Quinze dias atrás, antes da dieta de 1.200 calorias a qual me submeto atualmente, o poder dos triglicerídeos comandando insanidades variadas em meu sangue operava a uma taxa de 350, andando pelo universo do organismo como uma caldeira à moda antiga.

Por várias vezes, antes da abstinência atual, triglicerídeos, colesterol e a esteatose hepática, descobertas em recentes exames, eram festejados semanalmente com feijoada ou salames gordurosos, e a buchada preparada pela irmã Terezinha – em demoradas rodadas de cerveja.

Quando prometia iniciar a dieta na “próxima segunda-feira”, imaginava o que poderia acontecer se fosse obrigado a perdê-los, e como nas perdas de amor sentia o coração apertado e deficiente.

Achava que ficaria mal, egoísta, fraco, magro, nervoso, doente.

Ou não saberia mais pensar, viraria destro, manco, torceria por outro time, sem a cerveja e a comilança desastrada – mas gostosas.

Triglicerídeos putos, que me iludiram tanto assim!