Lula disse em discurso que a Amazônia é dos brasileiros. Claro, registrou o óbvio na tentativa de constranger vozes defensoras da internacionalização do cobiçado pedaço do território brasileiro, que nos últimos 15 dias voltou a ser o ponto de atração da mídia mundial, inspirando artigos e declarações de lideranças mundiais.
Quando todo mundo se qualifica para falar de desmatamento e destruição do verde amazônida, o blogger recorda de posição oficial de João Paulo dos Reis Veloso, então ministro do governo militar, numa conferencia internacional, convidando o mundo a ocupar a Amazônia, uma forma nada sensível de estimular o aporte de capital estrangeiro. Na época, havia permissão legal, e incentivos fiscais para substituir o que chamavam – de forma quase pejorativa – de florestas heterogêneas por florestas homogêneas com eucaliptos ou pinheiros-do-caribe, na metade da área das propriedades rurais. Desta forma era oficialmente permitida e incentivada a derrubada de matas originais em qualquer bioma.

Paralelamente ao despertar da consciência para a conservação ambiental, os governos comprometeram-se e cumpriram alguma medida de proteção quando isso não significou abrir mão de crescimento econômico, numa atitude imediatista e inconseqüente.

Difícil mesmo é pretender salvar no varejo o que se destruiu no atacado.

Imagem rara de se ver nos dias de hoje: trecho do rio Tocantins com suas margens
protegidas por mata ciliar, entre os limites do Tocantins com o Maranhão. Grande extensão
de terra com seu bioma, ainda, conservado.