Única especialista em Marabá na área de Neurologia Infantil,  a médica Sarah Veloso Jasper faz de sua  especialidade uma devoção.

Dedicada ao extremo aos seus meninos e meninas que chegam ao consultório “Pronto Baby e Family”, levados por mãezinhas preocupadas  com a saúde dos pimpolhos, a jovem médica já é uma profissional amada por quem procura seus serviços médicos.

Especializada em uma das áreas da Medicina que mais costuma exigir conhecimento técnico do profissional, o nome de Sarah Veloso Jasper na boca de pais de crianças, soa como um bálsamo, dada sua competência e dedicação no tratamento de cada paciente.

Acompanhando as redes sociais dá para constatar o quanto a médica é amada e respeitada.

César Leite, amigo do blogueiro no Facebook, ao ler post chamado para a entrevista de Sarah Jasper aqui no Blog,  fez o seguinte comentário, na noite deste domingo,  2.

 

 

Formada na Universidade Federal do Pará, Sarah Veloso Jasper fez residência médica em Pediatra no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, em São Paulo.

Posteriormente, concluiu  residência médica em Neuropediatra na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, possuindo título de especialista em Pediatria e Neuropediatria.

A chegada da profissional a Marabá,  foi um alívio para pais de crianças com problemas neurológicos, já que antes dela abrir seu consultório não havia um especialista em Neurologia Infantil  no município.

“Hoje,  a gente respira aliviada, não apenas porque deixamos de fazer maiores despesas procurando outros centros para tratamento de nosso filho. Mas porque a Dra. Sarah é competente, dedicada e amada pelo nosso neto, porque sabe trata-lo com carinho e está conseguindo evoluir em seu tratamento“, dispara dona Maria das Dores Braga,  avó de pimpolho atendida pela jovem médica.

Na entrevista concedida ao blogueiro, Sarah conta que optou pela neuropediatria depois do nascimento de um filho seu  diagnosticado com Transtorno de Espectro Autista.

Seu projeto inicial dentro da Faculdade de Medicina era se especializar em radiologia.

Em Marabá, o consultório de Sarah Jasper atende diversos problemas relacionados a neurologia, mas principalmente atraso de fala, hipotonia, alterações no formato do crânio do lactente, paralisia cerebral, deficiência intelectual, epilepsia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista, tiques, enxaqueca, distúrbios do movimento.

A seguir, íntegra da qualificada entrevista da jovem médica.

O que determinou a sua escolha pela Neuropediatria?

Durante a faculdade de medicina eu pensava em fazer radiologia, mas após formatura meu filho recebeu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e então tudo mudou na minha vida,  e logo decidi pela Neuropediatria. Nesse período eu morava no Pará, mas o diagnóstico do meu filho foi feito por um especialista em São Paulo e, por isso, após minha formação em São Paulo, decidi voltar para o Pará para contribuir com atendimento especializado nessa região -, e assim poder apoiar muitas famílias que se deparam com um desenvolvimento neuroatípico do seu filho, orientando um diagnóstico e tratamento.

 

Que tipo de tratamento uma pessoa deve esperar de uma neuropediatra ou Neurologia Infantil? Ou, em outras palavras, a senhora pode explicar em mais detalhes quais tratamentos realiza em crianças?

O neuropediatra é o especialista que acompanha o desenvolvimento neurológico das crianças e atua nos transtornos que acometem o sistema nervoso central e periférico. Dessa forma, cuidamos de crianças com atraso no desenvolvimento, epilepsia, cefaleia, macrocefalia, microcefalia, doenças degenerativas, síndromes genéticas, dificuldade de aprendizagem, hiperatividade, autismo, distúrbios do sono, entre outros transtornos.

 

Principalmente nos grandes centros, se dá muita relevância a um profissional acompanhar o desenvolvimento neurológico dos pequenos e permitir, desta forma, o diagnóstico e tratamento de doenças. Em cidades principalmente do interior, a procura pela especialidade de neuropediatria ainda não é marcada por tanta intensidade. A que a senhora explica esse fato?

