Leitor anônimo se manifesta ao post 1a Conferência de Comunicação, acrescentando detalhes da vida de Pedro Pomar:

Eu também vi o Marcos Soares no lugar do Pedro Pomar durante boa parte desse tempo que ele descreve, inclusive o vivido aqui no Pará, quando cita o jornalista Paulo Roberto Ferreira.

Pouca gente sabe, mas para sobreviver na clandestinidade, o hoje Pedro Pomar, chegou por aqui com o codinome de Marcos Soares: fez boas amizades, trabalhou nas redações de O Liberal e Estado do Pará, e ainda constituiu família com uma companheira paraense. Chegou a cursar Comunicação na UFPa.

Era, e ainda é, jornalistas dos bons. Perfeccionista com texto, demoraava muito para entregar as matérias, o que irritava editores e diagramadores quando do fechamento dos jornais, principalmente nas madrugadas, o que provocava um atraso danado na saída da turma para a farra pelos bares da vida.

Participou ativamente, juntamente com outros jornalistas, da criação e elaboraação de várias edições do jornal alternativo “Nanico”, muitas vezes editado às escondidas numa área apertada de seu quarto numa vila pelas bandas da Padre Eutíquio, no Comércio.

No mais, o Marcos, ou melhor, Pedro Pomar era muito ruim de bola. Jogava futebol de salão na quadra do Colégio Augusto Meira, em São Brás, com um sapato “vulcabrás” e uma meia até o meio da canela. No time que ele participava, a derrota era certa.

Isso tudo na segunda metade dos anos 70.

Tempos bons aqueles, apesar da ditadura.