Houve um tempo em que os jornalistas eram boêmios. Para eles, a dissipação era uma segunda natureza profissional. Nem bem a gente saia da Redação de onde se trabalhava, o primeiro bar apontava, de pronto.

Hoje, desvio de regra, somente os mais veteranos mantém hábitos notívagos.

Em Imperatriz, final dos anos 70, eu e Jurivê de Macedo – saudoso amigo recém falecido, então diretor de Redação do jornal O Progresso -, tínhamos nosso endereço preferido: o Canto Verde, barzinho localizado seis casas do jornal, que se destacava por uma lona verde estendida nem bem era aberto, para sombrear a calçada normalmente ocupada por mesas.

Bela noite, quatro e tantas da matina, depois de uma jornada etílica, no momento em que se baixavam as cortinas de lona do bar, sem perder a linha, Jurivê se virou para o “Japonês”, dono do pedaço:

– Japona, já que içaram as velas, gostaria de saber para onde estamos partindo…