Frederico Morbach, filho de Augusto, é pai de Wilson, Mirtes, Marise, Augusto, Helena e Tatiana – uma talentosa prole divinamente escalada para vivenciar a vida com a alma coberta de paixão, inteligência e vocação pra fazer o bem.
Frederico herdou a arte de criar do pai Augusto, para mim, um dos maiores artistas plásticos do mundo. Com Fred tomei todos os porres homéricos num tempo em que a Internet não havia chegado e nossas conspirações noturnas nem tinham pressa de acabar. Escrevemos declarações de amor, cantamos Milton, divagamos sobre poemas de Augusto dos Anjos remoendo os versos “Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga. Escarra nesta boca que te beija!”.
Vivíamos felizes nossa boemia e nem sabíamos que ela uma hora teria fim.
Um dia Frederico se foi, e deixou órfã uma leva de gente que aprendeu a amar aquele carinha fisicamente frágil, mas bom de briga na caneta. Frederico representou muito na minha formação profissional.
Esta semana tomei conhecimento de que a sua musa amada, mulher e amante – dona Íris, está dodói. Ela que não podia dar um espirro mais alterado que deixaria o marido em sobressaltos, dodói de ficar agora na cama -, causando preocupações aos filhotes paparicas. E a todos nós seus amigos. Daqui – como adorava fazer Frederico brincando com as palavras -, me manifesto torcendo para que tudo não passe apenas de um susto. Daquele que nos toma de assalto pra deixar depois todo mundo morrendo de rir do espanto.