Seu Antonio e dona Ilma recebendo homenagens do filho Reinaldo Zucatelli.
Seu Antonio e dona Ilma recebendo homenagens do filho Reinaldo Zucatelli.

Já escrevi aqui sobre a importância da família Zucatelli para o desenvolvimento de Marabá e  região.

O Grupo Zucatelli, para quem não sabe, emprega cerca de 800 pessoas, em diversos estados do Norte do país – desenvolvendo atividades nas áreas de concessionárias de carros, máquinas pesadas, construção e agronegócio.

O patriarca, seu Antonio Zucatelli, ao desembarcar em Marabá no início dos anos 70, trazia a determinação e o sonho de desbravar a Amazônia, gerando emprego e renda.

Veio sozinho, depois trouxe a família.

E nunca mais voltou para o estado natal do Espírito Santo.

Em Maio, divulguei também a apreensão que o grave estado de saúde de “seu” Antonio causou junto a familiares e amigos.

Refeito da cirurgia a qual foi submetido – o patriarca dos Zucatelli voltou ao trabalho, indo e vindo diariamente à fazenda que ele cuida pessoalmente.

Mais sustos, alguns dias depois.

Novas cirurgias ele voltaria a ser submetido.

A última, na metade do mês de outubro último, quando ficou uma semana no leito do hospital, recuperando-se de uma  terceira operação para desobstrução no tubo digestivo.

Cirurgia de alto risco competentemente realizada pelo médico Juarez Dias Brito.

Pois bem, uma  semana depois de ter recebido alta hospitalar, seu Antonio voltou á rotina de trabalho, do alto de seus 85 anos de idade – embora fosse orientado pela equipe médica a maneirar a barra.

Dona Ilma, andando há mais de 60 anos ao lado do marido, sabendo das estripulias do companheiro, chega uma manhã no estábulo da fazenda e encontra o vaqueiro selando o cavalo de Antonio.

– Para quem o senhor está selando esse animal, pergunta.

– “Para o “seu” Antonio. Ele quer dar uma volta para ver os pastos e umas cerca que estão fazendo”, responde o vaqueiro.

– A partir de hoje, o senhor está proibido de selar animais para o Antonio. Ele não pode mais andar à cavalo. Se ele insistir, diga que é uma determinação minha. E mesmo que ele lhe obrigue, não sele nenhum animal – determina dona Ilma, preocupada com a saúde do marido.

Uma semana depois desse ocorrido, dona Ilma chega à fazenda, por volta de 10 horas da manhã, e não encontra seu Antonio na sede.

Sai pela vila de funcionários perguntando pelo marido, e, de repente, avista uma moto se aproximando do local, com alguém bastante conhecido dela na garupa do vaqueiro.

Era exatamente seu Antonio.

O vaqueiro, preocupado com a bronca que certamente receberia da patroa, logo se antecipa.

– “Ele me pediu que o levasse para ver os pastos. Eu ainda lembrei ao seu Antonio que a senhora tinha me proibido de selar animais pra ele”.

– “Selar animais, mas não proibiu de me levar na garupa da moto dele”, respondeu, em cima da bucha, o resistente empresário.

É assim, desse jeito, que pessoas como “seu” Antonio encaram a vida: determinados, incapazes de baixar a cabeça para doenças, embora muitas delas se anunciem perigosas, como as quatro cirurgias as quais ele foi submetido, nos últimos cinco meses.

A história de vida do patriarca dos Zucatelli merece um livro.

Eu conheço muitas passagens de acontecimentos extraordinários enfrentados por seu Antonio.

Tê-lo como exemplo, é um case de sucesso.