Frede Silveira, autor da entrevista na qual o deputado Arnaldo Jordy declara-se favorável à criação do Estado de Carajás, envia email desafiando o parlamentar a provar que ele (Frede) não tem idoneidade moral para criticá-lo, rebatendo trecho de uma nota de esclarecimento publicada aqui no blog.

 

A seguir, íntegra da manifestação de Silveira:

 

 

Meu caro Deputado Arnaldo Jordy: Preste muita atenção doravante em tudo que você fala. Você sabe que tenho idoneidade moral suficiente para criticar você ou qualquer outra autoridade legalmente constituída porque minha vida me respalda. Estas coisas aprendi no mesmo banco de escola que você. Mas, o banco da escola que estudamos (CESEP), pode ter sido o mesmo, agora, o banco da casa onde nascemos e vivemos, este, sim, pode ter feito a diferença entre nós. Não posso e não devo entender como errado que qualquer pessoa possa mudar de opinião. Todos nós temos este direito. Só acho que temos que ter hombridade suficiente para justificar a mudança aos que depositaram sua fé e confiança em nós. Principalmente um homem público como você. Isto, a meu juízo, lhe faltou. Faltou mais: respeito a quem sempre lhe respeitou não só como homem, bem como um polítco, no meu caso especificamente, ao qual hipotequei a confiança não só de ter apoiado com meu voto, além ter recomendado a pessoas queridas, como meus filhos, esposa, parentes e amigos. Você não foi eticamente recíproco. Faltou-lhe, e aí me esforço para tentar lhe entender, força moral para mostrar-se com transparência necessária aos que sempre lhe presaram e respeitaram. Como eu, por exemplo, que enfrentei a opinião contrária dos meus companheiros desta respeitosa comunidade mais que virtual (facebook), que pensam como eu em respeito a divisão do nosso querido Pará. Agora, meu ex- nobre colega de banco de escola, você me dá o nada prazeroso direito de dizer: prá mim, se você não chegou a se um canalha, se assim continuarndo a agir, em breve será um canalha igual ou pior aos que nós, juntos, um dia, tanto criticamos. Aproveito a oportunidade em nome do Jordy que um dia conheci para lhe aconselhar: mude o caminho que estás seguindo porque este que trilhas fatalmente lhe tornará um perfeito canalha. E por aqui dou por encerrado este triste episódio sem poder lhe desejar um fraterno abraço.

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Atualização às 17:42

 

Comentarista Francisco Potiguara responde a Frede Silveira:

 

É engraçado como as pessoas se sentem ofendidas, por aquilo que julgam ser uma mudança de postura, e enxergam ambigüidades onde pode ser sintomas de coerência se a leitura for feita com um olhar sob outro prisma. O que este rapaz chamado Frede, cita ser uma ofensa a sua honra por parte de Jordy, pode ser entendido sob diversos outros aspectos. Querer justificar que Jordy foi parceiro de banco de escola sabe-se lá aonde, não é pré-requisito para absolutamente nada. Soa patético e nada justifica, até querer marcar diferenças entre bancos de casa? O que é que isto pode significar? Não vejo nenhuma lógica nisto. Vamos parar com esta tragicomédia e entender que os votos que Jordy teve em Marabá e na região, não foram só daqueles que querem a divisão do estado ou a criação do estado de Carajás. Esta é uma reivindicação justa e centrada em valores, conceitos e argumentos, que precisam ser respeitados, mas que não diminui ou descaracteriza os argumentos de quem se opõe a isto. Precisamos desarmar os espíritos e entender, que todos nós, se não estamos no mesmo barco, estaremos em barcos muito próximos ou parecidos. Muitos dos que moram aí na região são contrários a criação do estado de Carajás, e o plebiscito irá provar isto, e nem todos que pensam assim, também votaram no Jordy. Deixemos de ilações e nos preocupemos com o que de fato interessa. Os problemas deste estado são gigantescos e não se reduzem nesta discussão. Este gracioso que fala que “Jordy, tem pisado na bola desde quando comungava com a galera do MR8”, não sabe o que está dizendo, e tenta desmerecer com argumentos ridículos uma das mais brilhantes carreiras que um político já trilhou neste estado. Antes de falar besteira, deveria avaliar a história e os compromissos que Jordy já deu fartas provas de possuir. Não houve mudança nenhuma e isto não infere em absolutamente nada na possibilidade real de Jordy, com muita justiça pleitear a candidatura a prefeitura de Belém.

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Atualização às 09:24 (27/08):

 

 

