“O que o empresariado marabaense pode fazer para garantir participação nas obras da siderúrgica? – uma pergunta que merece atenção!”
O tema em aspas foi alvo de artigo publicado no blog. .
Retomo o bate papo anterior, com o destaque acima, por um simples motivo.
Primeiro, por ser o fato novo que desperta ansiedade e expectativa, o velho sonho da comunidade: saber, enfim, de que forma esse empreendimento vai beneficiar, influenciar ou modificar as coisas do cotidiano.
Segundo, por observar que em outros locais igualmente agraciados com investimentos públicos e privados, de envergadura similar, também são acometidas de preocupações, desafios e necessidades similares.
O artigo do economista Claudio de Moura Castro, em seu espaço semanal na VEJA, edição de 4 de maio de 2011, motivou sobremaneira esse interesse em enfatizar aqui trechos da sua acurada análise. Naturalmente, pela natureza do debate e sua inerente condição com a realidade do momento regional.
Foco da abordagem cita a descoberta da condição favorável de construir um terminal petroleiro em Suape, Pernambuco. Como a decisão de empreender o complexo dinamiza uma região que, há cerca de um século, já foi de primeira importância no cenário econômico nacional. Do processo do declínio dessa importância desde então e sua retomada recente, dentro desse novo panorama.
Nos comentários, a constatação das questões comuns que afligem tão distantes regiões, mais precisamente os estados de Pernambuco e Pará. Demandas comuns já registradas em artigos nossos anteriores.
Com o investimento da indústria base, o terminal petroleiro como oportunidade de diversificação da base produtiva, efetivamente se realiza como condição de sobrevivência, pela sustentabilidade desse processo. Tema também já objeto de comentário.
A instalação de um grande estaleiro, fábrica de turbinas eólicas, ambos em pleno funcionamento naquele Estado.
A Bunge instalou uma moagem.
Dois outros estaleiros já estão sendo anunciados para instalação em Suape.
Duas petroquímicas em processo de instalação, anuncio da Fiat em construir uma unidade de montagem de veículos, enfim, de fato isso é diversificar e desenvolver.
É o que se persegue aqui.
E as similaridades com Marabá e região?
Além da indústria que chamamos de base, ALPA, e ALINE, e o cenário idêntico em oportunidades, também temos os desafios .
A montagem do primeiro estaleiro, no Estado de Pernambuco, recrutou mais de dez mil colaboradores, que estavam na atividade de cortadores de cana.
As usinas de álcool, indústria forte da região e grande contratante de mão de obra, certamente tiveram que realinhar sua política de Rh. Em paralelo, desse universo, somente três mil operários apresentaram qualificação mínima. Esta assim, a exigir prioridade zero no esforço para qualificar pessoas.
O novo parque industrial pernambucano demanda por serviços e produtos dos mais diversos. Dos fornecedores, exige qualidade, certificações, pontualidade.
Em seu artigo, Claudio de Moura Castro enfatiza que a cultura empresarial local carece de qualificação e agressividade para buscar os mercados. “Teme-se a invasão de empresas de fora, sejam estrangeiras, sejam do Sul. Elas trazem sua mão de obra e seus hábitos de operar em uma economia agressivamente competitiva e moderna”, diz ele.
Outro aspecto alcançado pelo economista, que fulmina com um comentário realisticamente forte : – “O maior risco é deixar o bairrismo prevalecer e tentar proteger a indústria local, sem sucesso, pois a maioria vive em um círculo vicioso de atraso”.
Algo em comum com as apreensões de Marabá?
As similaridades não param por aí.
Nesse estágio de pré-condição ao desenvolvimento, muito mereceu destaque nos alertas da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá) e da SICOM (Secretaria Municipal de Industria e Comercio de Marabá), a necessidade da preparação empresarial, com capacitação e qualificação para a captura das oportunidades.
Para participar do boom.
A importância em atrair investidores externos, fundamentais para a consolidação de um novo corredor de desenvolvimento no Sul/Sudeste do Pará, também era motivo de recorrente abordagem.
Por fim, e para novamente justificar a continuidade do tema no contexto das suas simetrias com o Sul/Sudeste do Pará, reproduzo outra observação do colunista, em que aponta uma das alternativas para os problemas comuns.
– “O mais seguro é investir maciçamente em educação e formação profissional pois esse é o grande gargalo, qualquer que seja o dono da fábrica… apesar dos esforços, os resultados do treinamento não parecem à altura de enfrentar o tsunami da demanda.”
Na abertura das publicações nesse blog com matéria intitulada investimentos x crescimento x desenvolvimento, meados de Março de 2011, já alertava para tal realidade. O setor de serviços como uma alternativa forte da cidade no processo de diversificação.
De forma mais efetiva, suscitava a condição de Marabá se especializar na formação de mão de obra qualificada. Explorar o potencial de estabelecer aqui, um centro de referência em educação, enriquecida com referências. De igual forma, a saúde também foi objeto da mesma consideração.
Para finalizar, o colunista deixa a pergunta – “O futuro esta nas mãos dos pernambucanos. Haverá outra chance de mesmo tamanho?”
Tem algo a ver com o cenário que se apresenta para Marabá e Sul/Sudeste do Pará?
(*) Italo Ipojucan é presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá.
Juracy Chaves
10 de junho de 2011 - 12:02O desenvolvimento não ocorre por simples acaso ou obra do divino espirito santo. Qualquer empreendimento pautado de projeto real que estipule em suas premissas “principio, meio e fim” por si só torna-se estimulante no local onde será aplicada a “euforia de mercado”.
O que não se pode entender é a razão pela qual está sendo sugerido tanto investimento, quando a realidade é vista que pouco menos de meia dúzia de empresários locais estão de fato prestando serviços à grandiosidade Valescas dos projetos nas redondezas de Marabá.
Se de um lado temos a maior mineradora do mundo com problemas para ter nessa região empressas com aportes necessários para realizar as atividades técnicas de serviços e fornecimento dentro dos prazos estabelecidos nos projetos. Do outro, temos nossos empresários sem foco e ou preparo para atender essa demanda. A consorciação de empresas pode nesse universo ser a opção local para gerar um fornecedor forte que atenda as premissas exigidas aos projetos locais.
A resposta para a pergunta deste encarte está no enlace que nossos empresários locais devem ter em consorciar suas atividades com outras, para se tornarem atrativamente competitivo.
JORGE ALBUQUERQUE
11 de maio de 2011 - 02:16Guardadas as devidas proporções, sem dúvida nenhuma o paralelo estabelecido é absolutamente didático. Entretanto quem é comerciante em marabá até agora tem observado tanto impacto, quanto a vinda do projeto salobo, ou seja impacto zero.