O longo texto abaixo é da socióloga e jornalista Marília Moschkovich.
Pela pontualidade de suas colocações, embora extenso, o artigo merece cuidados, atenção e profunda reflexão.
Vale a pena, perder alguns minutos na leitura dos precisos questionamentos da socióloga.
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Está tudo tão estranho, e não é à toa.
(*) Marília Moschkovich
Um relato do quebra-cabeças que fui montando nos últimos dias. Aviso que o post é longo, mas prometo fazer valer cada palavra.
Começo explicando que não ia postar este texto na internet. Com medo. Pode parecer bobagem, mas um pressentimento me dizia que o papel impresso seria melhor. O papel impresso garantiria maiores chances de as pessoas lerem tudo, menores chances e copiarem trechos isolados destruindo todo o raciocínio necessário.
Enquanto forma de comunicação, o texto exige uma linearidade que é difícil. Difícil transformar os fatos, as coisas que vi e vivi nos últimos dias em texto. Estou falando aqui das ruas de São Paulo e da diferença entre o que vejo acontecer e o que está sendo propagandeado nos meios de comunicação e até mesmo em alguns blogs.
Talvez essa dimensão da coisa me seja possível porque conheço realmente muita gente, de vários círculos; talvez porque sempre tenha sido ligada à militância política, desde adolescente; talvez porque tenha tido a oportunidade de ir às ruas; talvez porque pude estar conectada na maior parte do tempo. Não sei. Mas gostaria de compartilhar com vocês.
E gostaria que, ao fim, me dissessem se estou louca. Eu espero verdadeiramente que sim, pois a minha impressão é a de que tudo é muito mais grave do que está parecendo.
Tentei escrever este texto mais ou menos em ordem cronológica. Se não foi uma boa estratégia, por favor me avisem e eu busco uma maneira melhor de contar. Peço paciência. O texto é longo.
1. Contexto é bom e mantém a pauta no lugar
Hoje é dia 18 de junho de 2013. Há uma semana, no dia 10, cerca de 5 mil pessoas foram violentamente reprimidas pela Policia Militar paulista na Avenida Paulista, símbolo da cidade de São Paulo. Com a transmissão dos horrores provocados pela PM pela internet, muitas pessoas se mobilizaram para participar do ato seguinte, que seria realizado no dia 13. A pauta era a revogação no aumento das tarifas de ônibus, que já são caras e já excluem diversos cidadãos de seu direito de ir e vir, frequentando a própria cidade onde moram.
No dia 13, então, aconteceu a primeira coisa estranha, que acendeu uma luzinha amarela (quase vermelha de tão laranja) na minha cabeça: os editoriais da folha e do estadão aprovavam o que a PM tinha feito no dia 10 de junho e, mais do que isso, incentivavam ações violentas da pm “em nome do trânsito” [aliás, alguém me faz um documentário sensacional com esse título, faz favor? ]. Guardem essa informação.
Logo após esses editoriais, no fim do dia, a PM reprimiu cerca de 20mil pessoas. Acompanhei tudo de casa, em outra cidade. Na primeira hora de concentração para a manifestação foram presas 70 pessoas, por sua intenção de participar do protesto. Essa intenção era identificada pela PM com o agora famoso “porte de vinagre” (já que vinagre atenua efeitos do gás lacrimogêneo). Muitas pessoas saíram feridas nesse dia e, com os horrores novamente transmitidos – mas dessa vez também pelos grandes meios de comunicação, inclusive esses dos editoriais da manhã, que tiveram suas equipes de reportagem gravemente feridas -, muita gente se mobilizou para o próximo ato.
2. Desonestidade pouca é bobagem
No próprio dia 13, à noite, aconteceu a segunda “coisa estranha”. Logo no final da pancadaria na região da Paulista, sabíamos que o próximo ato seria na segunda-feira, dia 17 de junho. Me incluíram num evento no Facebook, com exatamente o mesmo nome dos eventos do MPL, as mesmas imagens, bandeiras, etc. Só que marcado para sexta-feira, o dia seguinte. Eu dei “ok”, entrei no evento, e comecei a reparar em posts muito, mas muito esquisitos. Bandeiras que não eram as do MPL (que conheço desde adolescente), discursos muito voltados à direita, entre outros. O que estava ali não era o projeto de cidade e de país que eu defendo, ou que o MPL defende.
Dei uma olhada melhor: eram três pessoas que haviam criado o evento. Fucei o pouco que fica público no perfil de cada um. Não encontrei nenhuma postagem sobre nenhuma causa política. Apenas postagens sobre outros assuntos. Lá no fim de um dos perfis, porém, encontrei uma postagem com um grupo de pessoas em alguma das tais marchas contra a corrupção. Alguma coisa com a palavra “Juventude”, não me lembro bem. Ficou claro que não tinha nada a ver com o MPL e, pior que isso, estavam tentando se passar pelo MPL.
Alguém me deu um toque e observei que a descrição dizia o trajeto da manifestação (coisa que o MPL nunca fez, até hoje, sabiamente). Além disso, na descrição havia propostas como “ir ao prédio da rede globo” e “cantar o hino nacional”, “todos vestidos de branco”. O alerta vermelho novamente acendeu na minha cabeça. Hino nacional é coisa de integralista, de fascista. Vestir branco é coisa de movimentos em geral muito ou totalmente despolitizados. Basta um mínimo de perspectiva histórica pra sacar. Pois bem.