Respeitável Jornalista Hiroshi Bogea,

Em princípio julguei desnecessário responder ao comentário deste ilustre cidadão chamado Francisco Potiguara, pela desimportância denotada pelo teor da veemente defesa que ele faz do Excelentíssimo Deputado Federal Arnaldo Jordy. Porém, analisando melhor o contexto em que se manifesta o referido senhor, resolvi, nos termos em que costumo tratar as pessoas, embora algumas imerecidamente, oferecer-lhe algumas explicações que, quem sabe, possa situá-lo melhor num ambiente de trato civilizado. Meu ilustre adversário de causa, primeiro, “este rapaz chamado Frede”, arrogantemente nominado pelo senhor, na verdade trata-se Frede Souza da Silveira, casado, pai de um casal de maravilhosos filhos, com curso superior na área jurídica, obtido na mesma escola em que seu provável líder (se o for julgo estar sob boa liderança), estudou, e que, imagino eu, no afã de agradar seu guia faltou-lhe uma mais detida análise de minha explanação, pois lá consta que estudamos, tanto eu como o Deputado Jordy, no antigo CESEP (Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará), que posteriormente veio a chamar-se UNAMA, e não como Vossa Senhoria ironicamente imagina como sendo uma ” escola sabe-se lá aonde”, funcionário público federal de nível superior no exercício de função de carreira exclusiva de Estado, através de concurso público (jamais exerci cargo de indicação política, embora não o desmereça). Complementarmente, a guisa de mero reforço cognitivo devo informar-lhe, ilustre cidadão, que ao contrário de seus convictos e declarados costumes, reputo tanto ao banco escolar como ao banco da casa de meus pais, que usei metaforicamente, até porque escrevi a uma pessoa que embora de lado oposto ao meu no caso da divisão do Pará, sei-o culto bastante para ter entendido o teor da mensagem, a mim são de fundamental importância para a vida. Sem o banco escolar eu não teria chegado ao tão difícil Diploma de Curso de Direito, principalmente na época em que estudei. Quanto ao banco da casa de meus honrados pais, meu caro senhor, foi lá, naqueles longínquos e difíceis tempos que aprendi a entender o significado de honra, dignidade, ética e boa moral, embora ao senhor tais valores soe patéticos. Se a Vossa Senhoria valores tais signifiquem apenas mera e ilógica tragicomédia, a mim e aos meus são as bases que sustentam nossas justas aspirações por um mundo mais justo e fraterno onde valores como a verdade são absolutamente essenciais. Embora deva por absoluto respeito a liberdade de expressão que o Estado de Direito nos faculta, a mim e a V.Sa., respeitar sua opinião e modo de vida, mesmo não os seguindo, pois a mim verdade não se trata de simples figura dialética. Quero expressar aqui a convicção de que se tem alguém, entre eu e o senhor, com o espírito desarmado, este alguém, induvidosamente, não é o senhor. Passe bem, é o que lhe desejo sinceramente.

Frede Silveira

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atualização às 11:40 (29/08)

 

Para encerrar de vez a polêmica, o blog traz à boca do palco a réplica de Francisco Potiguara:

 

Eu, apessar da minha “desimportância”, preciso esclarecer algumas coisas da resposta do senhor Frede Souza da Silveira. Em nenhum momento eu quis desmerecer os conceitos e a idoneidade do referido e ilustre cidadão. Diferentemente do mesmo, não acho que seja imerecido, tratar com civilidade quem quer que seja, acho que isto é o mínimo que podemos fazer. Se o senhor Frede achou que eu fui arrogante, ao tratá-lo como “este rapaz chamado Frede”, saiba que não tive a menor intenção de desmerecê-lo e muito menos ser arrogante, pois isto não faz parte do meu perfil e quem me conhece sabe disto. Mesmo sem conhecê-lo, fico feliz, e falo isto com absoluta sinceridade, que seja um cidadão honrado, pai de família e bem sucedido pessoal e academicamente, mas eu nunca quis negar isto. A título de informação, eu também estudei no antigo CESEP, na mesma época, em que tanto Frede, como Jordy estiveram nos bancos deste centro de ensino. Só entendo, que dentro do debate em que se estava tratando, estas referências, me pareceram absolutamente irrelevantes e por isto o uso do termo “escola sabe-se lá aonde”. Em relação aos “bancos de casa dos pais”, é claro e evidente, que cada um busque valorizar a importância deles nos ensinamentos de vida. Jamais quis desmerecer ou diminuir isto. Esta é uma seara sensível e importante, de foro íntimo e pessoal. È preciso resgatar a verdade, de que jamais afirmei que honra, dignidade, ética e boa moral, sejam valores patéticos. O que eu quis dizer, que o uso de argumentos que não estavam inseridos no contexto, eram patéticos na tentativa de justificar, aquilo que não tinha referência lógica. Nunca possui procuração do deputado Arnaldo Jordy, para fazer defesa dos seus conceitos, não sou assessor dele e nem recebo qualquer tipo de remuneração para tal. Defendi e continuarei a defender, que Jordy, tem uma postura de coerência e sua trajetória o credencia, para ter opiniões que mesmo contraditórias em relação ao pensamento daqueles que defendem a criação do estado de Carajás, neste momento, mereçam ser respeitadas, por tudo o que ele simboliza enquanto um político diferenciado. Estamos juntos e sempre estaremos, senhor Frede, na luta permanente por um mundo mais justo e mais fraterno. Reafirmo como o senhor, no integral respeito a liberdade de expressão e na defesa do estado de direito, livre e democrático. Por fim, quero deixar claro que jamais entrei em discussão alguma, com espírito armado contra quem quer que seja. A divergência de idéias é salutar e pedagógica, e nunca quis dizer o contrário em relação a pessoa do senhor Frede Souza da Silveira. Estou a disposição para qualquer tipo de esclarecimento e reputo como louvável e necessário o tercer de idéias e argumentos. O mundo seria muito sem graça, se não pudéssemos divergir, claro que dentro de um padrão de respeito e civilidade.