‘Queremos a produção de energia, sim, mas sem pátio de cinzas, sem emissões de gases causadores de doenças e de danos na atmosfera, e, principalmente, sem transferência de custos para a sociedade paraense, já bastante onerada por outros empreendimentos que retiram seus lucros também dessa transferência’ (Promotor Raimundo Moraes)

Quem acompanha as audiências públicas de implantação da usina hidrelétrica de Barcarena da Companhia Vale do Rio Doce considera que foi providencial a intervenção do Bispo Diocesano, Dom Flávio Giovenale, sobre o destino de cinzas e gesso a serem gerados pelo empreendimento. Num de seus questionamentos, o religioso teria sido duro ao defender a posição de que não se poderia deixar a questão para depois, “porque há casos de firmas que estão em funcionamento há vários anos sem ter ainda resolvido o que fazer com os resíduos”, teria dito.
Resultado: ao se declarar pela devolução à Companhia Vale do Rio Doce dos estudos de viabilidade do projeto, pedindo sua reformulação, o Ministério Público Estadual, tendo à frente os promotores Eliane Moreira e Raimundo Moraes, diz para a CVRD “fazer o dever de casa, que não fez’, sobretudo em relação ao tratamento dado ao volume aproximado de 13 toneladas por hora de cinzas e gesso.