Com pedido de publicação, segue texto enviado pela assessoria de imprensa do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas:

 

 

Único estado a não sofrer o embargo de países estrangeiros por causa da doença da vaca louca (encefalopatia espongiforme), segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o Pará tem alcançado destaque nacional na agropecuária. Neste mês, a Revista Dinheiro Rural divulgou os nomes mais influentes nas categorias Agricultura, Pecuária e Proteína Animal, Proteção de Cultivos e Insumos, Financiamentos, Universidades e Pesquisa, Biocombustíveis e Governo.

Aqui, o destaque foi dado ao presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas, Mauro Lúcio Costa, coordenador do projeto Pecuária Verde, na categoria Pecuária e Proteína Animal, escolhido entre as cem pessoas mais influentes da agropecuária brasileira.

Desde 2011, o Sindicato uniu-se a várias instituições, como Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), The Nature Conservancy (TNC), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), de Jaboticabal, para dar início aos trabalhos de redução de passivos ambientais, aumento na regularização de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na melhoria de técnicas capazes de alavancar a produtividade em áreas menores, por meio da intensificação e práticas de manejo sustentável. 

As parcerias resultaram no projeto Pecuária Verde, que busca a intensificação das pastagens e proporciona acondicionamento de maior quantidade de animais por hectare. O projeto já conseguiu reunir até cinco unidades/animal por hectare (considerando que uma unidade animal equivale a um animal com 450 Kg de peso vivo) em uma das fazendas modelo, a Fazenda Rancho Fundo, localizada no município de Paragominas, no período de maior intensidade de chuvas. É importante destacar que a média brasileira, com base na pecuária extensiva é de 0,97 unidade animal. A partir das ações de intensificação das pastagens foi possível alcançar aproximadamente 500% acima da base brasileira.

Além do projeto Pecuária Verde, o município abriga iniciativas que associam a produção de gado à agricultura, como as de lavoura-pecuária-floresta desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Amazônia Oriental (Embrapa) desde a década de 1990. Esta é uma das opções de manejo de pastagem que permite ao produtor trabalhar com outras culturas. 

Para Jonas Veiga, doutor em Agronomia, as pesquisas e projetos desse tipo buscam quebrar o paradigma de que a pecuária sustentável só seria viável em grandes propriedades. “Sobre a sustentabilidade social, dizia-se que o incentivo oficial à pecuária só beneficiava os grandes proprietários, o que se provou uma tese errada, com a comprovação do grande papel dessa exploração na agricultura familiar, cuja produção de bezerros abastece as fazendas de engorda”, observa o pesquisador.

O projeto Pecuária Verde é composto por seis fazendas, tidas como modelo de sustentabilidade, que recebem o financiamento do Fundo Vale e da empresa Dow AgroSciences. Após Paragominas sair da lista dos municípios que mais desmatavam a Amazônia, o Pecuária Verde se tornou uma das principais linhas de frente para a adequação de passivos ambientais do município no âmbito da pecuária de corte.