Ajudei a alertar sobre a desonestidade de quem quer que estivesse organizando aquilo e meu alerta chegou a uma das pessoas que, parece, estavam envolvidas nessa organização (ou conhecia quem estava). O discurso dela, que conhece alguém que eu conheço, era totalmente despolitizado. Ela falava em “paz”, “corrupção” e outras palavras de ordem vazias que não representam reivindicação concreta alguma, e muito menos um projeto de qualquer tipo para a sociedade, a cidade de São Paulo, etc. Mais um pouco de perspectiva histórica e a gente entende no que é que palavras de ordem e reivindicações vazias aleatórias acabam. Depois de fazer essa breve mobilização na internet com várias outras pessoas, acabaram mudando o nome e a foto do evento, no próprio dia 13 de noitão. No dia seguinte transferiram o evento para a segunda-feira, “para unir as forças”, diziam.
3. E o juiz apita! Começa a partida!
Seguiu-se um final de semana extremamente violento em diversos lugares do país. Era o início da Copa das Confederações e muitos manifestantes foram protestar pelo direito de protestarem. O que houve em sp mostrou que esse direito estava ameaçado. Além disso, com a tal “lei da copa”, uma legislação provisória que vale durante os eventos da FIFA, em algumas áreas publicas se tornam proibidas quaisquer tipos de manifestações políticas. Quer dizer, mais uma ameaça a esse direito tão fundamental numa [suposta] democracia.
No final de semana as manifestações não foram tão grandes, mas significativas em ao menos três cidades: Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. No DF e no RJ as polícias militares seguiram a receita paulista e foram extremamente violentas. A polícia mineira, porém, parecia um exemplo de atuação cidadã, que repassamos, compartilhamos e apoiamos em redes sociais do lado de cá do sudeste.
Não me lembro bem, mas acho que foi no intervalo entre uma coisa e outra que percebi a terceira “coisa estranha”. Um pouco depois do massacre na região da Paulista, e um pouco antes do final de semana de horrores, mais um sinal: ficamos sabendo que uma conhecida distante, depois do dia 13, pegou um ônibus para ir ao Rio de Janeiro. Essa pessoa contou que a PM paulista parou o ônibus na estrada, antes de sair do Estado de São Paulo. Mandaram os passageiros descerem e policiais entraram no veículo. Quando os passageiros subiram novamente, todas as coisas, bolsas, malas e mochilas estavam reviradas. A policial perguntou a essa pessoa se ela tinha participado de algum dos protestos. Pediu pra ver o celular e checou se havia vídeos, fotografias, etc.
Não à toa e no mesmo “clima”, conto pra vocês a quarta “coisa estranha”: descobrimos que, após o ato em BH, um rapaz identificado como uma das lideranças políticas de lá foi preso, em sua casa. Parece que a nossa polícia exemplar não era tão exemplar assim, mas agora ninguém compartilhava mais. Coisas semelhantes aconteceram em Brasília, antes mesmo das manifestações começarem.
4. Sequestraram a pauta?
Então veio a segunda-feira. Dia 17 de junho de 2013. Ontem. Havia muita gente se prontificando a participar dos protestos, guias de segurança compartilhados nas redes, gente montando pontos de apoio, etc. Uma verdadeira mobilização para que muita gente se mobilizasse. Estávamos otimistas.
Curiosamente, os mesmos meios de comunicação conservadores que incentivaram as ações violentas da PM na quinta-feira anterior (13) de manhã, em seus editoriais, agora diziam que de fato as pessoas deveriam ir às ruas. Só que com outras bandeiras. Isso não seria um problema, se as pessoas não tivessem, de fato, ido à rua com as bandeiras pautadas por esses grupos políticos (representados por esses meios de comunicação). O clima, na segunda-feira, era outro. Era como se a manifestação não fosse política e como se não estivesse acontecendo no mesmo planeta em que eu vivo. Meu otimismo começou a decair.
A pauta foi sequestrada por pessoas que estavam, havia alguns dias, condenando os manifestantes por terem parado o trânsito, e que são parte dos grupos sociais que sempre criminalizaram os movimentos sociais no Brasil (representados por um pedaço da classe política, estatisticamente o mais corrupto – não, não está nem perto de ser o PT -, e pelos meios de comunicações que se beneficiam de uma política de concessões da época da ditadura). De repente se falava em impeachment da presidenta. As pessoas usavam a bandeira nacional e se pintavam de verde e amarelo como ordenado por grandes figurões da mídia de massas, colunistas de opinião extremamente populares e conservadores.
As reações de militantes variavam. Houve quem achasse lindo, afinal de contas, era o povo nas ruas. Houve quem desconfiasse. Houve quem se revoltasse. Houve quem, entre todos os sentimentos possíveis, ficasse absolutamente confuso. Qualquer levante popular em que a pauta não eh muito definida cria uma situação de instabilidade política que pode virar qualquer coisa. Vimos isso no início do Estado Novo e no golpe de 1964, ambos extremamente fascistas. Não quer dizer que desta vez seria igual, mas a história me dizia pra ficar atenta.
