O deputado estadual Sebastião Miranda (PTB) nunca escondeu de ninguém que um dia daria o troco em Asdrubal Bentes (PMDB).

Rancoroso por natureza,  o ex-prefeito de Marabá sempre achou que Asdrubal foi um dos responsáveis pelo afastamento dele, por cinco meses, da prefeitura de Marabá, em 2005, acusado à época de crime eleitoral.

A ação que ocasionou, na noite de ontem, 8, a condenação do único deputado federal marabaense foi arquitetada por Sebastião Miranda.

Foi depois da eleição para a prefeitura de 2004, vencida por Miranda, que a ação penal foi movida  contra Asdrubal Bentes – sob a coordenação direta de Sebastião Miranda – inclusive os custos de advocacia sustentados até recentemente pelo atual deputado estadual -, e toda uma logística montada para a identificação de “clientes em potenciais” das cirurgias de laqueadura tubária,  realizadas pelo  Fundação “PMDB Mulher”.

Carregado de rancor, Sebastião Miranda sempre dizia, aos mais próximos, que “a vez de Asdrubal chegará” – referindo-se  ao resultado da ação por ele impetrada acusando o deputado de prática ilegal de esterilização feminina.

No bojo de tanto ódio, Sebastião Miranda carregava consigo a desconfiança de que fora Asdrubal o responsável direto pela ação movida contra ele por crime eleitoral,  no embalo da eleição de 2004. Em verdade, quem patrocinou o processo que levou Miranda a ser afastado da prefeitura de Marabá por cinco meses, foi a ex-deputada Elza Miranda, que havia disputado também a eleição municipal, tendo como adversários Sebastião Miranda e Asdrubal.

Asdrubal anexaria sua assinatura ao processo, como litisconsorte, meses depois da ação já ter percorrido todo um rito  processual, no vácuo da decisão de Elza Miranda desistir de continuar financiando a contenda jurídica.

Não é por menos a satisfação dos  “tiãozetes”.

Ontem mesmo à noite, pouco depois da decisão do STF, na orla de Marabá, já dava para perceber o quanto a condenação de Asdrubal foi recebida efusivamente pelos apaixonado seguidores do deputado estadual petebista.