Em dezembro, teremos eleição no Flamengo.

Sócio do clube com direito a votar, depois de uma longa espera no período de carência para ter esse direito, o poster irá depositar seu primeiro voto numa eleição para escolha dos novos dirigentes.

Quando Patrícia Amorim foi eleita há três anos, imaginava participar, pela primeira vez de uma eleição do clube que amo, agora em dezembro, na condição de eleitor dela, tal a agradável expectativa  causada pela sua vitória em dezembro de 2009.

Desilusão total.

Patrícia foi a reboque das diversas tendências internas, perdendo o ponto de equilíbrio  e, pior, delegando ao seu  marido  Fernando Sihman poderes dentro do Clube jamais visto. O cara, atualmente, não é apenas  uma eminência parda -, mas um operador de interesses que contrariam, quase sempre, objetivos maiores do Mais-Querido.

Patrícia deu tantos poderes a Sihman  que ela mesmo deixou de participar de algumas decisões importantes.

Fernando Sihman, todos sabem no Rio de Janeiro, é torcedor fanático do Fluminense.

Dentre muitos lances ocorridos ao longo desse mandato decepcionante de Patrícia, que enfraqueceram o Flamengo como marca de marketing potencialmente reconhecido em todo o mundo, vou contar uma estorinha patrocinada pelo marido da presidente, numa disputa direta com  Michel Levy, vice presidente de finanças do clube, legalmente eleito.

Estorinhas que a gente sabe acompanhando os fóruns de debates entre dirigentes e torcedores, nos fins de semana, pela Internet, nas páginas digitais criadas especificamente para esse fim.

Pois bem, Michel Levy  e Sihman  participaram de encontros com  executivos da Adidas, multinacional de produtos esportivos interessada em incluir sua marca no espaço Senior do manto sagrado.

(É bom lembrar que atualmente a Olympikus é quem estampa sua logomarca na camisa rubro-negra).

Enquanto Levy, comprometido com a Olympikus, não queria que as conversas prosseguissem, Sihman era favorável ao acordo com a empresa alemã e saiu contrariado das negociações.

O marido de Patrícia Amorim “rachou” com a Olympikus desde que a empresa vetou o acordo entre Flamengo e SPR para o licenciamento das lojas oficiais do clube. Em seguida, não gostou de saber que a fornecedora havia se negado a pagar parte do salário milionário de Ronaldinho-Embriagado-Gaúcho, inciando a busca por novos parceiros esportivos.

Já o vice presidente de finanças representou a vontade de outra parte dos conselheiros e diretores do clube e venceu a queda de braço.

Pedindo um valor completamente fora de mercado – aproximadamente o tripo das cifras recebidas da Olympikus -, ele encerrou as conversas com a Adidas. Para Michel Levy, o atual contrato de fornecimento esportivo é extremamente benéfico para o clube e não poderia ser encerrado.

Apesar da grande insatisfação de parte da cúpula do Flamengo com a Olympikus, a atual fornecedora esportiva não deve deixar o rubro-negro antes do final de seu contrato, em dezembro de 2013.

Só que esse contrato com a Olympikus  é um péssimo negócio.

O Flamengo é grande demais para receber o valor de um contrato que não cobre  35% dos custos administrativos de sua infraestrutura.

O espaço Senior tem esse objetivo financeiro nos grandes clubes de futebol.

Neste exato momento, assistimos ao clube viver momento de total frustração diante das tentativas fracassadas de contratação de jogadores de peso, para melhorar a qualidade de um elenco de categoria mediana.

Muita conversa, lero-lero,  e nada de contratação, faltando uma semana para o fechamento da chamada “janela de transferências”.

E o clube não fecha contratações por três motivos:  falta de dinheiro, falta de credibilidade e disputas internas.

A presidente Patricia Amorim ainda não anunciou se será candidata ao processo de reeleição.

Porém, é provável que não tenha problemas quanto a isso, já que conta com a aprovação da maioria dos sócios em razão das melhorias realizadas na infraestrutura da sede da Gávea – muito pouco para a grandeza do mais-Querido.

Comandada ocultamente por Marcio Braga e Delair Dumbrosck, a oposição estuda um candidato de nome forte para disputar com possibilidades a eleição. Marcos Braz, ex-vice de futebol, campeão brasileiro em 2009, chegou a ser sondado para o cargo.

Só que Márcio Braga representa o que de pior o Flamengo tem em suas entranhas.

Parte dele os imensuráveis problemas de ordem econômica acumulados ao longo dos anos – quando ele realizou uma das piores gestões da história do clube – deixando-o afundado em dívidas.

Pior: não temos outra opção, já que Zico não teve o  interesse em se articular para viabilizar seu nome internamente.

Na sua  estrutura eleitoral arcaica, o Flamengo, para eleger seus presidentes, depende de velhos conselheiros, cada qual envolvido com alguma tendência interna que só leva o clube para o fundo do poço.

Como se vê, a opção que resta ao pôster, em dezembro, é de total desilusão.

Patrícia ou algum pau mandado do Marcio Braga.

Meu Deus!