Caso Adauto: carro estava a 120 Km
O blog tem acompanhado atentamente as investigações sobre a morte do agente de trânsito Adauto Melo, atropelado pelo militar da aeronáutica Vitor Hugo Carvalho da Rocha.
Acaba de sair o resultado do laudo da perícia que atesta a velocidade do carro dirigido irresponsavelmente pelo militar na hora do ato do atropelamento de Adauto: 120 quilômetros. Ou seja, duas vezes a velocidade permitida na avenida Almirante Barroso, onde o rapaz foi morto.
Abaixo, a reprodução dos lados referentes às páginas 1 e 4, onde são citados a as condições do estado em que se encontravam os pneus do veículo atropelador (no laudo, identificado como veículo 2), e a velocidade constada no carro, na hora do choque.
Observem, à página 1, o que diz o perito:
“No momento do exame, os peritos observaram as condições do estado em que encontravam-se os pneus da lateral direita e o penu dianteiro esquerdo, que embora apresentassem vertígios de terem sido parcialmente danificados pelo reboque, suas bandas de rodagens estavam desgastadas e sem condições de trafegabilidade, comprometendo assim a segurança do veículo”.
Agora, à página 4 do laudo, a descrição da velocidade encontraada, na hora do atropelamento:
Á página 4, a observação do perito:
Após o resultado dos cálculos efetuados, posso afirmar que apenas ao condutor do veículo dois, deve ser atribuída a responsabilidade pela ocorrência, por dirigir sem atenção e os cuidados indispensáveis a segurança do trânsito, com velocidade duas vezes maior que a velocidade máxima permitida para a via.
Abaixo, foto da situação dos pneus.
Considerando o resultado do laudo como avanço para o sucesso das investigações e a prisão definitiva do motorista assassino, Célia Pinho, irmã de Adauto Melo, escreveu em seu Face:
Um importante passo na caminhada em busca da JUSTIÇA no caso Adauto Melo. foi divulgado o laudo da perícia que atesta a velocidade do carro no ato do atropelamento de meu irmão. 120 quilômetros, duas vezes a velocidade máxima permitida para a Av. Almirante Barroso, que é de 60. Esse fato motivou a promotoria do MP a pedir a prisão preventiva do acusado, que se encontra em liberdade desde o dia 31/12. Só tenho a agradecer a Deus e a todos que fizeram sua parte na condução desse processo até esse momento e que certamente continuarão fazendo. Minha familia está com as esperanças renovadas, apesar da imensa saudade que vai nos acompanhar para sempre. A JUSTIÇA já começa a mostrar sua cara.
Só se ouve falar na morte do agente Adauto, agora faço uma pergunta como fica referente a família que estava no outro veículo?
Isso não conta na soma da pena?
Foram indenizados?
Prezado Hiroshi, sou sobrinha do Adauto, vítima do crime de trânsito em questão. Quase 10 anos se passaram e o caso continua sem ser julgado. Após diversos adiamentos, minha família está digerindo mais um possível cancelamento da audiência que estava marcada para a próxima terça-feira (27/10/2020), a qual nem sequer fomos avisados – por acaso minha mãe foi olhar o processo e viu. Sem palavras para expressar nossa tristeza com tamanha morosidade e vulnerabilidade da justiça em um caso tão óbvio.
Não é exatamente uma “boa notícia”, mas compreendi o que você quis dizer. Um abraço, estou seguindo pelo twitter.
Edir, você entendeu, mas alguns podem não entender. A “boa notícia” é porque a expectativa não era das melhores em relação ao resultado do laudo pericial. Há muita pressão de gente de influência para que o motorista que matou Adauto nãos seja condenado como o merece. Em casos idênticos, muitos criminosos do trânsito foram absolvidos pela impropriedade dos laudos periciais. Em todo caso, considero oportuno retirar a expressão, refletindo sua observação. Obrigado, parceiro.
Só se ouve falar na morte do agente Adauto, agora faço uma pergunta como fica referente a família que estava no outro veículo?
Isso não conta na soma da pena?
Foram indenizados?