Medidas equivocadas; ausência de decisões.

A Justiça do Pará continua brindando suas comunidades com todo tipo de manifestação.

Dentro da corte superior, entre seus próprios membros, até suspeitas perigosas são levantadas.

Como os exemplos da suprema instância não são dos melhores -, no andar mais abaixo, comportamentos achavascados ou cheio de equívocos, pululam diariamente.

De um ponto a outro do Estado, a coisa vai de mal a pior.

A última, também é de Itupiranga.

A juíza da comarca, Maria de Fátima Alves da Silva, determinou a transferência dos três principais integrantes da quadrilha que assaltou a agência do Banco do Brasil daquele município, que resultou na morte do subgerente da instituição, de Americana para o Crema – Centro de Recuperação Mariano Antunes -, de Marabá. 

Para cumprir determinação da juíza, a secretaria de Segurança Público teve que mobilizar cerca de vinte e cinco homens, numa operação de alto risco, pela rodovia PA-150 até a cidade do Sudeste.

Além da delicada operação representar custos extemporâneos, a mobilização colocou em estado de alerta todo o sistema de segurança, além do estresse provocado nas principais delegacias dos municípios por onde o comboio passou rumo ao Crema.

No momento em que toda a sociedade vive em estado de pânico diante da violência descontrolada, as autoridades do judiciário deveriam analisar algumas decisões à luz de questões medianamente lógicas.

O que mais intriga na decisão da juíza Maria de Fátima é o fato de que os três líderes do assalto ao BB de Itupiranga são considerados perigosíssimos, vinculados a outras organizações criminosas baseadas em municípios do Pará, Tocantins e Maranhão.

Nos corredores forenses, 24 horas antes da juíza determinar a transferência dos bandidos para Marabá, comentários davam conta da correria de advogados bem pagos em plena mobilização para colocar imediatamente na penitenciária de Marabá – insegura e palco de diversas fugas -, os três chefes da quadrilha.

Todo o bando que assaltou e matou em Itupiranga, agora está junto, no Crema.

As apostas giram agora no tempo máximo de permanência dos quadrilheiros no Mariano Antunes. Os mais pessimistas não dão 30 dias para a imprensa registrar a fuga de todos.

A propósito, nos gabinetes da secretaria de Segurança Pública, até a decisão da juíza Maria de Fátima Alves da Silva pegar a todos de surpresa, o planejamento previa a transferência dos três bandidos para a prisão de segurança máxima do Mato Grosso, onde já se encontram os mais perigosos bandidos do Pará, retirados da Penitenciária de Americano em duas operações executadas sob forte sigilo.