Dez dias praticamente ausente da base, como ainda permanece – o poster acompanhou de longe os fatos políticos.
Com um olho no peixe e outro no gato, não desgrudou, no entanto, de se ligar na votação do tal “novo” Código Florestal, que de novo só tem mesmo o desflorestamento que irá estimular, depois da aprovação da anistia a desmatadores e da não obrigatoriedade de cobrir com novas mudas a supressão de florestas em áreas predeterminadas.
O pelotão dos desmatadores, financiados por pecuaristas e até os próprios, conseguiu derrotar a proposta do governo, numa votação coberta de cenas deprimentes, risos amarelos e o enfadonho momento pós-aprovação, saudado pelos motosserristas como se o país tivesse vencido uma guerra.
Mais desalentador foi presenciar a participação de doze membros da bancada paraense entre os efusivos risos de alegria tão logo saiu o resultado da votação.
Uma catrevagem de políticos mal intencionados, desassociados das questões ecológicas -, hoje tão importantes quanto a atenção que se deve dar à educação, saúde, segurança individual e disseminação do conhecimento.
Os deputados federais paraenses motosserristas, em verdade, pouco estão ligando à pobreza, desigualdade, qualidade de vida. Para eles, assim como para outras centenas de deputados de outros estados, compromissos maiores são com os financistas de suas campanhas.
E eles sabem que o desmatamento gera pobreza e minguam os já exauridos recursos naturais.
Para desgraça deles, e plena irritação de seus pulmões, temos Dilma no comando da nação, que vetará os artigos criminosos aprovados pela catrevagem.
Anônimo
3 de maio de 2012 - 07:22Só vejo alegria nestas caras quando eles aprovam seus próprios salários ou quando formam um bloco de coalisão para aprovarem coisas de seus interesses.
Nas eleições aparece com a maior de cara de pau na mídia e nos palanques dando uma de coitadinho!
Também com um bando de eleitores analfabetos que há neste país queremos o quê?
Prof. Francisco Neto
3 de maio de 2012 - 07:16Hiroshi,
Com meu pouco entendimento o que mais se precisa neste País é sim de reforma agrária.
Nos EUA não há espaço para o socialismo, como todos nós já sabemos não mesmo? Mas assim mesmo os capitalistas daquelas bandas são tão espertos que já fizeram suas reformas na distribuição de terras há muito tempo. Ou seja, de uma ou outra nossos políticos são uns bandos de asnos que merecem mesmo é comer capim. Fico impressionado com esse tipo de postura em pleno século XXI. O Abgail com toda cesteza acertou na mosca com seu posicionamento, mas lembremos que a então presidente está com as mãos e pés amarrados para defender apenas os interesses dos ricos, caso contrário não haveria cortes na educação e na saúde pública dos brasileiros. Nas eleições deixemos de trocar nossos votos por favores mediocres, pois temos os direitos já garantidos em leis e que por sinal são as mais copiadas do mundo, é sabermos cobrar.
Preservação mesmo?
2 de maio de 2012 - 13:46Para informar o link do relatório “Farms here, forests there” que explica porque tem tanta ONG aqui querendo ” preservar” a Amazônia:
http://assets.usw.org/our-union/pulp-paper-forestry/farms-here-forests-there-report-5-26-10.pdf
Olhar Feminino
1 de maio de 2012 - 22:59Ave, teve comentaário maior do que o primeiro, ary baba tchê…é o latifúndio de olho no blog do Hiroshi.
Abigail
1 de maio de 2012 - 10:31Assisti a um programa em que um dos apresentadores afirmava que nós, brasileiros, tratamos nossos políticos com muita reverencia.
Concordo com ele. Sempre elegemos os mesmos políticos sujos, sempre os tratamos com honras aonde chegam.
Politico não é deus, devem ser humildes e trabalhadores como todos nós.
Fazem as leis que beneficia somente um pequeno grupo, o grupo deles.
Precisamos parar de temê-los, eles é que devem nos temer. Somos nós, os eleitores, que os elegemos, então nós que devemos ser tratados com honras, com reverências.
Anonimo 11:51, vamos reduzir o texto de teu comentário, que tá mais para defesa de tese do que propriamente para comentário em blog. Temos regras aí para publicação de textos. Observa-as para evitar a recusa de teu comentário.
OIho Vivo
30 de abril de 2012 - 11:25Desculpe aí, Seu Hiroshi, de duas perguntinhas, acabei fazendo quatro, né? É a indignação por tanta perseguição contra aqueles que produzem para sustentar essa nação. Gente que trabalha é tratada pelos “ongueiros” e pela imprensa como se fossem bandidos.
OIho Vivo
30 de abril de 2012 - 11:23Só duas perguntinhas:
1 – Já que os produtores rurais são o cão chupando manga, quem financia as ONGs e políticos que “defendem” tanto o meio ambiente?
2 – O arroz, o óleo de soja, aquela picanha suculenta que tanta gente gosta (não sei vc, mas eu gosto) nascem nas gôndolas dos supermercados?
3 – Quem é que mantém a estabilidade econômica do Brasil já há tantos anos, senão os “ruralistas” que plantam, colhem e correm todos os riscos da atividade tão instável que é a agropecuária? Aliás, Hiro, que vc é um dos canta em versos e prosas o suposto sucesso econômico alcançado pelo deus Lula e pela deusa Dilma, pode nos responder o que seria da nossa economia sem o constante superavit da atividade agropecuária, demonizada pelos ambientalistas e por muitos de vcs da imprensa? E olha que a agricultura e a pecuária não tem as generosas quedas de impostos da linha branca, dos automóveis e outros segmentos da indústria.