5. Não, sequestraram o ato!
A passeata do dia 17, segunda-feira, estava marcada para sair do Largo da Batata, que fica numa das pontas da avenida Faria Lima. Não se sabia, não havia decisão ainda, do que se faria depois. Aos que não entendem, a falta de um trajeto pré-definido se justifica muito bem por duas percepções: (i) a de que é fácil armar emboscadas para repressão quando divulga-se o trajeto; e, (ii) mais importante do que isso, a percepção de que são as pessoas se manifestando, na rua, que devem definir na hora o que fazer. [e aqui, se vocês forem espertos, verão exatamente onde está a minha contradição – que não nego, também me confunde]
A passeata parecia uma comemoração de final de copa do mundo. Irônico, não? Começamos a teorizar (sem muita teoria) que talvez essa fosse a única referência de manifestações públicas que as pessoas tivessem, em massa:o futebol. Os gritos eram do futebol, as palavras de ordem eram do futebol. Muitas camisetas também eram do futebol. Havia inclusive uns imbecis soltando rojões, o que não é muito esperto pois pode gerar muito pânico considerando que havia poucos dias muita gente ali tinha sido bombardeada com gás lacrimogêneo. Havia pessoas brincando com fogo. [guardem essa informação do fogo também]
Agora uma pausa: vocês se lembram do fato estranho número dois? O evento falso no facebook? Bom, o trajeto desse evento falso incluía a Berrini, a ponte Estaiada e o palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. Reparem só.
Quando a passeata chegou ao cruzamento da Faria Lima com a Juscelino, fomos praticamente empurrados para o lado direito. Nessa hora achamos aquilo muito esquisito. Em nossas cabeças, só fazia sentido ir à Paulista, onde havíamos sido proibidos de entrar havia alguns dias. Era uma questão de honra, de simbologia, de tudo. Resolvemos parar para descobrir se havia gente indo para o lado oposto e subindo a Brigadeiro até a Paulista. Umas amigas disseram que estavam na boca do túnel. Avisei pra não irem pelo túnel que era roubada. Elas disseram então que estavam seguindo a passeata pela ponte, atravessando a Marginal Pinheiros.
Demoramos um tanto pra descobrirmos, já prontos pra ir para casa broxados, que havia gente subindo para o outro lado. Gente indo à esquerda. Era lá que preferíamos estar. Encontramos um outro grupo de pessoas conhecidas e amigas e seguimos juntos. As palavras de ordem não mudaram. Eram as mesmas em todos os lugares. As pessoas reproduziam qualquer frase de efeito tosca de manira acrítica, sem pensar no que estavam dizendo. Efeito “multidão”, deve ser.
As frases me incomodaram muito. Nem uma só palavra sobre o governador que ordenara à PM descer bala, cassetete e gás na galera havia poucos dias. Que promove o genocídio da juventude negra nessa cidade todos os dias, há 20 anos. Nem mesmo uma. Os culpados de todos os problemas do mundo, para os verde-amarelos-bandeira-hino eram o prefeito e a presidenta. Ou essas pessoas são ignorantes, ou são extremamente desonestas.
Nem chegamos à Paulista, incomodados com aquilo. Fomos para casa nos sentindo muito esquisitos. Aí então conseguimos entender que aquelas pessoas do evento falso no facebook tinham conseguido de alguma maneira manobrar uma parte muito grande de pessoas que queria ir se manifestar em outro lugar. A falta de informação foi o que deu poder para esse grupo naquele momento específico. Mas quem era esse grupo? Não sei exatamente. Mas fiquei incomodada.
6. O centro em chamas.
Quem diria que essa sensação bizarra e sem nome da segunda-feira faria todo sentido no dia seguinte? Fez. Infelizmente fez. O dia seguinte, “hoje”, dia 18 de junho de 2013, seria decisivo. Veríamos se as pessoas se desmobilizariam, se a pauta da revogação do aumento se fortaleceria. Essa era minha esperança que, infelizmente, não se confirmou. A partir daqui são todos fatos recentes, enquanto escrevo e vou tentar explica-los em ordem cronológica. Aviso que foram fazendo sentido aos poucos, conforme falávamos com pessoas, ouvíamos relatos, descobríamos novas informações. Essa é minha tentativa de relatar o que eu vi, vivi, experienciei.
No fim da tarde, pegamos o metrô Faria Lima lotadíssimo um pouco depois do horário marcado para a manifestação. Perguntei na internet, em redes sociais, se o ato ainda estava na concentração ou se estava andando, e para onde. Minha intenção era saber em qual estação descer. Me disseram, tomando a televisão como referencia (que é a referencia possível, já que não havia um único comunicado oficial do MPL em lugar algum) que o ato estava na prefeitura. Guardem essa informação.
Fomos então até o metrô República. Helicópteros diversos sobrevoavam a praça e reparei na quinta “coisa estranha”: quase não havia polícia. Acho que vimos uns três ou quatro controlando curiosamente a ENTRADA do metrô e não a saída… Quer dizer, quem entrasse no metro tinha mais chance de ser abordado do que quem estava saindo, ao contrário do dia 13.
