Dando uma passada pela blogosfera geral, a quarta-feira repercutiu, com menos intensidade do que deveria, é fato,  a prisão de cinco ladrões de recursos públicos, em Goiânia, no rastro das investigações da “Operação Biópsia”.

A bandalheira vinha ocorrendo no interior da Associação de Combate ao Câncer em Goiás.

A operação é resultado de investigação criminal instaurada pelos Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que há cerca de seis meses vinha apurando indícios de diversas irregularidades em relação à ACCG. Entre as práticas já comprovadas estão o uso de notas frias, o pagamento de produtos que não foram entregues, além do pagamento de supersalários.

Para saber mais, leia aqui.

 

Desgraçadamente, a  desfaçatez dos assaltantes de cofres públicos ignora até as entidades criadas para cuidar dos doentes de câncer. Esse fato aí descoberto pela Operação Biópsia, em Goiás, é para gerar total inconformismo com a corrupção endêmica.

Os patifes viviam aquartelados sangrando dinheiro que seria destinado ao tratamento de câncer de pessoas pobres, desassistidas – numa verdadeira festa escancarada de rugas e  velhice desoladoramente decrépita dos ladrões oficiais.

Exigir cadeia para esses  corruptos, é o mínimo que se pode pedir.

Mas é pouco. Muito pouco.

Num momento de indignação, revolta, desassossego e até desespero diante de tanta bandidagem, o sentimento (e a formação) democrático do pôster vai pro espaço quando ele imagina uma punição radical e  heterodoxa para esse tipo de gatunagem –  uniformizar num pelotão de fuzilamento os colarinhos brancos verde-amarelo.

Os ladrões da saúde pública, fuzilados em plena praça pública.

O desespero é maior quando o blogger acaba de constatar a existência em Marabá de uma jovem mulher, mãe de dois filhos, perambulando pela porta de hospitais e clinicas (as raras existentes na cidade) em busca de um tratamento que não tem aqui – enquanto o câncer avança em seu organismo.

Uma jovem senhora, desesperada por não saber como proceder para fazer o tratamento de uma doença que avança, veloz, pelo organismo, perambulando, apegada a Deus, numa ultima e desesperada tentativa de suportar as adversidades,  com menos sofrimento espiritual.

Iguais a ela milhares de outras existem. Aqui, ali, acolá.

Existem tanto quanto os milhares de gatunos  da saúde pública fustigando o bem estar social com seus atos criminosos de desvio dos recursos governamentais, contadinhos-da-silva para atendimento numa associação especificamente destinada a cuidar de pacientes oncológicos, barbarizando o equilíbrio emocional de famílias vitimadas da doença, tungando um dinheiro que poderia estar aliviando dores, esticando o tempo de vidas humanas.

Na fila de fuzilamento, para a História marcar esses tempos sombrios da cultura do roubo institucionalizado com a indelével determinação de, num futuro próximo, isso não ocorrer nunca mais.

Assim como  saudamos a campanha  “Brasil:  Tortura, Nunca mais!”, passados anos recentes, parafrasear um novo modelo de democracia na qual a “Corrupção, nunca mais!” ecoaria nos espíritos e corações brasileiros.

A agressividade do texto é incontrolável porque as vítimas do roubo em escala industrial são indefesas pessoas, portadoras de todo tipo de câncer – muitas buscando um pouco de qualidade no alongamento estreito do tempo de vida; outras, em fase de seguro restabelecimento, enquanto a maioria nem sabe ainda o que a doença está lhes reservando.

Essa ladroagem institucionalizada patrocinada por mentores da decomposição moral do Brasil precisa acabar, e só acaba com decisões firmes do Executivo, dos órgãos de segurança pública, do Ministério Público e do Judiciário.

Mas a maioria de membros daqueles  poderes, disso não duvidamos, só abdicaria dos conhecidos “jeitinhos jurídicos” se em suas famílias aparecessem casos de pacientes oncologicos, para sentir na alma o quanto dói ver alguém se dedicar anos pela sobrevivência, sem encontrar apoio do Estado.

Um caso de câncer em cada casa de autoridade desleixada com o dever de fiscalizar e punir os gatunos da Saúde Pública, essa a sentença,  Deus bem deveria impor.

Para o cara sofrer, sentir na pele, no osso, nas entranhas de seus sentimentos.

Definitivamente, ainda convivemos no país com autoridades cúmplices de corruptos juramentados. Uma prova disse vai ser o resultado da prisão dos cinco bandidos presos nesta terça-feira (7) durante a operação realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP) para apuração de desvio de recursos na Associação Goiana de Combate ao Câncer.

Em poucos dias, ou horas, estarão no olho da rua, “para aguardar em liberdade”, como sempre dizem, as investigações,  etecétera  e tal.