A disposição padrão das perguntas  dos questionários de pesquisas eleitorais, em muitos casos, não oferece leitura abrangente de determinadas situações.

As alternativas das consultas estimuladas  revelam exclusivamente  a que se propõe o questionário, muitas das vezes passando despercebidos o comportamento mais abrangente do pesquisado e o seu pensamento.

Já a espontânea, dependendo da sensibilidade da pessoa que está conduzindo a pesquisa, pode oferecer leituras variadas de determinados cenários.

É o que uma pesquisadora que trabalha para determinado instituto de pesquisa do Estado contou ao blogueiro, em conversa informal, sobre  os métodos de abordagem aplicados nas consultas feitas em Marabá e em alguns municípios da região.

A pedido da pesquisadora, seu nome fica no anonimato – “em respeito à empresa para a qual atuo”, diz.

Segundo ela, o importante, numa pesquisa, é tentar ouvir a opinião pessoal do entrevistado, “tomando como base informações que as perguntas dos questionários não oferecem”.

A pesquisadora cita, como exemplo, diversas situações vividas durante as três pesquisas  que ela realizou na última eleição.

“Haviam  quesitos sobre qual vereador de Marabá a pessoa considera ´o mais atuante´ e, na pergunta seguinte, ´o pior vereador´. Observei que nas respostas para o  mais atuante  e pior vereador, diversos eleitores faziam questão de introduzir comentários a mais para reforçar elogios ou críticas a este ou aquele vereador.  O que apareceu mais, espontaneamente em comentários ´soltos” foi o vereador Miguelito (Gomes Filho – PP), sempre citado como ó que atende a gente a qualquer hora”, revela a pesquisadora.

Outra revelação refere-se as reações dos eleitores lamentando a ausência de Miguelito na disputa para deputado estadual.

“Lembro bem que dezenas de entrevistados disseram que votariam em outro nome não disposto no questionário, no caso Miguelito, se ele fosse candidato. Foi nessas reações espontâneas que eu descobri que o vereador estaria supostamente tratando de um câncer, porque muitas pessoas lamentavam a ausência dele na disputa eleitoral justificando em seguida a questão da doença”.

Só para efeito de ilustração, Miguelito Gomes está em seu oitavo mandato.

Na eleição de 2016 ele foi o mais votado em Marabá, com 2.510 votos.

Nota do blog: É verdadeira a informação de que Miguelito Gomes da Silva trata de um câncer a alguns anos. A enfermidade está sob controle, conforme laudos recentes.