A manifestação estava passando ali e fomos seguindo, até que percebemos que a prefeitura era outro lado. Para onde estavam indo essas pessoas? Não sabíamos, mas pelos gritos, pelo clima de torcida de futebol, sabíamos que não queríamos estar ali, endossando algo em que não acreditávamos nem um pouco e que já estávamos julgando ser meio perigoso. Quando passamos em frente à câmara de vereadores, a manifestação começou a vaiar e xingar em massa. Oras, não foram eles também que encheram aquela câmara com vereadores? O discurso de ser “apolítico” ou “contra” a classe política serve a um único interesse, a história e a sociologia nos mostram: o dos grupos conservadores para continuarem tocando a estrutura social injusta como ela é, sem grandes mudanças. Pois era esse o discurso repetido ali.
Resolvemos então descer pela rua Jandaia e tentar voltar à Sé, pois disseram nas redes sociais que o ato real, do MPL, estava no Parque Dom Pedro. Como aquilo fazia mais sentido do que um monte de pessoas bem esquisitas, com cartazes bem bizarros, subindo para a Paulista, lá fomos nós.
Outro fato estranho, número seis: no meio da Rua Jandaia, num local bem visível para qualquer passante nos viadutos do centro, um colchão em chamas. A manifestação sequer tinha passado ali. Uma rua deserta e um colchão em chamas. Para quê? Que tipo de sinal era aquele? Quem estava mandando e quem estava recebendo? Guardamos as mascaras de proteção com medo de sermos culpados por algo que não sabíamos sequer de onde tinha vindo e passamos rápido pela rua.
Cruzamos com a mesma passeata, mais para cima, que vinha lá da região que fica mais abaixo da Sé, mas não sabíamos ainda de onde. Atrás da catedral, esperamos amigos. Uma amiga disse que o marido estava chateado porque não conseguiu pegar trem na Vila Olímpia. Achamos normal, às vezes a CPTM trava mesmo, daí essa porcaria de transporte e os protestos, etc. pois bem. Guardem a informação.
Uma amiga ligou dizendo que estava perto do teatro municipal e do Vale do Anhangabaú, que estava “pegando fogo”. Imbecil que me sinto agora, na hora achei que ela estava falando que estava cheio de gente, bacana, legal. [que tonta!] Perguntei se era o ato do MPL, se tinha as faixas do MPL. Ela disse que sim mas não confiei muito. Resolvemos ir ver.
[A partir daqui todos os fatos são “estranhos”. Bem estranhos.]
O clima no centro era muito tenso quando chegamos lá. Em nenhum dos outros lugares estava tão tenso. Tudo muito esquisito sem sabermos bem o quê. Os moradores de rua não estavam como quem está em suas casas. Os moradores de rua estavam atentos, em cantos, em grupos. Poucos dormiam. Parecia noite de operação especial da PM (quem frequenta de verdade a cidade de São Paulo, e não apenas o próprio bairro, sabe bem o que é isso entre os moradores de rua).
Só que era ainda mais estranho: não havia polícia. Não havia polícia no centro de São Paulo à noite. No meio de toda essa onda. Não havia polícia alguma. Nadinha de nada, em lugar nenhum.
Na Sé, descobrimos mais ou menos o caminho e fomos mais ou menos andando perto de outras pessoas. Um grupo de franciscanos estava andando perto de nós, também. Vimos uma fumaça preta. Fogo. MUITO fogo. Muito alto. O centro em chamas.
Tentamos chegar mais perto e ver. Havia pessoas trepadas em construções com latas de spray enquanto outros bradavam em volta daquela coisa queimando que não conseguíamos identificar. Outro colchão? Os mesmos que deixaram o colchão queimando na Jandaia? Mas quem eram eles?
De repente algumas pessoas gritaram e nós,mais outros e os franciscanos, corremos achando que talvez o choque estaria avançando. Afinal de contas, era óbvio que a polícia iria descer o cacete em quem tinha levantado aquele fogaréu (aliás, será q ela só tinha visto agora, que estava daquele tamanho todo?). Só que não.
Na corrida descobrimos que era a equipe da TV Record. Estavam fugindo do local – a multidão indo pra cima deles – depois de terem o carro da reportagem queimado. Não, não era um colchão. Era o carro de reportagem de uma rede de televisão. O olhar no rosto da repórter me comoveu. Ela, como nós, não conseguia encontrar muito sentido em tudo que estava acontecendo. Ao lado de onde conversávamos, uns quatro policiais militares. Parados. Assistindo o fogo, a equipe sendo perseguida… Resolvemos dar no pé que bobos nós não somos. Tinha algo muito, mas muito errado (e estranho) ali.
Voltamos andando bem rápido para a Sé, onde os moradores de rua continuavam alertas, e os franciscanos tentavam recolher pertences caídos pelo chão na fuga e se organizarem novamente para dar continuidade a sua missão. Nós não fomos tão bravos e decidimos voltar para nossas casas.
7. Prelúdio de um… golpe?
No metrô um aviso: as estações de trem estavam fechadas. É, pois é, aquela coisa que havíamos falado antes e tal. Mal havíamos chegado em casa, porém, uma conhecida posta no facebook que um amigo não conseguiu chegar em lugar nenhum porque algumas pessoas invadiram os trilhos da CPTM e várias estações ficaram paradas, fechadas. Não era caos “normal” da CPTM, nem problemas “técnicos” como a moça anunciava. Era de propósito. Seriam os mesmos do colchão, do carro da Record?
