O repórter Laércio Ribeiro, na última edição do jornal Opinião, assina matéria desnudando o lado sombrio escondido na aparente beleza dos rios e igarapés da bacia Araguaia-Tocantins, ao revelar dados científicos estudados pelo biólogo  Noé von Atzingen  apontando riscos de desaparecimento do rio Tocantins.

Concentrados numa área pesquisada a partir de 1984,  os estudos da equipe do presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá demonstram o desaparecimento de água corrente em 33 igarapés afluentes do Tocantins. “Noé traçou uma rota de sete quilômetros, que sai de São Félix, passa por Morada Nova e Murumuru e volta novamente para São Félix, passando pela estrada vicinal que sai do Lago do Deserto e se estende até o Geladinho”, conta Laércio. Nessa trilha ele (Noé) catalogou 36 cursos d’água.

Passados 24 anos, foi constatado agora no verão deste ano, em setembro, que das 36 grotas estudadas apenas três tinham água corrente. “Todas as outras estavam secas”.

Como nenhum rio caudaloso sobrevive sem o abastecimento de água de seus afluentes, a tendência do Tocantins é desaparecer. Sugere o estudo.

Probabilidade, aliás, evidente a olho nu.

A foto mostra o estreitamento do Tocantins em algum trecho de seu curso, com volume de água reduzido. Anualmente, o rio fica com menos liquido e mais denso de áreas secas. Praias ganham em extensão, estreitando a passagem do rio.