4 – Nos mostre, Hiro, com as devidas provas, qual o país do mundo tem as grandes reservas ambientais que tem o Brasil. Ou nos diga, onde há tanta floresta em pé como aqui? Onde os pequenos produtores são tão massacrados pela legislação como querem os ambientalistas nessa história do novo Código Florestal? A verdade é que esse discurso é coisa de gente que acha que o Brasil precisa viver agachado perante todas as ONGs. governos e instituições internacionais como muitas das famigeradas agências da ONU.
Anônimo
30 de abril de 2012 - 10:31Prezado Hiroshi, a receita não é bem esta que foi propagada no seu blog. Em primeiríssimo lugar, o Código Florestal brasileiro surgiu em 1934, governo de Getúlio Vargas, através de um decreto presidencial no intuito de garantir a manutenção de matriz energética brasileira: carvão e lenha. Lembre-se que a expansão da lavoura de café, por exemplo, pressionava as florestas do Sudeste do país, acaba influenciando o preço daqueles produtos energéticos e isso afetava diretamente os lares, dado o aumento da distância da matéria prima. sem as mesmas preocupações ambientais de hoje e sem ter como controlar o que acontecia nas posses, o governo criou a dita “quarta parte”, ou 25% de reserva nos imóveis, dentro da doutrina “uti possidetis”, segundo l um princípio de direito internacional segundo o qual os que de fato ocupam um território possuem direito sobre este. Nasceu aí o embrião do que hoje se chama Reserva Legal.
Esta iniciativa não vingou, como se diz popularmente, e o legislador, com o passar dos anos percebeu que haveria a necessidade de se fazer reservas ou salvaguarda do patrimônio dos biomas, conservando algumas partes. Foi aí que em 1965 o Código Florestal brasileiro passou por uma segunda reforma, mas errou ao fazê-lo focando somente as terras privadas, esquecendo-se de que as regiões, isto é, os biomas não eram ocupados inteiramente por esses imóveis: havia um grande território ocupado por posses, muitas delas em terras devolutas da União.
A Reserva Legal foi instituída oficialmente por Castelo Branco que promulgou a Lei 4771 em 15 de setembro daquele ano de 1965, o que se chamou de Código Florestal Brasileiro. Houve uma mudança e a quarta parte deixou de existir, passando o percentual de conservação para 50% nos imóveis da Amazônia e reduzindo para 20% o que era antes 25% no restante do país. Por que tal mudança? Por que tal separação entre produtores de uma região inteira em desacordo com todo o país? Existem várias hipóteses para explicar o tema e que vão desde a política de “integrar para não entregar”, segurança nacional, etc.
O fato é que tanto você quanto demais pessoas viram a Amazônia expandir suas áreas de produção sob os ditames dos planos e programas nacionais onde o colono recebia um total de área desde que abrisse ali 50% da sua área, mencionando especificamente o caso da Amazônia. Errou o colono ao cumprir a legislação que era vigente?
Em 2001, com a edição da Medida Provisória, mais um ato exclusivo do Executivo, os percentuais de Reserva Legal foram novamente alterados e, somente para enfatizar, na Amazônia subiu-se a Reserva Legal para 80%. Como fica aí a situação de todos os colonos que cumpriram a legislação anterior? Ficou em evidência que o sistema de “freios e contrapesos” estava fragilizado, com o Executivo legislando. Outra questão é que naqueles anos de colonização citados anteriormente, muitos colonos faziam 100% de abertura e recebiam o mesmo quantitativo de terra em áreas florestadas, como podem eles agora ficarem de acordo com a lei?
O atual código foi exaustivamente discutido em mais de cem audiências públicas, tramitado nos rigores da Lei, discutido ponto a ponto, ouvindo especialistas de ambos os lados que, infelizmente, polarizaram a discussão, que foram os ruralistas e os ambientalistas, sendo este o maior ponto negativo. Importante é que o processo foi levado dentro dos trâmites e se chegou a sua aprovação atual e mais ainda, pode proporcionar à sociedade, durante as audiências a sua participação.
O código atual garante que todas as áreas com produção consolidada sejam mantidas e o Brasil possui a maior quantidade de áreas destinadas à conservação e preservação ambiental do planeta, lembrando que grandíssima parte está localizada no nosso território amazônico. Lembre-se também que quando se fala em manter a reserva legal dos imóveis, considerando-se todo o direito adquirido pelo atendimento às legislações anteriores não se trata em anistiar coisíssima nenhuma. Pelo contrário, é garantia de direitos.
É lógico que aquilo que não estiver consolidado deve ser recuperado dentro do que prescreve a Lei em todo o seu rigor, tanto pelo mau uso do recurso quanto pela especulação imobiliária frequente no meio rural desde sempre.
Gostaria que se olhasse não o palco da última votação da Câmara, mas que se voltasse os olhos para o passado, especialmente se tratando de um filho da Amazônia e marabaense que você é. Veja as políticas várias que levaram ao estado atual das coisas. Lembre-se que a Amazônia, na atual sanha de ser preservada a qualquer custo, inclusive das vidas dos que vivem aqui, também é pirateada nos seus princípios químicos e não raro é moeda de troca histórica do Brasil, como na resolução dos problemas sócioeconômicos brasileiros dando “terras sem homens para homens sem terra”.
Devemos amadurecer a partir de hoje com uma legislação escolhida pelos representantes do povo, pelo processo democrático e pelas regras que os nossos costumes e crenças impõem. Não haveremos mais como apelarmos para o fato de que tanto em 1934 quanto 1965 foram atos isolados do Executivo e que em 2001 foi criado o código das ONGs. Hoje, haveremos de considerar que temos agora o nosso Código Florestal Brasileiro e a partir deste ponto histórico deveremos avaliá-lo, corrigi-lo alterando tudo aquilo que nós, sociedade brasileira, julgarmos necessário, POR NÓS E PARA NÓS!