Lemos, em seguida, em redes sociais, que havia pessoas saqueando lojas e destruindo bancos no centro. Sabíamos que eram o mesmos. Recebi um relato de que uma ocupação de sem-teto foi alvo de tentativa (?) de incêndio. Naquele momento sabíamos que, quem quer que estivesse por trás do “caos” no centro, da depredação de ônibus na frente do Palácio dos Bandeirantes no dia anterior, de tentativas de criar caos na prefeitura, etc. não era o MPL. Também sabíamos que não era nenhum grupo de esquerda: gente de esquerda não quer exterminar sem-teto. Esse plano é de outro grupo político, esse que manteve a PM funcionando nos últimos 20 anos com a mesma estrutura da época da ditadura militar.
Algum tempo depois, mais uma notícia: em Belo Horizonte, onde já se fala de chamar a Força Nacional e onde os protestos foram violentíssimos na segunda-feira, havia ocorrido a mesma coisa. Depredação total do centro da cidade, sem nenhum policial por perto. Nenhunzinho. Muito estranho.
Nessa hora eu já estava convencida de que estamos diante de uma tentativa muito séria de golpe, instauração de estado de exceção, ou algod do tipo. Muito séria. Muito, muito, muito séria. Postei algumas coisas no facebook, vi que havia pessoas compartilhando da minha sensação. Sobretudo quem havia ido às ruas no dia de hoje.
Um pouquinho depois, outra notícia: a nova embaixadora dos EUA no Brasil é a mesma embaixadora que estava trabalhando no Paraguai quando deram um golpe de estado em Fernando Lugo.
Me perguntaram e eu não sei responder qual golpe, nem por que. Mas se o debate pela desmilitarização da polícia e pelo fim da PM parece que finalmente havia irrompido pelos portões da USP, esse seria um ótimo motivo. Nem sempre um golpe é um golpe de Estado. Em 1989 vivemos um golpe midiático de opinião pública, por exemplo. Pode ser que estejamos diante de outro. Essa é a impressão que, ligando esses pontos, eu tenho.
Já vieram me falar que supor golpe “desmobiliza” as pessoas, que ficam em casa com medo. De forma alguma. Um “golpe” não são exércitos adentrando a cidade. Não necessariamente. Um “golpe” pode estar baseado na ideia errônea de que devemos apoiar todo e qualquer tipo de indignação, apenas porque “o povo na rua é tão bonito!”.
Curiosamente, quando falei sobre a manifestação do dia 13 com meus alunos, no dia 14, vários deles me perguntaram se havia chances de golpes militares, tomadas de poder, novas ditaduras. A minha resposta foi apenas uma, que ainda sustento sobre este possível golpe de opinião pública/mídia: em toda e qualquer tentativa de golpe, o que faz com que ela seja ou não bem-sucedida é a resposta popular ao ataque. Em 1964, a resposta popular foi o apoio e passamos a viver numa ditadura. Nos anos 2000, a reposta do povo venezuelano à tentativa de golpe em Chávez foi a de rechaço, e a democracia foi restabelecida.
O ponto é que depende de nós. Depende de estarmos nas ruas apoiando as bandeiras certas (e há pessoas se mobilizando para divulgar em tempo real, de maneira eficaz, onde está o ato contra o aumento da passagem, porque já não podemos dizer que é apenas “um” movimento, como fez Haddad em sua entrevista coletiva). Depende de nos recusarmos a comprar toda e qualquer informação. Depende de levantarmos e irmos ver com nossos próprios olhos o que está acontecendo.
Se essa sequencia de fatos faz sentido pra você, por favor leia e repasse o papel. Faça uma cópia. Guarde. Compartilhe. Só peço o cuidado de compartilharem sempre integralmente. Qualquer pessoa mal-intencionada pode usar coisas que eu disse para outros fins. Não quero isso.
Quero apenas que vocês sigam minha linha de raciocínio e me digam: estamos mesmo diante da possibilidade iminente de um golpe?
Estou louca?
Espero sinceramente que sim. Mas acho que não.
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(*) Marília é socióloga, militante feminista, escritora, vez em quando jornalista. Também publica no “Mulher Alternativa” e no “Outras Palavras”.
Diogo Margonar
25 de junho de 2013 - 15:23apinajé vc disse tudo, pois trouxe um panorama bem sincero e objetivo dessa pataquada esquerdopata que ronda alguns. Se a incoerência matasse, tinha gente metida a militante agonizando…
apinajé
24 de junho de 2013 - 22:45olá amigos!
pelo que sei este espaço é franqueado aos leitores para expressarem suas opiniões sobre o que leem.dito isso,mesmo não sendo a função desta franquia gostaria de fazer um esclarecimento ao tal anonimo.
a questão não é “capitalismo X comunismo”até porque o comunismo foi pulverizado como sistema de governo,quem ainda poderia sustenta-lo(china)hoje a economia de mercado é o que manda por lá.
depois desse esclarecimento vou me permitir entrar no seu jogo e rebater seu argumento ou a falta deste.
o computador que você usou para escrever bobagem,com certeza foi um capitalista que fez.
a tv que você assiste aí na sua casa,foi um capitalista que fez.
o teu sofá,geladeira,eletrodomésticos em geral,carro,tuas vestes,remédios ete…etc…também foram feitos por um capitalista.
