Leitura imediata do resultado das prévias do PT, em primeiro turno, de cara, demonstra que a DS (Democracia Socialista), tendência interna comandada no Estado pela ex-governadora Ana Júlia, não está tão isolada como previam analistas e diversos setores da classe política – inclusive, demais correntes internas do próprio Partido dos Trabalhadores – por conta do desgaste imposto a tendência no rastro das atuações do deputado federal Cláudio Puty à frente do governo  Carepa.

Único representante da DS com mandato, atualmente, Puty passou a ser apontado como um dos principais membros da cúpula do governo petista responsável pelo isolamento de Carepa – culminando com o afastamento da antiga administração estadual de diversas lideranças petistas, acomodados em outras correntes.

O que se falava, até domingo último, 22, era de que a DS estava totalmente isolada, servindo a eleição interna para escolha do candidato do PT à prefeitura de Belém, como parâmetro da extensão do estrago que Cláudio Puty teria feito no ânimo da militância deessista.

Como todo resultado de processo eleitoral, seja qual for, carrega mensagens diretas e significativas ao distinto público, a apuração dos votos das prévias petistas demonstra que não era bem assim.

A DS sai da disputa fortalecida.

Aos números.

Cláudio Puty, representando a DS, venceu a disputa com 261 votos à frente dos candidatos que representavam as tendências Unidade na Luta e AS.

Ao todo, o deputado federal obteve 1.535 votos (41,68%); Alfredo Costa, da Unidade na Luta, 1.274 votos (34,59%); e, Carlos Bordalo, da AS, 774 votos ( 21,02%).

Importante observar que a votação do vereador Alfredo Costa, além dos votos da filiados integrados à Unidade na Luta, foi tonificada pelos votos do PT Pra Valer, que no Estado conta com o prestígio eleitoral dos deputados federal Zé Geraldo, e estaduais Bernadete ten Caten e Valdir Ganzer.

Como o processo eleitoral das prévias foi seguido de aprofundados debates entre os quatro candidatos, dependendo de como serão encaminhadas as negociações de apoio para a disputa de segundo turno entre Puty e Alfredo, o Partido dos Trabalhadores pode sair da aguerrida queda de braços bastante fortalecido, com possibilidade de consolidação da unidade partidária com vistas a eleição para a prefeitura de Belém.