A siderurgia é uma das atividades econômicas mais importantes no país, movimentando uma cadeia de produção e comercialização de um material essencial para a sociedade moderna, o aço. A SINOBRAS – Siderúrgica Norte Brasil S.A., empresa do Grupo Aço Cearense, é primeira siderúrgica integrada das regiões Norte e Nordeste do Brasil e trabalha sob uma ótica de economia circular, guiando a sua produção em princípios que mitigam os impactos ambientais e investem em sustentabilidade. Dentro desse contexto, está também uma das principais atividades que fazem parte do processo siderúrgico e ressaltam o comprometimento com o meio ambiente, a reciclagem de sucata ferrosa.

A SINOBRAS é atualmente a maior recicladora do Norte e do Nordeste brasileiro, produzindo aço com 70% de sucata e 30% de ferro-gusa líquido. O aço é um dos materiais mais recicláveis do mundo, podendo ser 100% reutilizado, sem perdas. O processo de reciclagem contribui com a questão ambiental, diminuindo o volume de resíduos que seriam destinados aos aterros sanitários ou até mesmo descartados no meio ambiente, reduzindo também o uso de combustíveis fósseis gerados na produção do aço e o gasto de energia. A sucata ferrosa foi um dos materiais pioneiros na reciclagem e hoje é um dos principais insumos utilizados nas usinas siderúrgicas, como a SINOBRAS.

Sérgio Luiz Ferreira, gerente de Metálicos da SINOBRAS, diz que utilizar a sucata ferrosa na produção de aço traz muitas vantagens econômicas, sociais e ambientais.  “Podemos citar a economia de recursos naturais não renováveis e a redução de emissão de gases de efeito estufa. Esse processo de reciclagem também promove a economia circular e gera milhares de empregos, fomentando uma nova e importante cadeia econômica, reduzindo o custo de diversos processos de produção”, explica.

A SINOBRAS emprega atualmente 1.300 pessoas diretamente, gerando 16.700 empregos indiretos, sendo desses milhares somente ligados à reciclagem e reaproveitamento de sucata, colaborando com o fluxo econômico e a geração de renda da região.

 

Parceiros da sustentabilidade

 

Toda a sucata reciclada vira produto na indústria. A SINOBRAS recicla 300.000 toneladas de sucata ferrosa por ano com a produção de 380 mil toneladas de aço. Essa sucata vem de diversas regiões do Brasil, especialmente da região Norte, apoiando uma cadeia local de pequenos, médios e grandes fornecedores, que movimenta o mercado desde a coleta do material até a produção siderúrgica, como é o caso da Minas Sucata, empresa que arrecada material reciclável para a siderúrgica.

Nelson Roberto, proprietário da empresa, em Marabá-PA, diz que a coleta já é uma atividade antiga e bem organizada. “Os catadores não trazem sucata do aterro sanitário, eles trazem de oficinas, doações, tudo muito organizado e selecionado. Tem catadores que, às vezes, trazem até 5 toneladas de sucata por dia, é uma grande quantidade de material que poderia ir para o lixo, mas é totalmente reaproveitado”, explica o sucateiro.

Nelson conta ainda que trabalhava como representante comercial e decidiu mudar drasticamente de profissão para trabalhar com a sucata. “Eu comecei nesse setor há 10 anos, quando ouvi falar do trabalho da SINOBRAS. Em 2011 saí da área comercial e comecei com uma empresa bem pequena, hoje já crescemos muito, passando de 250 toneladas de sucata a 700 toneladas por mês. Todo esse crescimento devo a essa parceria com a SINOBRAS, que continua crescendo”, destaca o sucateiro.

 

O caminho da reciclagem

 

Todo o processo da reciclagem da sucata ferrosa se inicia com os chamados catadores locais e urbanos. São pessoas conhecidas como “carrinheiros e carroceiros” que exercem a atividade do extrativismo urbano, na prática, é a pessoa que busca a sucata, sejam catadores de latinhas ou de peças metálicas que possam interessar aos sucateiros. Estas pessoas recolhem e catam a sucata e as vendem para os Ferros Velhos, localizados em diversos pontos das cidades.

Os Ferros Velhos unem o maior volume de sucata arrecadada e embarcam o material para a SINOBRAS. Após chegar à usina, o material passa por uma pesagem dos caminhões e depois são descarregados no pátio de sucata para ser processado e disponibilizado para a produção de aço, na Aciaria.