Proprietários de guseiras de Marabá descompromissados da sustentabilidade receberam recado de forma direta:  legalizam a origem de sua fonte energética, ou procurem outra freguesia. A mensagem explícita foi dada  durante reunião, ocorrida em Belém, com representantes do governo e dirigentes de entidades patronais, entre elas o Sindiferpa (Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Pará) e ACIM ( Associação Comercial e Industrial de Marabá), álém dos próprios empresários.

Representando o Estado, Sidney Rosa ( secretário de Projetos Estratégicos) e Teresa Cativo (Sema) exigiram dos guseiros atuação honesta em seus procedimentos de captação do carvão consumido nos alto fornos , explicando não ser admissível a existência de usinas com mais de quinze anos de vida sem que tenham plantado ainda um metro de madeira para consumo.

Preocupação do governo é com o aquecimento do mercado de carvão vegetal, já verificado no distrito industrial de Marabá.

Com a reativação de três usinas que se encontravam com suas atividades paralisadas havia mais  de dois anos, o preço do carvão pulou de R$ 80,00 para R$ 130,00, a tonelada. Atualmente, cinco guseiras normalizaram suas produções – ainda há cinco usinas paradas, mas em fases preparatórias para retomada de produção.

A tendência é de que agora as carvoarias voltem a queimar madeira em intensidade incomum, incentivando derrubadas e todo tipo de devastação.

Presidente da ACIM, Ítalo Ipojucan foi uma das vozes que se levantou para dizer “não ser mais possível compactuar com irregularidades ambientais”.

Ao final do encontro, decidiu-se criar uma Câmara Técnica formada por representantes dos guseiros, associações patronais e o governo estadual, com finalidade de formatar estudos que viabilizem a sustentabilidade energética da siderurgia paraense.

Um das fontes sugeridas para a busca de matéria prima é o lago de Tucuruí, onde desde 1985, quando a barragem foi fechada, área de 2 000 quilômetros foi inundada, levando à reboque quantidade de madeira avaliada hoje em R$ 2 ,5 bilhões.