Finalmente, alguma autoridade se levanta para denunciar as sacanagens praticadas nas rodovias do Pará pelo monopólio da Transbrasiliana, empresa que controla, há quase meio século, o transporte interestadual paraense.

A deputada estadual Bernadete tenn Caten (PT) levanta a voz e pede licitação pública.

Veja o que diz nota da assessoria de imprensa da parlamentar marabaense:

A abertura de licitação pública para a concessão do transporte público rodoviário intermunicipal na região Sul e Sudeste do Pará foi fortemente defendida pela deputada Bernadete ten Caten (PT), na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta quinta-feira, 27 de agosto. Há décadas a população de cerca de 38 municípios dependem exclusivamente de duas empresas (Transbrasiliana e Açailândia) que prestam o serviço de péssima qualidade. Bernadete apresentou moção para que a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos no Estado do Pará (Arcon) realize a licitação e, ainda, vai denunciar o caso ao Ministério Público Estadual.

Bernadete classificou a situação do transporte público rodoviário da região como “caótica” e disse que pede providências à Arcon desde o ano de 20007: “Eu recebo inúmeras denúncias em meu gabinete, de tarifas caras e ônibus que quebram várias vezes durante o trajeto, prolongando para 17 horas viagens que deveriam ter 10 horas de duração. Os passageiros chegam atrasados nos compromissos. Sem falar no arcondicionado quebrado em veículos que não abrem as janelas e as pessoas ficam passando mal, vomitando mesmo dentro dos ônibus, desculpem a expressão, mas a realidade é essa. Esta Casa não pode mais se calar diante desse caos. A população confia em nós deputados para denunciar e resolver a situação”, cobrou a petista.

A deputada destaca na moção as denúncias de má conservação dos veículos, que ameaçam diretamente a segurança dos motoristas e passageiros, já tendo ocorrido acidentes. “Há relatos de sobrecarga de trabalho dos motoristas, que podem cochilar no volante; de janelas de emergência danificadas; de motoristas que viram mecânicos pra improvisar o conserto do ônibus na beira da estrada”, relatou Bernadete. O documento informa à Arcon, ainda, sobre veículos superlotados e sujos. “Já soube de passageiro que foi á Parauapebas, saindo de Belém em ônibus novo de luxo e novo, mas, ao chegar na Alça Viária, transferiram todos os passageiros para uma ‘carroça’ que quebrava a cada quilômetro percorrido”, acrescentou.

Segundo Bernadete, há relatos que essas empresas (Transbrasiliana e Açailândia) pertenceriam ao mesmo dono, o que configuraria monopólio que precisa ser quebrado. “Faço a denúncia enquanto deputada e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor”, ressaltou. Ela convidou os demais deputados a subscreverem a denúncia que será encaminhada por ela ao Ministério Público. A denúncia deve gerar uma investigação sobre o caso e, em conseqüência, uma ação civil pública.

O poster, há anos denuncia na coluna do Diário do Pará e aqui no blog, o monopólio da Transbrasiliana. Recentemente, a empresa Açailândia, passando por dificuldades financeiras, foi adquirida por um dos sócios da empresa goiana. Há monopólio.

A tentativa da deputada Bernadete Caten de obter apoio de seus colegas para denunciar a Transabrasiliana, gerando desse processo provável ação civil pública, merece aplausos, e da parte do blogger terá todo apoio.

Fiquemos, então, de olho nos demais palamentares deputados. Identificar qual deles estará ao lado da população ou quem irá preferir esconder-se do desafio omitindo-se de assinar o processo de investigação.