A recente condenação de Sebastião Curió a pagamento de R$ 1,1 milhão, além de suspensão de seus direitos políticos por cinco anos, acusado pela Justiça Federal de enriquecimento ilícito e fraude em licitações públicas, é resultado da obstinada e solitária luta do ex-vereador Wenderson Chamon contra os desmandos que o ex-major da ditadura espalhava pelo município.
Corajoso, o então jovem parlamentar encarou a organização de pistolagem comandada pelo ex-prefeito, acompanhando, passo a passo, os trâmites da denúncia oferecida ao MPF, numa batalha desigual, desproporcionalmente desigual.

Sem dinheiro e sem aliados – os que surgiram afoitamente desistiram no meio da viagem -, Wenderson encarnou símbolo de opositor tenaz a Curió, até derrotá-lo em três instâncias.

Primeiro, ao conseguir a cassação definitiva do mandato de prefeito do truculento militar da reserva; depois, vencendo a eleição para prefeito de Curionópolis; e, por último, a condenação dele pela série de irregularidades cometidas.

O ex-secretário de Finanças, Wilson da Silva Marques, também denunciado, foi absolvido. Ele era gerente do Banco do Estado do Pará, quando afastou-se da função para ocupar o cargo que Curió lhe oferecera.