Decisão do MPF em Marabá de instaurar inquérito para apurar as condições dos assentamentos da região sul/sudeste chega com bastante atraso, mas é bem vinda.

São mais de 500 assentamentos, em sua maioria  abandonados  pelo Incra, que vive  prometendo cumprir o programa de Reforma Agrária, mas nunca chega à ponta dos verdadeiros interessados, as famílias dos assentados.

Quem percorre os assentamentos, como o pôster tão bem conhece cerca de 50 deles, constata a  falta de tudo: energia elétrica, abastecimento de água, assistência técnica e, pricipalmente, estradas decentes, para o escoamento da produção.

Se o MPF tivesse atentado a tempo para essas deficiências da reforma agrária, tensionamentos como o que ocorreram recentemente nas ruas de Marabá, jamais ocorreriam.

O Incra, como instituição federal responsável pela implantação da reforma agrária, necessita ser fiscalizado, cobrado insistentemente. E só quem tem poder para obrigar o órgão a cumprir sua missão, já que institucionalmente ele não procede, é o Ministério Público Federal.

Saudemos, portanto, a decisão dos procuradores da República em Marabá, Tiago Modesto Rabelo e André Casagrande Raupp.