Em algumas cidades do interior ainda existe aquela máxima de que “cada criança tem seu tempo”, fator que acaba protelando a investigação e o tratamento de crianças com atraso do desenvolvimento.

De fato, cada criança é única, tanto pela sua composição genética quanto pelo ambiente em que está inserida, mas os marcos do desenvolvimento existem para nortear o desenvolvimento infantil estabelecendo atitudes esperadas para cada faixa etária e apontando os desvios da normalidade. Fico muito feliz em ver que o avanço tecnológico e o acesso às informações através da internet tem mudado essa realidade!

 

 

 

 

O consumo de mais de 4 horas por dia em ambiente virtual, pode ativar na criança comportamentos semelhantes aos encontrados em crianças diagnosticadas com TEA.

 

 

 

Entre os problemas que podem ser detectados pela neuropediatria podemos citar o autismo, a epilepsia, a hiperatividade?

Certamente esses transtornos são bem prevalentes no consultório do neuropediatra.

 

Quais os principais problemas levados ao seu consultório de neuropediatra ?

Atraso de fala, hipotonia, alterações no formato do crânio do lactente (craniossinostose/ plagiocefalia posicional), paralisia cerebral, deficiência intelectual, epilepsia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista, tiques, enxaqueca, distúrbios do movimento, entre outros.

 

Tem se falado muito nos últimos tempos em “autismo virtual”. O que vem a ser?

O termo “autismo virtual” foi criado pelo psicólogo romeno Marius Zamfir após um aumento surpreendente dos casos de autismo na Romênia, sendo estabelecida a correlação entre sinais de autismo e o uso excessivo de eletrônicos (tempo de tela de 4 horas ou mais). O estudo de Zamfir apontou que a privação sensório-motora e socioafetiva causada pelo consumo de mais de 4 horas por dia em ambiente virtual, pode ativar na criança comportamentos semelhantes aos encontrados em crianças diagnosticadas com TEA. Por isso é tão importante que os pais sigam nossas orientações de não ofertar nenhum eletrônico (televisão, celular, tablet) até os 2 anos de idade. E a partir dos 2 anos, apenas 1 hora/ dia.

 

Há comprovação científica a tese segundo a qual expor as crianças com predisposição genética a quatro ou mais horas em frente a telas favoreceria uma condição semelhante ao autismo, chamada de “autismo virtual”?

Inúmeros estudos científicos comprovam que o tempo de tela excessivo acarreta um grande prejuízo no desenvolvimento infantil como atraso de fala, dificuldade de aprendizagem, déficit na interação social e na criatividade da criança, alterações comportamentais como agitação, agressividade e insônia. Mas ainda não há comprovação científica de que o autismo pode ser ocasionado pelo tempo de tela excessivo em crianças com predisposição genética como alega o estudo romeno divulgado na revista científica Journal of Romanian Literary Studies, sendo necessários mais estudos consistentes e com maior casuística.

 

 

 

 

Sobre o autismo, os  estudos científicos demonstram a importância de um diagnóstico cada vez mais precoce (antes dos 2 ou 3 anos).

 

 

 

 

 

Como podemos caracterizar o autismo?

Costumo dizer para os pais que a principal característica do Transtorno do Espectro Autista é um comportamento autocentrado,  evidenciado através do desinteresse pelo outro (o autista age em algumas situações como se fosse surdo, ignorando o chamado do outro, não realizando contato visual), da ausência de iniciativa de comunicação, aproximação, de reciprocidade socioemocional. O outro é utilizado muitas vezes como objeto para atender o seu interesse pessoal (exemplo: quando a criança puxa a mão do pai para abrir a porta, pegar água ou um brinquedo). E, associado a esse déficit na comunicação e socialização, temos os padrões restritos e repetitivos de comportamentos (por exemplo: as estereotipias, fixação por um determinado objeto, aderência rígida à rotina, comportamentos ritualísticos), as alterações sensoriais como seletividade alimentar, hipersensibilidade sonora, tátil, entre outras.

