Há decisões originárias do Palácio dos Despachos que, ao invés de facilitar a vida do cidadão, o torna mais problemática – quando não cria embaraços de ordem técnica difícil de serem sanadas.
É o caso da polêmica portaria, publicada no Diário Oficial do Estado, transferindo de Marabá para Belém, a operacionalização da regulação de atendimentos do Hospital Regional Geraldo Veloso – medida que bate contra as aspirações da comunidade de descentralização administrativa e das ações do governo do Estado.
Decisão causou mal estar e revolta no seio da Câmara Municipal e serviu de pauta negativa nas redações dos veículos de comunicação.
Sobrou até para o deputado estadual Tião Miranda, da base aliada do governador Simão Jatene, que na certa não tem nada a ver com a encrenca, mas foi responsabilizado, “por concordar com medida que só comprova a necessidade de lutarmos pelo nosso Estado de Carajás”, sapecou um locutor de rádio.
Durante toda a quarta-feira, 25, tão logo a portaria chegou ao conhecimento público, não se falou de outra coisa.
No plenário da Câmara Municipal, vereadores se manifestaram acusando o governo de “estar sempre contra os marabaenses”.
Quem usou da tribuna, bombardeou a antipática medida, com apelos para que o governo determine ao seu secretário de Saúde, Héli Franco, revogação da portaria.
Vereadores que dão sustentação ao governo estadual, um tanto quanto constrangidos e surpreendidos pela medida, prometeram lutar pela anulação do ato.
“A regulação sendo feita em Marabá já traz uma morosidade para encaminhamentos no Hospital Regional, imagine agora se ela for feita em Belém”, criticou o vereador Coronel Araújo.
À unanimidade, parlamentares lembraram que a transferência da regulação de Marabá para Belém, contribuirá para o crescimento das demandas com aprofundamento do sofrimento das população carente – “havendo quase certeza de que algumas vidas correrão riscos, sem falar na queda de qualidade de atendimento de pessoas necessitadas”.
Bom lembrar que, atualmente, a regulação é feita por uma equipe de quatro médicos e dois enfermeiros ligados ao 11º Centro Regional de Saúde, com sede em Marabá, e esta seria a única dos 12 centros da SESPA no Estado que teria perdido o direito de regular os pacientes para entrada nos hospitais regionais.
“A mudança nesse processo trará maior entrave às operações e encaminhamentos para a única casa de saúde de média e alta complexidade desta região”, sustenta vereador Adelmo.
“Parece até que Marabá está sendo alvo da perseguição do governo do Estado, já que tudo que dificulta a vida de nossos cidadãos, é direcionado do Palácio dos Despachos aqui para nossa cidade”, atacou vereador Ubirajara Sompré, em entrevista.
A Câmara decidiu enviar um documento em nome do Poder Legislativo de Marabá, manifestando preocupação em relação aos objetivos da portaria, solicitando esclarecimentos e revisão da medida.
Meiry monteiro, jornal folha do pará
26 de junho de 2014 - 16:03É uma vergonha o que estão fazendo com nossa cidade , já temos tanta amorosidade imagine agora.. FORA JATENE
agenor garcia
26 de junho de 2014 - 13:30Caro Hiroshi,
Os tecnocratas sempre bateram de frente com a classe política e, parece desgraça, sempre às vésperas de eleições. A regulação é rubrica importante na descentralização das ações de saúde, de respeito ao contribuinte, enfim, tirar isso de Marabá é dificultar, impedir, prejudicar o paciente necessitado das ações públicas de saúde. Tião Miranda tem obrigação. Digo obrigação, de derrubar essa porcaria que só vai dificultar as pretensões políticas daqueles que fazem parte da base aliada de Jatene. Orly Bezerra, o marqueteiro de Jatene, com certeza, não apoiaria essa medida. Sabe dos prejuízos que ela vai causar. Os vereadores em Marabá tem obrigação, dever, de abrir uma campanha contra essa medida absurda. Do leito que essa eleição será difícil, uma ação dessas é um verdadeiro tiro no pé. No pé, não. No meio da fuça do tecnocrata idiota que tomou tal iniciativa. Tenho dito.
Agenor Garcia
jornalista
carlos
26 de junho de 2014 - 08:58o já mentira é assim faz tudo de ruim para a região