Na coluna de hoje do Diário do Pará, o poster coloca a colher, de novo, na questão Serra Pelada, denunciando a trama que os diretores da chamada Coomigasp desenham para assumir, com força jurídica, o controle total da área destinada à mecanização do ouro provavelmente existente ali em grande escala.

Desde o dia em que lemos na imprensa uma figura chamada Toni Duarte acusando o deputado federal Paulo Rocha (PT) de posicionar-se contra a assinatura, pelo DNPM, do alvará de lavra para a cooperativa dos garimpeiros tocar a extração aurífera, desconfiamos de que havia farinha demais no angu.

Qualquer pessoa residente no Sul do Pará há pelo menos vinte anos sabe que o deputado petista é um dos políticos paraenses que mais se debatem em Brasília para resolver a questão de Serra Pelada.Pelo menos os garimpeiros verdadeiramente domiciliados na vila de SP, aqueles que sofrem os efeitos da miséria reinante, têm consciência disso. E se até hoje a encrenca não foi debelada é por causa dos interesses dos malandros que rondam a gororoba, cada qual puxando pro seu lado, ambicionando ganhar rios de dinheiro roubando os coitados garimpeiros e alimentado-os com falsas promessas.

No meio da matilha que sempre procura ocupar a fedorenta Coomigasp, tem de tudo, bacuraus de toda espécie – menos santo. Tem gente feito escória rejeitada pela civilização.

Todos, sem exceção, enganando a multidão de cinco mil pessoas residentes na vila de Serra Pelada, e outras cinco mil agora domiciliadas em municípios paraenses do entorno, ao fim e cabo, vítimas maiores da enganação e da malandragem.

Na sexta-feira passada decidimos ir a Curionópolis e Serra Pelada medir a temperatura.

Conversamos com muita gente, ouvindo reclamações de toda espécie e detectamos, também, a esperança nos olhos dos garimpeiros mais sofridos, achando que, “agora, a coisa vai”.

A Colossus (empresa contratada para mecaniar o garimpo), na visão da maioria, depois de anos de açoite, resgatará suas dignidades.

Mas há também aqueles garimpeiros desconfiados com os passos de um time formado por Gesse Simão, presidente da Coomigasp, e do “marqueteiro” e porta-voz da matilha, o dito Toni Duarte que, para quem não sabe, é dedo-e-unha do ministro Edison Lobão, do Ministério das Minas e Energia. Esse moço, Toni, esperto que só marreteiro de esquina, tem um blog e uma rádio digital os quais utiliza para propagar “maravilhas” e ataques aos adversários do time maranhense.

Hoje, a coluna no Diário do Pará faz um alerta a todo o Estado.

Porque se não houver ação rápida e corajosa dos governos, a matilha conseguirá dá um nó bem dado, dominando totalmente o controle acionário dos direitos de exploração da jazida.

Os verdadeiros garimpeiros estão na iminência de ficar fora da festa por absoluta falta de segurança jurídica.

Os garimpeiros de Serra Pelada, residentes no Pará, são em torno de dez mil pessoas. E, também, são eles que sentem as agruras diárias da falta de perspectivas.

A matilha vislumbra não defendê-los, mas a seus interesses pessoais e aos interesses políticos de Edison Lobão, o magérrimo ministro de Sarney que nunca largou os restos da ossada garimpeira, sempre potencializada em época de eleição para gerar os fieis votos a ele depositados em terras maranhenses.

O que o deputado federal Paulo Rocha tem dito, em suas entrevistas na região, é exatamente isso que o blog e a coluna abordam: fazer o governo federal instituir um grupo de trabalho para regular todas as ações da Colossus e da matilha, esta de olhinhos virando pra cima do larjã.

A criação da empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral S.A, pela Coomigasp, também contada hoje no Diário do Pará, é outro aviso de que sem um marco regulador, os verdadeiros garimpeiros não sentirão cheiro nem do melechete.

Esse tipo de discussão não interessa aos bacuraus de Lobão. Eles temem exatamente isso que Paulo Rocha defende há muito tempo. E, na esperteza comum a todo bacurau, giram rapidamente suas ações.

Por exemplo: a cessão pelo governo federal de uma aposentadoria vitalícia aos garimpeiros deserdados vem sendo defendida com insistência pelos dirigentes da Coomigasp. Fazem pressão de todo tipo em Brasília para Lula enviar proposta ao Congresso Nacional instituindo a aposentadoria.

Na verdade, uma espécie de “cala a boca” para facilitar as aprovações, em assembléias, das propostas suspeitas dos caratonhas.

E, o que é pior, partiram também, agora, pra massacrar seus opositores.

Ainda neste mês de setembro, os atuais mandatários da cooperativa realizarão ao que eles chamam de “pré-assembléias regionais”, reunindo gente nas “delegacias” criadas em diversos estados para, entre outros assuntos, propor a expulsão do quadro social da entidade de sócios considerados, pelos manda-chuvas, “nocivos a sociedade”.

É a chamada caça aos seus opositores sendo colocada em prática. E, para quem conhece os humores de Serra Pelada, muita gente ali leva ao pé da letra a máxima de que para “toda ação tem uma reação”.

É o prenúncio de mortes, assassinatos e toda espécie de comportamento selvagem característico de terra sem lei.

Se as autoridades paraenses não assumirem postura responsável diante dessa safadeza institucionalizada em Serra Pelada, a limpeza da xepa da feira ficará a cargo do próprio governo paraense, com seus efeitos nocivo a imagem e à paz do Estado.