo do Estado, através da SETRAN, chegou a deslocar para a área equipamentos pesados, espalhados estrategicamente no ponto onde estava sendo formada a lixeira.

Nem isso, no entanto, impediu a desobediente atitude do poder público.

Ontem, a gota d’água.

Quando começaram a chegar caçambas de lixo, imediatamente, policiais civis e militares foram acionados, impedindo despejos, com ameaças de prisão e o que possam merecer os responsáveis pela ação criminosa.

O prefeito municipal, segundo fonte policial, corre o risco de ser processado por crime ambiental.

Hoje, o Ministério Público será acionado para acompanhar a bandalheira.

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atualização às 09:24
               – Esse rapaz é um louco! Louco!! Não se tem nem como adjetivar comportamento dessa natureza. Enquanto lutamos para construir um cinturão industrial em torno de Marabá, ele, prefeito, se esforça  em espalhar um cinturão de lixo. 
A reação é de  graduado auxiliar, e conselheiro direto, da govenadora Ana Júlia, ao medir a temperatura do governo a respeito do episódio. 
Sabe-se agora: a prefeitura usava premeditadamente o terreno da siderúrgica como depositário de lixo.  Os servidores do setor de limpeza, temendo reação ao ato criminoso, trabalhavam de madrugada para fugir da fiscalização.
O governo do Estado, protegendo-se de alguma reação da VALE, exatamente na semana em que Lula e o presidente da mineradora, Roger Agnelli, discutem o calendário de obras da siderúrgica, comunicou o incidente à diretoria da empresa. Preocupa a repercussão que o gesto do poder municipal pode gerar, considerando que o mega-projeto da usina de transformaçào exige, para sua edificação, a união segura dos agentes envolvidos: VALE, Estado, governbo Federal e município.
Transformar em depósito de lixo  o terreno desapropriado, pelo principal beneficiário do investimento de UR$ 5 bilhões – o  Município -, pode levar por água abaixo todas as negociações até agora envolvidas. Inclusive com a presença forte do Presidente da República, na mesa de decisões.
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atualização às 10:59
Quetionado esta manhã pela Rádio Clube sobre o uso da área destinada à siderúrgica  como depósito de lixo, o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, não quis muita conversa com o assunto. Limitou-se a classificar a ação como “provisória”:
      – É provisório, é provisório, até encontrarmos um local definitivo.