 

A partir de que idade é possível fazer o diagnóstico do autismo?

O diagnóstico deve ser realizado o mais precocemente possível! Existem diversos mitos a respeito de uma definição de uma faixa etária específica para o diagnóstico. Muitos dizem que apenas após os 3 anos, outros após os 5 anos. Mito! Os estudos científicos demonstram a importância de um diagnóstico cada vez mais precoce (antes dos 2 ou 3 anos). Claro que para definir esse diagnóstico a criança deve ser avaliada minuciosamente e outras alterações neurológicas e sensoriais (como perda auditiva) devem ser sempre descartadas. Os pais são orientados a retirar o uso de eletrônicos, chupeta e propiciar estímulos ambientais adequados. Há muitas crianças com atraso de fala e comportamento social inadequado devido à falta de estímulos, pois muitas delas passam o dia em casa com babás e são expostas ao uso excessivo de eletrônicos.

 

Qual a importância de o diagnóstico ser feito precocemente?

Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais cedo será instituído o tratamento, o que garante ganhos significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo da criança, pois a resposta cerebral é melhor quanto antes ocorrer a intervenção. Essa resposta à estimulação precoce ocorre devido à neuroplasticidade que garante uma maior velocidade de formação das redes neurais nos primeiros anos de vida. Por isso, os estudos científicos reforçam cada vez mais a necessidade do diagnóstico e da estimulação precoce, pois a idade de início das terapias interfere diretamente na resposta da criança e, dessa forma, no seu prognóstico.

 

É verdade que o diagnóstico de autismo é mais difícil em meninas do que em meninos?

O Transtorno do Espectro Autista é mais prevalente entre o sexo masculino -, relação de quatro por um; ou seja, quatro  meninos com autismo para cada menina. Um estudo publicado em Janeiro deste ano na revista Autism Research, nos Estados Unidos, mostra que as meninas recebem diagnóstico de TEA cerca de um ano após os meninos. Esse atraso diagnóstico pode ser atribuído à presença da linguagem que costuma ser mais desenvolvida nas meninas. Meninas também tendem a apresentar um quadro mais leve (menos estereotipias, menos interesses restritos) e, frequentemente, a interação social deficitária e o padrão comportamental restrito/repetitivo são interpretados pela família como timidez, mania de organização, atrasando potencialmente o diagnóstico.

 

Quando uma criança chega ao seu consultório apresentando quadro de transtorno instalado, e só foi levada porque os pais observaram sintomas já bastante evidentes – essa criança pode ter um tratamento satisfatório ou nessas condições fica mais difícil enfrentar o transtorno?

O prognóstico da criança é melhor quanto mais cedo for iniciada a intervenção. Dessa forma, objetiva-se com o tratamento precoce a redução dos sintomas e a autonomia. Mas sempre falo para os pais dos meus pacientes que o importante é iniciar o tratamento ainda que de forma tardia. Infelizmente, esse atraso diagnóstico vai repercutir negativamente na evolução da criança. Muitas crianças chegam ao consultório aos 7-8 anos. Todavia, é melhor estabelecer uma estimulação terapêutica ainda que tardia do que não ofertar a essa criança nenhum tratamento.

 

 

 

 

O tratamento de criança hiperativa é realizado através da psicoterapia  e do uso de psicoestimulantes (como a Ritalina, por exemplo), indicado para casos específicos a partir dos 6 anos de idade

 

 

 

Criança hiperativa pode ter uma vida normal? Há tratamento?

