Nesta semana, um pescador foi mordido por um tubarão em regiões próximas ao município de Salinópolis, no nordeste paraense.

A situação chamou bastante atenção de todos que vivem no entorno da área onde ocorreu o acidente.

O incidente não ocorreu na praia.

O animal foi capturado em alto-mar e, ao ser colocado dentro do barco, mordeu a perna do pescador.

O biólogo e professor na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Thiago Barbosa, explica que, no Brasil, existem cerca de 80 espécies de tubarões e vários deles têm existência registrada para o litoral paraense.

“A ocorrência desses animais pode ter relação com a riqueza de condições e de recursos do litoral norte do Brasil, incluindo seus estuários. Os tubarões utilizam estes locais, no geral, para alimentação e reprodução. Além disso, alguns podem adentrar rios devido à capacidade de suportar a mudança de salinidade. Em trabalhos de campo, realizados na região de Algodoal e Salinas, já registramos várias capturas”, alerta o especialista.

Ainda segundo o biólogo, o termo “ataque” não é apropriado para este caso.

“O pescador foi manipular o animal durante uma pesca ilegal e, por falta de cuidado, sofreu um acidente. A mordida foi uma defesa de um animal que encontrava-se agonizando fora da água. Esse acidente não ocorreria se o animal não fosse capturado”, detalha o professor.

Acidentes envolvendo tubarões são tão incomuns no estado que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, responsáveis pelos registros dessa natureza, informaram não haver um quantitativo sobres esses casos.

A professora dra. Juliana Araújo, pesquisadora do Grupo de Ecologia Aquática na Universidade Federal do Pará (UFPA), conta que, apesar de acidentes não serem comuns, as aparições podem ser constantes.

“Durante as pescarias que ocorrem em toda Costa Norte Brasileira, o aparecimento de tubarões é normal. Mas isso é em alto mar, em zonas bem distantes das praias. No Brasil, a captura de tubarões durante as pescarias são muito comuns, incluindo aqui na região. No próprio vídeo divulgado, é possível ver que o tubarão foi pescado e após ser trazido pra cima do barco foi que houve o ‘ataque'”, diz a pesquisadora.