o que eu quero te dizer é:na tua casa a única coisa feita por um comunista, são seus filhos.
isso se tu não tiver um vizinho capitalista malvado,que abriu uma sociedade anônima contigo.rs rs rs
eu poderia ser mais específico mas em respeito aos demais colegas não vou usar desse expediente.
um abraço amigos
Diogo Margonar
24 de junho de 2013 - 14:44“Redução de impostos em 600% e, isso não pode!” Onde foi isso? Isso não procede! Talvez para Eike Batista e outros do grupinho das grades empresas que recebem bilhões do BNDS..mas para o restante da sociedade, não vi nada de concreto. E outra, se isso fosse verdade, ainda assim o governo não teria carta branca a nível de legitimidade, para fazer o que quiser…Bom senso está em falta.
WILSON ARAUJO BARROS
24 de junho de 2013 - 10:52Amigo Hiroshi, esta moça perdeu a oportunidade de ficar calada e não expor de forma tão vergonhosa o seu radicalismo violento.
Democracia na Venezuela Chavista ?
Os EUA por trás das manifestações ?
É de morrer de rir…
João Dias
24 de junho de 2013 - 10:43O QUE PODE E O QUE NÃO PODE
18 milhões de emprego e, isso não pode!
40 milhões de pessoas fora da linha de pobreza e, isso não pode!
1,5 milhões de jovens e trabalhadores viraram doutores com o PROUNI e, isso não pode!
Mais de 2 milhões de casa populares para os pobres e, isso não pode!
Redução de impostos em 600% e, isso não pode!
Somos credores do FMI e, isso não pode!
Reconhecimento formal dos direitos da empregadas domésticas e, isso não pode!
Etc., etc., etc., …. e, isso não pode!
Domingos Silva
23 de junho de 2013 - 19:44Hiroshy,
Porque o simão lorota e o zenaldo coutinho, não baixam as aliquotas dos imposto Estaduais e Municipais e consequentemente, o preço da passagem de ônibus. Vejam o absurdo;
Belem Fortaleza
ICMS do Diesel 8,50%
ICMS do Diesel 17% ICMS do veiculo 0%
ICMS do Veiculo 17% IPVAA 0%
IPVA 1% ISS 0%
ISS 5%
MANAUS GOANIA
ICMS do Diesel 0% ICMS do Diesel 8,50%
ICMS do veiculo 0% ICMS do veiculo 0%
IPVA 1% IPVA 0%
ISS 2% ISS 5%
Marcio Mazzini
23 de junho de 2013 - 19:42O tempo passou na janela e só Marília Moschkovich não viu…parafraseando a canção do Chico Buarque, deixo aqui,uma cópia de um texto bem lúcido sobre este momento do Brasil.
Aos amigos ativistas de esquerda que estão confusos neste momento
Em todas as grandes mobilizações mundiais que eu tenho notícia a ultradireita esteve presente. Na França, Le Pein e cia, além dos votos em urna, tiverem representantes nas ruas para fazer valer sua opinião. Na Grécia, a ultradireita neonazista compareu aos atos em grandes blocos. Tiveram muitos votos na urna também. Na Espanha, Portugal e Itália também.
O Brasil vive uma crise. O povo está puto e insatisfeito e não há saídas organizadas e unânimes para ela. A ultradireita está disputando nas ruas sua política, que passa por afastar o “mal do comunismo” da massa. Eles são espertos, se escondem atrás de um sentimento generalizado de insatisfação contra os partidos. Este setor é um câncer para as manifestações e precisa ser denunciado e combatido. Estou certa que eles são uma minoria. Militarmente organizados, e por isso parecem fortes, mas uma minoria.
Mas dois graves erros se reproduzem neste momento.
O primeiro é achar que os milhões que saíram às ruas estão organizados com esta ultradireita. É uma grande miopia. O povo rechaça os partidos porque não confia nos métodos tradicionais de se fazer política. Não confia nos velhos partidos brasileiros que sempre governaram para poucos. Desiludiram-se com a esquerda quando o PT traiu a confiança da massa. Em quem eles vão confiar agora? Eles não confiam em ninguém, porque as grandes referências partidárias no país os traíram. Infelizmente, a maioria da massa não pôde fazer a experiência com os demais partidos de esquerda. Convenhamos, a esquerda consequente no país ainda é nanica. Vocês se esqueceram disso? Na confusão e na falta de informação o povo rechaça o partido como forma, porque não sabe diferenciar ainda em conteúdo as distintas formas de partido. Aqueles que bradam para baixar as bandeiras fazem porque não se identificam com partido nenhum. O único sentido de pertencimento é ao Brasil como pátria. Mas este fato não quer dizer que esta massa defende o golpe militar no país, um partido único, o Collor, o AI-2, ou sei lá o quê.
Essas pessoas são os seus primos que nunca foram em ato nenhum, a sua mãe, a sua tia, o seu amigo que achava uma bobagem toda a sua atividade política. Os colegas da escola. Mas quais oportunidades estas pessoas puderam debater com a esquerda? Quantas vezes essas pessoas se reuniram conosco? Nenhuma. Nunca.
