Surpresa aguarda apoiadores financeiros de candidatos sob encomenda para formar blocos de oposição, nas assembléias e parlamentos, aos movimentos sociais espichados em todos os estados brasileiros. Principalmente no Sul do Pará, dificilmente haverá espaço sobrando para as tendências de direita avançar, como faziam há duas décadas, patrocinando a formação de bancadas rurais.

Distribuição de renda
Para se ter idéia da importância dos assentamentos nos municípios paraenses, grande parte da economia destes depende do dinheiro que os colonos assentados despejam todo fim de mês no comércio de varejo. Essa é a nova realidade de municípios como Brejo Grande, São Domingos, São João, São Geraldo, Itupiranga, Novo Repartimento (município com maior número de assentamentos no país), Marabá, Eldorado, Sapucaia, ParauaperbAS – e por aí vai -, cada vez encorpados economicamente pela renda que sai da política de Reforma Agrária.

Apenas para ilustrar o post, semana passada, batendo papo com gerente de grande concessionária de veículos no Sul do Estado, o blogger ouviu dele simpática defesa da atuação dos sem-terras na região, ressalvando apenas objeção ao radicalismo de alguns atos de suas principais lideranças. Na visão do executivo, se não houvesse o atual volume de assentamentos, o desemprego em plena crise seria de dimensão trágica, sem falar na quebradeira de muitas micro e pequenos lojas, e que se mantém firmes num nicho em que seus clientes maiores são os agricultores assentados.

A satanização dos movimentos sociais, como se fazia antes, não tem mais vez, entre a maioria dos formadores de opinião. Limita-se a preconceito e contestação política de quem tem área invadida ou por atraso cultural daqueles fervorosamente criados no meio.