Claro! O tratamento visa proporcionar tanto à criança quanto à sua família uma vida normal. Há muitos preconceitos envolvendo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.  Muitas pessoas negligenciam o TDAH como transtorno neurológico e tratam as crianças como “mal educadas”, “desobedientes”, o que é um grande equívoco! A criança hiperativa apresenta um desequilíbrio nos sistemas de neurotransmissores cerebrais e por isso apresenta um prejuízo no seu controle inibitório/autorregulação. O tratamento é realizado através da psicoterapia (Terapia Cognitivo Comportamental) e do uso de psicoestimulantes (como a Ritalina, por exemplo), indicado para casos específicos a partir dos 6 anos de idade e após avaliação neurológica minuciosa. Muito importante ressaltar que nem toda criança agitada é hiperativa!

 

Como os pais podem saber qual é o desenvolvimento neurológico esperado em cada etapa da infância?

Atualmente, os pais tem acesso a muitas informações através da internet e já vão percebendo de forma precoce qualquer atraso. Existem protocolos para essa avaliação como o Denver II que avalia o desenvolvimento infantil do nascimento aos 6 anos e deve ser aplicado por um profissional especializado.

 

O que é o ideal e o que é excesso quando se trata de estimular o bebê?

O ideal é aproveitar todos os momentos para olhar, conversar, cantar para o seu bebê. Muitas mães acreditam que o estímulo adequado é comprar um brinquedo eletrônico, um tablet e deixar a criança sozinha recebendo esse estímulo (excessivo e prejudicial!). Deve-se aproveitar cada momento com o bebê como o banho, as trocas de fralda para brincar, sorrir, nomear objetos, partes do corpo e ir avaliando a resposta da criança ao seu contato, se ela sorri, se olha para mãe. Estabelecer o tummy time (colocar criança em decúbito ventral) como rotina diária, ofertando brinquedos para despertar interesse e favorecer o desenvolvimento motor cervical e de tronco.  Os colegas pediatras exercem um papel fundamental nesse processo pois nos primeiros anos de vida a criança realiza consultas regulares com o pediatra e esse profissional é quem orienta os pais sobre o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e em caso de atraso realiza encaminhamento para o neuropediatra.

Em seu consultório, além e casos de autismo, hiperatividade… o que tem mais preocupado os pais?

As questões comportamentais como a intolerância a frustrações em crianças neurotípicas tem sido comuns no consultório. Vejo essa realidade atual como um reflexo dos novos hábitos trazidos pela modernidade tecnológica como o uso excessivo de eletrônicos. O celular já recebeu alcunha de “chupeta digital”, pois os pais o utilizam como forma de distrair os filhos, acalmá-los durante uma birra, para fazer com que fiquem quietos. Dessa forma, esquecem de momentos importantes do convívio familiar como conversar, brincar, comer, hora do banho, hora do sono. Essas interações são necessárias para reforçar laços familiares e, durante essa convivência familiar, a criança deve ser ensinada a desenvolver a paciência e o controle da frustração. Muitos pais erram acreditando que estão dando o seu melhor atendendo a todos os desejos do filho.  Para alcançar um desenvolvimento psicoemocional equilibrado a criança necessita de amor, de atenção e de privações também. Ouvir “não” modela na criança o conceito da resiliência que vai ser tão importante para o convívio harmonioso na escola, na sociedade e principalmente, na vida futura em que, indubitavelmente, a pessoa terá que lidar com as frustrações da vida.

 

A senhora atende numa clínica que oferece diversas especialidades para a saúde da criança. Faça uma apresentação final de sua clínica, o que oferece e como manter contatos.

Eu atendo na clínica Pronto Baby & Family que oferece além do atendimento em neuropediatria, atendimento pediátrico, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, fisioterapia, avaliação neuropsicológica; especialidades pediátricas como Endocrinologia, Cardiologia, Gastroenterologia, Cirurgia Pediátrica, Nutrição e atendimento especializado também para o público adulto como Urologia, Ginecologia/Obstetrícia, Psiquiatria e Cirurgia Plástica.

 

Pode entrar em contato através do Instagram @neuropediatra.drasarahjasper ou do @prontobabyefamily.

 

Telefones para contato: (94) 98110-8186/ (94) 99208-3370/ (94) 3322-6058