Daí vem o segundo erro. Essa gente confusa, cheia de dúvidas decide sair às ruas. E parte da esquerda que nunca esteve acostumada a debater com tanta opinião distinta se assusta e começa a defender o fim das manifestações. Ou ainda, começa a propor que a esquerda não saia mais às ruas. Vocês ficaram loucos?
Vocês acham que estas pessoas vieram da onde? Um contingente de milhões de aliens que a direita trouxe de Marte para dar o Golpe no país? Essas pessoas são o cobrador do ônibus, ou o filho dele. O taxista, ou os netos dele. A atendente do Mc Donalds, ou os primos dela. A telefonista do telemarketing, ou os amigos dela. O nerd da sala, que nunca nem abria a boca pra falar de política, ou os amigos errepegistas dele. Essa multidão é gente nem de esquerda e nem direita que saiu às ruas para protestar. E agora que eles saíram vocês pedem pra voltar? Acusam de golpistas de direita? Vocês só podem estar loucos. Ou mal acostumados. Nas ruas a esquerda convicta é minoria mesmo. Mas não era assim antes? Nas ruas tem a direita, a esquerda, os confusos, os nem isso nem aquilo, os ambas as coisas. Mas não era assim antes? Mas agora essa gente toda está na rua. E você, com seu preconceito de classe média ilustrada, os acusa de bando de ignorantes, mal-educados e direitosos.
Como eles não são e não pensam como você, você desiste e volta a se contentar com seu Facebook. Jesus apague a luz, os coxinhas não estão nas ruas segurando a bandeira do Brasil e com a cara pintada de verde e amarelo. Eles estão vestindo camisetas vermelhas com a cara do Che Guevera. Que mundo estranho, isso sim está me deixando confusa. Mas eu prefiro seguir nas ruas, é lá que as dúvidas serão tiradas a limpo.
Fraternalmente,
Nathalie Drumond, GTN Juntos!
o site de onde copiei este texto está aqui:
http://juntos.org.br/2013/06/aos-amigos-ativistas-de-esquerda-que-estao-confusos-neste-momento/
anonimo
23 de junho de 2013 - 11:39Apinaje tu deve ser um desses que andam infestando as redes sociais dizendo mil e uma mentiras pra enganar só a ti mesmo .acorda mané
apinajé
22 de junho de 2013 - 16:02d.Marília,seu texto é tão absurdo quanto dizer que lugar de mulher é na cozinha. quer dizer que gente politizada veste vermelho?é isso?
hino nacional é coisa de fascista?onde na história está isso?
Venezuela,democracia combinam?faça-me o favor,só na cabeça de pelego pode se passar essa associação,a senhora é no mínimo mal intencionada,coisa de quem aprendeu escrever e usa isso para manipular os menos informados,e disso tenho certeza, quem sabe fazer com maestria são os que estão no poder.
como falar em direita,fascismo se aqueles com os quais a senhora se identifica e representa(isso é notório no seu texto),se aliaram com o que há de pior na política brasileira.
dizer que em 1964,se confunde com os dias de hoje,é duvidar da nossa inteligência…a diferença é que em 64 a pauta era única,ou o exercito interferia ou teríamos nos transformados numa grande cuba.hoje existem pautas a “la carte”.
é público que logo nos primeiros atos de vandalismos,o sr.Fernando haddad,e o min.da “injustiça”José Eduardo Cardozo,tentaram tirar proveito político do ação policial que repreendeu os vândalos,acusando o governador de truculência.
portanto d.Marília essa conversinha não cola,esse papo furado pode calar fundo aos ouvidos de seus pares que como a senhora são desonestos.
onde está seu representante maior?depois do levante popular ele sumiu…deve estar articulando algum golpe sujo,talvez esteja armando um ato de “desagravo” ao governo,não é?se isso for verdade,peço que avaliem bem,vocês correm o risco de repetirem o erro do collor.
chega de delírio d.Marília,acorde já estamos no século 21,se não quiser acordar,mude-se para Albânia,lá sim esse discuso é atual.
abraço a todos
Donato Santos
22 de junho de 2013 - 15:53Hiroshy,
Uma das bandeiras dos manifestantes, é a questão de investimentos na educação. muito. em Novembro de 2012, o governo, mandou para a camara, a proposta que destinava 100% dos lucros do petroleo para a educação. e o que foi que aconteceu. deputados do PSDB , DEM e PPS, foram contra, e a proposta não foi aprovada. É bom lembra que Zenaldo Coutinho, arnaldo Jordy, Nilson Pinto e outros, votaram contra mais recursos paara a educaação. Essa turma, precisa ser desmascarada. Para saber quem votou contra os lucros do petroleo para a educação, baastar aacessar http://WWW.PRAGMATISMOPOLITICO.COM.BR.. Seria bom você divulgar essa noticia.
casemiro
22 de junho de 2013 - 09:27Ainda existe vida inteligente no Brasil? Foi um excelente texto. Apesar de meio tendencioso (mas qual reportagem não é?). Não creio que seja uma tentativa de golpe (afinal eu não estava no Brasil em 1964 e não sei quais os argumentos que as elites usaram para mandar o povo para as ruas naquela época), mas a direita conservadora utilizou muito bem as manifestações através das redes sociais para desmoralizarem os políticos de esquerda e preservarem os políticos de direita. Isso não precisa ser um gênio para enxergar. Então para quebrar um pouco o gelo deste momento de tensão vou deixar uma mensagem mais irônica. “A meu ver vivemos um momento perigoso, já que a maioria do povo apoia as manifestações e como diria René Descartes a maioria sempre está errada.”
anonimo
22 de junho de 2013 - 00:56Por que nesse momento lhe convém apoiar. tá com medo depois que a turma de zumbis sem causa tomou a ponte estaiada roberto marinho isso aí ela não mostra.lá na frente ela cobra a fatura e tenta dar de bandeja para direita dar o golpe nas eleições que vem. só que aí a dona dilma papa de novo e mais quatro anos de sofrimento para o pig ….
