O resultado de qualquer eleição apresenta dados significativos para a sociedade refletir sobre determinado momento do País, e do Estado no qual o eleitorado vive.

Em qualquer democracia, onde o povo vai às urnas e escolhe livremente seus representantes, é assim.

No Pará, avaliações iniciais dos números emergidos das urnas mostram que a união do PT ao PMDB,  tão propalada como estratégia para reforçar a campanha de reeleição da presidente Dilma Roussef (PT), pode ter tirado mais votos da candidata petista do que propriamente fortalecido-a.

Dilma, no primeiro turno, obteve   2.040.696  votos, representando  42%   do eleitorado votante. Aécio 1.057.860 VOTOS ( 33%) -, enquanto Marina somou  627.012 votos (21%).

No segundo turno, a presidente reeleita recebeu  2.103.829 votos ( 57%), e Aécio 1.560.470( 43%).

– Se observarem bem, cerca de 80% dos votos de Marina foram para Aécio. Logo no início da campanha do segundo turno, pesquisas mostravam que Dilma poderia chegar  a 70% dos votos dos paraenses (como ocorreu em Pernambuco), caso o PT não estivesse coligado com a candidatura do Barbalho. Muitos eleitores de Marina, simpáticos a uma candidatura mais a esquerda, deixaram de ir às urnas, não votando para presidente, nem para governador”, explica um membro do PT, defensor da candidatura própria ao governo do Estado.

Há também observação em relação a votação de Helder, no segundo turno, comparando-a aos votos dados a Dilma Roussef.

A diferença a mais da votação de  Dilma, em relação ao que Helder conseguiu no segundo turno (  1.721.479 votos), é de 382.350 votos.

– Numa eleição na qual todos os caciques do PT estiveram desde o primeiro momento com Barbalho, essa diferença fenomenal de votos a menos dado a Helder mostra o quanto erramos ao decidir pelo apoio automático ao PMDB. A candidatura própria do PT deveria ter ocorrido, nem que fosse pro segundo turno, mas teríamos fortalecido muito mais nosso partido, avalia a fonte.

Entrevistado lembra do que ocorreu no Maranhão, citando a união do PCdoB com o PSDB, “para derrotar a coligação Sarney”.

– Aqui, o PT fez ao contrário: uniu-se a oligarquia Barbalho no sentido de reforçá-la”, fulmina.