O confronto, outra vez, de índios com a administração pública, já se esperava, no Sul do Pará. Agora, com a assinatura dos Kaiapó.

É sempre assim: os coitados dos caciques procuram as autoridades, mostram seus problemas, criados pelo avanço das tais frentes de expansão, recebem de volta promessas nunca cumpridas.

Esperam, esperam, apelam para a intervenção da FUNAI, e a conversa de repete.

Quando o poster soube, no Rio de Janeiro, que a aldeia Gorotire estava em pé de guerra, levando, inclusive, para seu interior o chefe do núcleo Regional da Setran, Valter Peixoto, feito refém na interseção de duas rodovias, o velho filme reprisou.

Quem percorre os 50 km da vicinal que liga a PA-287 a aldeia indígena, fica indignado a perguntar-se como podem os quase dois mil Kaiapó ter acesso digno à civilização, em busca de socorro ou à cata de consumo nos centros urbano, irresponsavelmente ensinados a comprar pelos mesmos caras pálidas, que hoje lhes negam cobrir o alto custo da aculturação.

O blogger já esteve duas vezes naquela ridícula vicinal. Conhece o sufoco de andar por ali de carro.

Os kaiapó aguardam, desde a gestão do ex-prefeito de Cumaru, promessas de recuperação da estrada.

O blog vai cobrar, semanalmente, o cumprimento do acordo assinado, hoje, entre a Setran, prefeitura, FUNAI e os índios da Gorotire, pelo qual a parceria dos governos estadual e municipal se compromete tornar trafegável a vicinal do fim-de-mundo.