Rafael
21 de junho de 2013 - 21:00NAZISMO = Nacional Socialismo, ou totalitarismo de direita (assim como o comunismo é de esquerda).
O chefe supremo (fürher, duce) incorpora toda a nação a exemplo do rei (“o estado sou eu”). Neste caso, não há três poderes, nem eleição. Há um só poder inquestionável por representar a “vontade da nação”, de “um só povo”, uma pátria (não há pobres, ou ricos, ou interesses em disputa…).
Por isso, aliar manifestação político-reivindicatória a símbolos nacionais, como se aquela reivindicação fosse “da nação” e não de uma parcela da sociedade, com interesses específicos e conflitivos*, faz lembrar ato nazi-facista.
*Ou a “nação dos donos de empresas de transporte público” querem perder suas concessões milionárias, ou ainda bancar transporte gratuito para o bem dos usuários?
Obs. 1: Quem administra os conflitos numa democracia são os poderes. Dois eleitos, mediados por partidos políticos (um para ditar as regras, outro para executar) e um burocrático/técnico (para julgar de forma imparcial, segundo as regras criadas pelos representantes do povo).
Obs. 2: No totalitarismo não há conflito, somente silêncio, resultado de uma represão imposta pelo interesse da minoria governante.
Jurueno Sampaio
21 de junho de 2013 - 18:57Perdi meu tempo, é o típico raciocínio de uma pessoa que está congelada na década de 80. Supor que os governos retiraram o policiamento para facilitar as manifestações e que estamos na imininência de um golpe é muito delírio. Só faltou dizer que a imprensa golpista e a direita conservadora estão no comando desse movimento para prejudicar o governo Dilma e o PT. Outra coisa como jornalista pare de tentar doutrinar os leitores, não é honesto.
Geilsom Alves
21 de junho de 2013 - 17:28Será mesmo que estão articulando um golpe Hiroshi?
Será que as pessoas estão alienadas e não sabem o que estão fazendo?
Realmente a mídia esta apoiando os “manifestações”, algo estranho mesmo.
Vamos analisar direito antes de ir pra rua.
CICERO MACEDO
21 de junho de 2013 - 16:51Típico texto de marxista lulista petista que acha que tudo que acontece no Brasil é orquestrado pelos EUA.
Golpe na democracia é o que o PT está fazendo.
Aqui só não virou uma “Venezuela” porque nossa democracia é mais forte. Lá existe uma ditadura marxista que aliena os pobres venezuelanos.
Essa escritora ainda vem afirmar que na Venezuela se tem uma democracia.
KKKKKKKKKKKKK.
Só posso rir dessa afirmação tão inconsistente.
Diogo Margonar
21 de junho de 2013 - 15:04E a senhorita socióloga, diz que foi restabelecida a democracia na Venezuela…Mais cega, impossível. Num país onde os blogs são fechados ou só podem permanecer se não criticarem abertamente o governo. Como pode haver nação democrática onde o Estado expropria empresas, persegue jornalistas e juízes? Uma nação que detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo e grave crise econômica, que importa 70% do alimento que consome e tem que comprar papel higiênico, em regime de urência, perante outras nações? Ela está a defender a ditadura de minorias, pois a vontade da maioria é golpista e escrava da mídia. Para ela, quem tem legitimidade para protestar é uma minoria ultraradical de iluminados da qual faz parte, como se fosse uma raça perfeita…Ariana tupiniquim…Prefiro a vontade da maioria que a verdade de guetos
Diogo Margonar
21 de junho de 2013 - 14:42“Hino nacional é coisa de integralista, de fascista.”…Mais que palhaçada! Prezado Hiroshi, com todo respeito que tenho a blog, desafio vc a pesquisar as origens do nazismo, pois o mesmo deriva, em enorme medida, do socialismo Stalinista. Eu vejo essa galera que se diz aberta e liberal, mas na verdade mostra facilmente as garras fascistas, notadamente quando dizem serem proprietárias das manifestações, bem como destacam que quem tem ideias “conservadoras” não são bem vindas…São manifestantes? Agem como juízes ad hoc, com se o Brasil inteiro não pudesse se manifestar sobre o que quisesse. Mas é a galera “intelequitualizada”, “sociologizada” , que sabe analisar as coisas mas, claramente, expõem suas próprias garras sujas. Essa galera prega o ultraradicalismo, a expropriação em devido processo legal, e ai daquele que pense diferente, como tem ocorrido nos Tribunais de ética da UNB…Uma coisa é fazer uma análise sociológica, outra é dizer que se formou em sociologia e passar a fazer uma observação viciada e parcial dos eventos, puxando a realidade ao que entende por verdade.