A comunidade da terra indígena Mãe Maria está sem plano de saúde, benefício que usufruía a partir de condicionantes negociadas com a mineradora Vale S.A, e que, de repente, teve o universo de atendimento suspenso por determinação da multinacional.
Decisão da Vale é represália ao ato de interdição da Estrada de Ferro Carajás, ocorrido dia 25 de fevereiro, em protesto da comunidade Parketêjê pelo não cumprimento de convênios firmados com a mineradora.
Os trilhos da Vale, agora ampliados para duas linhas, corta 25 km de terras dos Parketejê.
A assessoria jurídica da aldeia Mãe Maria informa que as comunidades Gavião têm asseguradas o atendimento de saúde através de plano privado por força da Resolução do Senado Federal nº331 que originou na celebração do Convênio n. 0333/90, firmado entre a VALE S/A e a Comunidade Indígena Parkatêjê.
“Deste convênio, decorre uma série de obrigações em benefício dos indígenas, entre eles o dever de garantir atendimento total na área da saúde”, forma a assessoria.
No dia 25 de fevereiro, após reunião entre as comunidades indígenas e a Vale, no escritório da ALPA, localizado em Marabá/, ocasião em que os Indígenas reivindicavam seus direitos, a Vale ordenou que fosse suspenso “todo atendimento de saúde indígena (emergencial e eletivo), em todas as localidades, para os povos Gavião da TI Mãe Maria (Parkatêjê, K yikatejê. Akrakaprekiti, Akrãtikatêjê,Koyakati e Krijamretijê), sob forma de retaliação às exigências dos Indígenas, exercendo reprovável coação ilegítima”, conta.
A partir dessa decisão, as mulheres da tribo passaram a viver momentos de constrangimento diante do não atendimento do plano de saúde.
Conta a assessoria jurídica que, dia 28 último, a índia Parkatêjê Leuzilene Koiaxaru Karaja, que se encontra grávida de quatro meses, procurou atendimento médico em caráter emergencial no “Hospital Unimed”, o qual foi recusado pelo estabelecimento de saúde sob a justificativa de suspensão do plano d mantido aos indígenas pela VALE S/A. No dia 1º de março, um bebê Indígena recém-nascido teve atendimento recusado em Belém, aonde estava justamente para tratamento de saúde”.
No início desta semana, dia 2, uma idosa também teve atendimento médico recusado.
A Vale, é sempre bom lembrar, em decorrência da exploração da província mineral de Carajás, tem a obrigação de amparar as comunidades indígenas.
A recusa de assistência prestada não é decorrente de mera liberalidade ou beneficência prestada pela VALE.
pediculus
7 de março de 2015 - 17:49Não tenho nada com a Vale , inclusive que se F… mas, como ela pode negar assistência à saúde de alguém, se é mineradora e não hospital ,clínica ou laboratório ? Se há convênio assinado e ele foi suspenso, todos , vou repetir, todos os convênios médicos passam por isso, depois quase sempre volta so normal o atendimento. Por se tratar de índios, que não , não produzem , comem e dormem e tomam todas , são “coitadinhos” aí a fofoca é grande. É o modismo , interditam ferrovia e estradas ,como se fosse a casa da mãe, fala sério país de canalhas.
Luiz Cunha
6 de março de 2015 - 17:39Essa vale não vale nada. Explora a exaustão nossas riquezas, não paga ICMS por causa da lei kandir que desonera produtos brutos ou semi-elaborados, como nosso minério de ferro. Rasga as terras indígenas, rasga o acordo firmado e nada lhe acontece.